Como inserir uma cânula nasofaríngea

PorDorothy Habrat, DO, University of New Mexico School of Medicine
Reviewed ByDiane M. Birnbaumer, MD, David Geffen School of Medicine at UCLA
Revisado/Corrigido: modificado jul. 2025
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Visão Educação para o paciente

As cânulas nasofaríngeas são tubos flexíveis com uma extremidade alargada e a outra extremidade chanfrada, que são inseridas, a extremidade chanfrada primeiro, pelas narinas até a faringe.

(Ver também Obtenção do controle das vias respiratórias, Como fazer manobras de inclinação da cabeça e elevação da mandíbula e tração da mandíbula, e Como inserir uma cânula orofaríngea.)

As cânulas faríngeas (nasofaríngeas e orofaríngeas) são um componente do controle preliminar das vias respiratórias superiores em pacientes com apneia ou insuficiência ventilatória grave. O controle preliminar das vias respiratórias superiores também inclui:

  • Posicionamento adequado do paciente 

  • Manobras manuais da mandíbula

O objetivo de todos esses métodos é aliviar a obstrução das vias respiratórias superiores causada pelo relaxamento do palato mole e/ou da língua, que pode obstruir a orofaringe.

Indicações para cânula nasofaríngea

  • Respirações sonoras causadas por obstrução das vias respiratórias superiores em pacientes que estão respirando espontaneamente e têm reflexo de vômito intacto

  • Às vezes, para dilatação e anestesia da passagem nasal a fim de preparar a intubação nasotraqueal

As cânulas nasofaríngeas são mais bem toleradas e preferidas para os pacientes obnubilados com reflexos faríngeos preservados em vez de cânulas orofaríngeas.

Pode-se utilizar as cânulas nasofaríngeas em alguns contextos em que as cânulas orofaríngeas não podem ser utilizadas, por exemplo, trauma oral ou trismo (restrição da abertura da boca incluindo espasmo dos músculos da mastigação).

As cânulas nasofaríngeas também podem ajudar a facilitar a ventilação com ambu.

Contraindicações cânula nasofaríngea

Contraindicações absolutas:

  • Suspeita de fratura da placa cribriforme (base do crânio)

Há relato de passagem da cânula nasofaríngea para a abóbada craniana através de uma placa cribriforme fraturada, mas isso é raro (1).

Contraindicações relativas:

  • Trauma nasal significativo

Complicações da cânula nasofaríngea

As complicações são:

  • Epistaxe

  • Vômitos e aspiração em pacientes conscientes e, portanto

  • Sinusite 

Equipamento para cânula nasofaríngea

  • Luvas, máscara e capote

  • Toalhas, lençóis ou dispositivos comerciais conforme necessário para posicionar o pescoço e a cabeça na posição olfativa

  • Cânulas nasofaríngeas de vários tamanhos

  • Lubrificante solúvel em água ou gel anestésico

  • Aparelho de aspiração e catéter Yankauer para aspirar a secreção oral ou quaisquer líquidos na orofaringe

  • Fórceps de Magill (se necessário para remover corpos estranhos facilmente acessíveis na orofaringe)

  • Sonda nasogástrica para aliviar a distensão gástrica se necessário

Considerações adicionais sobre cânula nasofaríngea

  • Pode-se utilizar duas cânulas respiratórias, uma em cada narina, para melhorar a oxigenação e a ventilação.

  • Uma cânula orofaríngea pode ser utilizada concomitantemente com a cânula nasofaríngea se o paciente não tiver reflexo de vômito.

  • A cânula nasofaríngea geralmente pode ser utilizada mesmo com lesões faciais graves, mas deve-se tomar cuidado para assegurar a colocação adequada.

  • Vasoconstritores tópicos e/ou anestésicos são às vezes utilizados.

Anatomia relevante para cânula nasofaríngea

  • O alinhamento do meato auditivo externo com a incisura esternal pode ajudar a abrir a via respiratória superior e estabelecer a melhor posição para visualização se a intubação endotraqueal for necessária.

  • O grau de elevação da cabeça que melhor alinha a orelha e a incisura esternal varia (p. ex., nenhuma elevação em crianças com occipitais grandes, grau alto em em pacientes obesos).

