Acesso vascular

PorCherisse Berry, MD, Rutgers Health, New Jersey Medical School
Reviewed ByDavid A. Spain, MD, Department of Surgery, Stanford University
Revisado/Corrigido: dez. 2022 | modificado abr. 2023
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Visão Educação para o paciente

Vários procedimentos são utilizados para se obter acesso vascular.

Cateterização de veia periférica

Na maioria dos pacientes, as necessidades de líquidos e fármacos IV podem ser atendidas por um catéter venoso periférico percutâneo. Se a colocação percutânea às cegas for difícil, a orientação ultrassonográfica geralmente resulta em uma colocação bem-sucedida. Dissecar a veia nas raras ocasiões em que a inserção percutânea do catéter não for viável. Locais típicos de venostomia são a veia cefálica, no antebraço e a veia safena no tornozelo. Mas a venostomia raramente é necessária, devido à popularidade dos acessos via catéteres centrais de inserção periférica (CCIP) e acessos intraósseos, tanto em adultos quanto em crianças.

Para uma descrição passo a passo de como fazer um cateterismo de veia periférica, ver Como fazer canulação de veia periférica e Como fazer canulação de veia periférica guiada por ultrassom.

Complicações comuns (p. ex., infecção local, trombose venosa, tromboflebite, extravasamento de líquido intersticial) podem ser reduzidas por uma meticulosa técnica estéril durante a inserção e pela substituição ou remoção dos catéteres dentro de 72 horas.

Cateterização venosa central

Pacientes que necessitam de acesso vascular seguro ou duradouro (p. ex., para administração de antibióticos, quimioterapia ou nutrição parenteral total) e aqueles com acesso venoso periférico ruim exigem um acesso venoso central (CVC). Os CVCs permitem a infusão de soluções excessivamente concentradas ou irritantes para veias periféricas e o monitoramento da pressão venosa central (PVC).

CVCs podem ser inseridos através das veias jugulares, subclávias ou femorais, ou de veias periféricas do membro superior (linha CCIP). Embora o tipo de catéter e o local escolhido sejam, frequentemente, determinados por características clínicas individuais e do paciente, uma linha CVC ou CCIP jugular é, habitualmente, preferível a um CVC subclávio (associado a maior risco de sangramento e pneumotórax) ou CVC femoral (associado a maior risco de infecção). Durante uma parada cardíaca, frequentemente os líquidos e fármacos administrados por meio de um CVC de veia femoral não circulam acima do diafragma, devido à pressão intratorácica aumentada gerada pela reanimação cardiopulmonar (RCP). Nesse caso, uma abordagem pela subclávia ou jugular interna pode ser preferida.

A orientação ultrassonográfica para colocação de linhas de jugular interna e linhas CCIP é, agora, o tratamento padrão e reduz o risco de complicações. Sempre que possível, coagulopatia deve ser corrigida antes da inserção do CVC; a abordagem subclávia não deve ser utilizada em pacientes com coagulopatia não corrigida, porque o local da punção venosa não pode ser monitorado ou comprimido.

Vídeos de acesso venoso percutâneo e guiado por ultrassonografia
Acesso venoso percutâneo guiado por ultrassonografia da veia femoral
Acesso venoso percutâneo guiado por ultrassonografia da veia femoral

Utiliza-se o swab de clorexidina para preparar a pele na região da virilha direita. Utilizar uma preparação ampla para a inserção do catéter venoso central direito. Após a preparação secar, colocaremos um grande campo estéril. O campo estéril deve cobrir toda a metade inferior do corpo, incluindo o leito entre o paciente e o operador. Agora, utiliza-se uma bainha estéril para segurar a sonda de ultrassom à qual foi aplicado gel de ultrassom não estéril no topo. Segurar a sonda de ultrassom e então puxar cuidadosamente a bainha estéril sobre a sonda para que a sonda mantenha-se estéril para fazer a ultrassonografia em tempo real.

Agora, prepara-se o catéter. Colocar tampas sem agulha nas pontas azul e branca do catéter e utilizar soro fisiológico estéril para lavar cada uma das pontas. Aqui, lavar as pontas branco e azul do catéter em que as tampas foram inseridas. A ponta marrom é a ponta distal e o fio sairá dessa porta. Assim, ela não é tampada; depois de lavar essa porta, será necessário interromper o acesso antes de remover a seringa com soro fisiológico estéril.

Agora, com a lidocaína a 1%, aplica-se um rótulo estéril para que todas as seringas possam ter identificação estéril. Em seguida, utiliza-se gel de ultrassom estéril na pele e examina-se a artéria femoral direita e a veia femoral em orientação transversal. A artéria femoral localiza-se no lado superior esquerdo. Utilizando compressão, é possível ver que a veia femoral direita é comprimida e que a artéria femoral direita, que é mais superficial e à esquerda, não é comprimida. Aplica-se lidocaína a 1% para anestesia local da pele e dos tecidos moles subjacentes.

