(Ver também Introdução a anomalias craniofaciais e musculoesqueléticas congênitas Introdução a anomalias craniofaciais e musculoesqueléticas congênitas Anomalias craniofaciais e musculoesqueléticas são comuns em crianças. Essas anomalias podem envolver somente um único local específico (p. ex., lábio leporino, fenda palatina, pé torto congênito)... leia mais .)
Displasia desenvolvimental do quadril resulta em subluxação ou deslocamento; pode ser unilateral ou bilateral. Fatores de alto risco incluem
Presença de outras deformidades (p. ex., torcicolo Torcicolo congênito Anomalias cervicais e lombares podem ser causadas por lesões de tecidos moles ou ósseas ou por anomalias vertebrais. (Ver também Introdução a anomalias craniofaciais e musculoesqueléticas congênitas... leia mais , deformidade congênita no pé Talipes equinovarus (pé torto) e outras anormalidades dos pés Talipes equinovarus, as vezes denominado pé torto, é caracterizado por flexão plantar, inclinação do calcanhar para dentro (da linha média do membro inferior) e adução do pé (desvio medial do... leia mais )
Às vezes, história familiar positiva (especialmente para meninas)
A displasia desenvolvimental do quadril parece resultar da frouxidão dos ligamentos ao redor da articulação ou da posição intraútero. Dobras cutâneas assimétricas na coxa e virilha são comuns, mas essas dobras também ocorrem em lactentes sem displasia do desenvolvimento do quadril. Se a displasia não for detectada e não for tratada, com o tempo a perna afetada pode se tornar mais curta e o quadril pode torna-se dolorido. A abdução do quadril está diminuída, muitas vezes, em decorrência do espasmo do adutor.
Todos os lactentes são triados por exame físico. Como o exame físico tem sensibilidade limitada, os lactentes de alto risco e aqueles com anormalidades encontradas no exame físico normalmente devem realizar exame de imagem.
Utilizam-se dois procedimentos de triagem:
Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo
Manobra de Barlow: detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo
Cada coxa é examinada em separado. Ambas as manobras começam com o lactente em decúbito dorsal e as coxas e joelhos fletidos a 90° (os pés estarão fora da cama).
Para realizar a manobra de Ortolani, a coxa do quadril em exame é abduzida (isto é, o joelho é movido longe da linha média na posição de perna de rã) e delicadamente puxada anteriormente. A instabilidade é indicada pela palpação, às vezes um clique audível da cabeça do fêmur movendo-se sobre o arco posterior do acetábulo e recolocação na cavidade.
Em seguida, na manobra de Barlow, o quadril é retornado à posição inicial e, então, levemente abduzido (isto é, o joelho é puxado sobre o corpo) e o quadril é movido posteriormente. Um clique indica que a cabeça do fêmur está se movendo para fora do acetábulo.
Também, a diferença na altura dos joelhos quando a criança está em decúbito dorsal, quadris fletidos, joelhos dobrados e pés sobre a mesa examinadora (sinal de Galeazzi Sinal de Galeazzi , ver figura) sugerem displasia, sobretudo a forma unilateral. Pouco mais tarde (p. ex., por 3 ou 4 meses de idade), subluxação ou deslocamento é apontado pela inabilidade de completar a abdução da coxa, quando o quadril e o joelho são fletidos; a abdução é impedida pelo espasmo do adutor, que está frequentemente presente, mesmo que o deslocamento do quadril não seja real por ocasião do exame físico. Os cliques menores benignos são facilmente notados. Embora os cliques quase sempre desapareçam em 1 ou 2 meses, eles devem ser reavaliados regularmente. Como a displasia bilateral pode ser difícil de detectar ao nascimento, recomenda-se a realização de testes periodicamente para verificar a limitação de abdução do quadril durante o primeiro ano de vida.
Sinal de Galeazzi
A criança é posicionada como mostrado. O joelho é mais baixo do lado afetado em razão do deslocamento posterior no quadril displásico (seta). |
Recomenda-se ultrassonografia dos quadris em 6 semanas de idade para recém-nascidos de alto risco, incluindo os nascidos em posição glútea, ou com outras deformidades (p. ex., torcicolo, deformidade congênita do pé) e as meninas com história familiar de displasia desenvolvimental do quadril.
Exame de imagem também é necessário quando há suspeita de qualquer anormalidade durante o exame. Ultrassonografia pode ser acuradamente estabelecer o diagnóstico mais cedo na vida. Radiografias de quadril são úteis após o início da ossificação, geralmente após 4 meses de idade.
O tratamento precoce da displasia é fundamental. Qualquer atraso pode diminuir rapidamente a chance de evitar cirurgia. Logo após o nascimento, pode-se proceder à redução do quadril e, com o crescimento, o acetábulo pode formar uma articulação quase normal. O tratamento é com aparelhos, mais fequentemente tiras de tração de Pavlik, que mantêm os quadris afetados em abdução e rodados externamente. Almofada de Frejka e outras talas podem ajudar. Fraldas com preenchimento e duas ou três trocas de fralda não são eficazes e não devem ser utilizadas para corrigir displasia desenvolvimental do quadril.