Posicionamento da cânula nasofaríngea

A posição olfativa — somente se não houver lesão na coluna cervical:

  • Colocar o paciente em decúbito dorsal na maca.

  • Alinhar as vias respiratórias superiores para a passagem ideal de ar colocando o paciente em uma posição olfativa adequada. A posição olfativa correta alinha o meato auditivo externo com a incisura esternal. Para alcançar a posição olfativa, pode ser necessário colocar coxins ou outro material sob a cabeça, pescoço ou ombros, a fim de estender a cabeça e elevar o queixo. Para os pacientes obesos, muitas toalhas dobradas ou um dispositivo comercial de elevação podem ser necessários para elevar suficientemente os ombros e o pescoço. Nas crianças, geralmente é necessário o coxim atrás dos ombros para acomodar o occipital aumentado.

Posicionamento da cabeça e do pescoço para abertura das vias respiratórias: posição olfativa

A: A cabeça está no nível na maca; as vias respiratórias estão constrictadas. B: A orelha e a incisura esternal são alinhadas, com a face paralela ao teto (na posição olfativa), abrindo as vias respiratórias. Adapted from Levitan RM, Kinkle WC: The Airway Cam Pocket Guide to Intubation, ed. 2. Wayne (PA), Airway Cam Technologies, 2007. 

Se houver possibilidade de lesão na coluna cervical:

  • Colocar o paciente em decúbito dorsal ou ligeiramente inclinado na maca.

  • Evite mover o pescoço e realize a manobra de tração da mandíbula. Não realizar a manobra de inclinação da cabeça com elevação do queixo.

Descrição passo a passo do procedimento da cânula nasofaríngea

  • Se necessário, limpar a orofaringe, removendo secreções obstrutivas, vômito ou material estranho (utilizando sucção ou fórceps de Magill).

  • Estimar o comprimento apropriado da cânula nasofaríngea a ser inserida. Um método de avaliação é segurar a via respiratória contra o lado do rosto do paciente. A cânula nasofaríngea deve se estender da ponta do nariz até o trago da orelha. (Após a inserção, as ventilações devem ser avaliadas para determinar se a via respiratória deve ser trocada por outra de tamanho diferente.)

  • Abrir as narinas para revelar a passagem nasal. Inspecionar as duas narinas para determinar qual lado é mais largo.

  • Lubrificar as cânulas nasofaríngeas com lubrificante solúvel em água ou gel anestésico, como gel de lidocaína.

  • Inserir a cânula nasofaríngea pela narina de maior calibre, orientando-a posteriormente (não em direção cefálica) e paralela ao assoalho da cavidade nasal, com o bisel voltado para o septo (extremidade pontiaguda lateral e extremidade aberta voltada para o septo). Utilizar pressão suave, porém firme, para passar cânulas pelas narinas sob o corneto inferior.

  • Se houver resistência, tentar girar ligeiramente as cânulas e voltar a avançar. Se mesmo assim a cânula não passar, tentar inserir na outra narina. Não use força excessiva.

  • Avançar as cânulas na direção da nasofaringe posterior até que a aba esteja na abertura da narina.

  • Em pacientes que estão respirando espontaneamente, a colocação bem-sucedida de uma via respiratória deve resultar em sons respiratórios normais (p. ex., ausência de respirações sonoras).

  • Em pacientes que requerem ventilações com bolsa-válvula-máscara, quando a vias respiratórias é posicionada corretamente, deve haver vazamento mínimo de ar entre a máscara e o rosto do paciente durante a compressão da bolsa.

Cuidados posteriores para cânula nasofaríngea

Alertas e erros comuns na cânula nasofaríngea

Minimizar o risco de sangramento nasal certificando-se de que a extremidade pontiaguda do bisel não entre em contato com o septo nasal; a abertura deve estar voltada para o septo e a extremidade pontiaguda deve estar lateral.

Referência

  1. 1. Martin JE, Mehta R, Aarabi B, Ecklund JE, Martin AH, Ling GS. Intracranial insertion of a nasopharyngeal airway in a patient with craniofacial trauma. Mil Med 2004;169(6):496-497. doi:10.7205/milmed.169.6.496

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