Agora, insere-se uma agulha introdutora em um ângulo de cerca de 45 graus na mesma profundidade além da sonda porque a veia é profunda em relação à sonda. Realiza-se a inserção de modo que gradualmente seja possível visualizar a agulha avançando na veia e observa-se retorno de sangue venoso. Segurar o canhão da agulha e retirar a seringa para confirmar que é sangue não pulsátil. Agora, insere-se o fio estéril através da bainha e agulha. Gira-se a sonda na direção longitudinal e é possível ver o fio entrando na veia à medida que avança pela agulha.

Na localização femoral, pode-se avançar o fio até 30 cm de profundidade. Agora, a bainha é removida e o fio é mantido no lugar. A agulha é agora retirada e deixando o fio no local; ainda é possível ver que ele está na veia na imagem de ultrassom. E agora a sonda pode ser removida e gaze estéril pode ser utilizada para identificar claramente o local de inserção, e então um bisturi pode ser utilizado para fazer uma incisão na pele sobre o fio. Agora insere-se um dilatado sobre o fio, que é segurado no lado oposto do dilatador. Avança-se o dilatador com um movimento de torção para dilatar um trato ao longo do tecido subcutâneo e veia femoral.

Agora retira-se o dilatador e mantém-se o fio no local. Reinserir então o fio através do catéter venoso central até ser possível segurar o fio na extremidade oposta da ponta marrom ou distal do catéter. Agora, segurar o fio na extremidade distal do catéter e então avançar totalmente o catéter. E agora o fio é reinserido na bainha estéril e completamente retirado do corpo. Depois de o fio ser completamente removido, a ponta marrom é clipada.

Agora, a última tampa sem agulha é colocada na ponta marrom, que será aberta para levar o sangue até a seringa; todo o acesso será então lavado, tomando cuidado para não injetar ar na ponta. Agora, as pontas branca e azul do catéter venoso central são lavadas com soro fisiológico estéril. Utiliza-se anestesia local na pele adjacente ao catéter venoso central, aplicando um adesivo biológico no local de inserção com o lado azul angulado voltado para cima. Trata-se de um adesivo impregnado com clorexidina para minimizar o risco de infecções da corrente sanguínea relacionadas com o catéter.

E agora usa-se sutura para fixar o catéter em dois locais. Depois de fixá-lo, aplica-se um curativo oclusivo estéril sobre o acesso central para finalizar o procedimento. Aqui, utiliza-se amarração por instrumento para fixar o acesso central utilizando sutura, que é feita em dois locais.

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Acesso venoso profundo da veia subclávia guiado por ultrassonografia
Acesso venoso profundo da veia subclávia guiado por ultrassonografia

Coloca-se o paciente na posição de Trendelenburg e, em seguida, utiliza-se swab de clorexidina para preparar a parede torácica anterior esquerda até a metade do pescoço e então também de forma ampla de modo a cobrir o ombro esquerdo. Deve-se deixar a clorexidina secar por pelo menos dois minutos para alcançar boa antissepsia. Agora, aplica-se um campo estéril largo com o orifício centralizado no local de inserção. Esse campo estéril deve cobrir a cabeça e quase todo leito.

Agora, prepara-se a lidocaína a 1% utilizada para anestesia local. Como todo o líquido em um campo estéril deve ser rotulado após a seringa estar cheia de lidocaína, um rótulo estéril indicando lidocaína a 1% será adicionado à seringa. As seringas com soro fisiológico normal já estão pré-rotuladas e, portanto, não precisam de um rótulo estéril extra. Agora, insere-se uma bainha estéril na sonda de matriz linear para obter orientação por ultrassonografia em tempo real para esse acesso subclávio orientado por ultrassonografia. A bainha estéril deve cobrir toda o campo estéril.

Agora, aplica-se algumas bandagens elásticas estéreis para manter a bainha estéril no local. Aqui, utiliza-se soro fisiológico estéril para lavar todas as pontas do catéter. Ao fazer isso, também trocam-se as tampas clássicas das agulhas por tampas sem agulha que são inseridas nas pontas azul e branca do catéter de lúmen triplo. A ponta marrom do catéter de lúmen triplo é a ponta distal e será mantida sem uma tampa porque o fio será então reinserido através dessa ponta marrom. Depois de lavar a ponta marrom, deve-se fechá-la antes de a seringa ser removida.

Agora, aplica-se anestesia local para anestesiar a pele e o tecido subcutâneo subjacente ao local de inserção. Utiliza-se uma sonda de matriz linear com uma técnica de implantar para que seja possível ver a agulha desde a pele até a veia axilar, que é visualizada em um plano longitudinal. Nesse momento, é possível ver que a agulha está quase na veia. Neste momento, ela acabou de apareceu à direita, de modo que é possível aspirar sangue púrpuro, como é visto aqui. Segurar o canhão da agulha e remover a seringa; inserir então o fio com ponta em J no canhão da agulha, com a curva direcionada ao coração. Pode-se visualizar o fio da agulha atravessando a veia à medida que gradualmente insere-se o fio por meio da agulha. E o fio entra na pele até uma profundidade de 20 centímetros.

Agora remove-se a bainha e retira-se a agulha sobre o fio. Fazer um corte com o bisturi sobre o fio no local de inserção e assegurar que o fio possa se mover livremente no interior desse corte. Agora, inserir um dilatador sobre o fio e então avançá-lo gradualmente com um movimento de torção para dilatar um trato subcutâneo até a veia axilar. Agora, remove-se o dilatador, tomando cuidado para não puxar o fio inadvertidamente. E então o catéter é inserido sobre o fio e gradualmente puxado até seja possível segurar o fio além da ponta marrom distal.

Depois que é possível segurar o fio além da ponta marrom, pode-se introduzir o catéter na profundidade de inserção apropriada que, na veia subclávia esquerda, normalmente tem 16 a 17 centímetros. No entanto, sob orientação ultrassonográfica, é possível adicionar mais 3 cm a esse valor. E assim introduz-se o catéter até 19 centímetros além da pele. Agora, lavam-se as três pontas, a ponta azul, a ponta branca e, por fim, a ponta marrom com soro fisiológico estéril.

Aplica-se então adesivo impregnado com antimicrobianos ao local de inserção para minimizar o risco de infecções da corrente sanguínea relacionadas com o catéter. Aplica-se mais lidocaína a 1% para anestesia local e, em seguida, utilizam-se alguns pontos para fixar o catéter em dois locais. Pode-se utilizar amarração por instrumento para suturar o catéter no local. Agora, aplica-se um curativo oclusivo estéril com o adesivo biológico e todo o local de inserção é visualizado na janela aberta, e então alças são aplicadas na parte inferior para minimizar a abertura pela qual as três pontas passam. E o procedimento está concluído.

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Canulação percutânea da veia subclávia
Canulação percutânea da veia subclávia

Utiliza-se swab de clorexidina para fazer uma preparação estéril da parede torácica anterior direita. Utiliza-se o swab em um movimento para frente e para trás a fim de preparar uma grande área da parede torácica anterior e do ombro direito.

Agora, aplica-se um campo estéril sobre a área. Esse campo estéril cobre todo o leito.

Agora, utiliza-se soro fisiológico estéril para lavar as três pontas do catéter triplo lúmen. Pode-se trocar as tampas normais do catéter triplo lúmen por tampas sem agulha. Colocam-se tampas sem agulha nas pontas azul e branca do catéter triplo lúmen. Não é necessário colocar a tampa sem agulha na ponta marrom, que é a distal do catéter triplo lúmen, porque é a ponta pela qual o fio sairá.

Ao lavar a ponta marrom, como mostrado aqui, é necessário fechar o acesso antes de remover a seringa.

Agora, todos os equipamentos necessários, como agulha introdutora, fio estéril, bisturi e dilatador estão em uma posição em que é fácil segurá-los. A curva J do fio será direcionada ao coração, que em um acesso subclávio é direcionada aos pés, conforme mostrado aqui para o lado direito e o lado esquerdo.

Agora, aplica-se lidocaína a 1% para anestesia local da pele e periósteo da clavícula.

Todas as seringas que contêm líquido estéril devem ser rotuladas no campo estéril. As lavagens com soro fisiológico estéril são pré-rotuladas como cloreto de sódio, mas a seringa de lidocaína a 1% não é rotulada e, portanto, pode-se utilizar esses rótulos estéreis para identificar a seringa com lidocaína a 1%, como mostrado aqui.

Agora, utilizam-se duas mãos para identificar a curva da clavícula, que é o ponto de referência primário necessário para identificar o local de inserção do acesso subclávio infraclavicular. Depois de identificar a curva da clavícula, move-se o local de inserção um cm em direção ao sulco deltopeitoral a partir da curva da clavícula. Nesse local de inserção, aplica-se lidocaína a 1% para anestesia local, como mostrado aqui. Também realiza-se uma inserção profunda até anestesiar o periósteo da clavícula ao longo da via.

Agora, insere-se a agulha introdutora sob a clavícula com a agulha na posição mais paralela possível ao chão. Coloca-se o dedo indicador na incisura esternal e utiliza-se o polegar da mão que não está segurando a seringa para ajudar a orientar a agulha sob a clavícula inserida em direção ao topo do dedo indicador e à incisura esternal até ser possível ver esse jato de sangue venoso. Avançamos então a agulha introdutora aproximadamente dois milímetros e removemos a seringa ao observarmos sangue não pulsátil. Em seguida, podemos avançar o fio-guia através da agulha até atingir a marca de 20 centímetros.

Remove-se a agulha sobre o fio controlando cuidadosamente o fio. Utiliza-se bisturi para fazer uma incisão na pele. E agora, avança-se o dilatador sobre o fio para dilatar um trato ao longo da pele, tecido subcutâneo e até a veia subclávia. Avança-se o dilatador com um movimento de torção até que ele esteja no centro do dilatador para a inserção do acesso subclávio infraclavicular.

Remover então o dilatador e manter o controle do fio. Agora, insere-se o catéter sobre o fio. O fio sairá pela ponta marrom do catéter. Segurar o fio na extremidade distal, além da ponta marrom e, em seguida, avançar o catéter até a profundidade de inserção apropriada que, no acesso subclávio direito, é de aproximadamente 15 centímetros na pele. Para acesso subclávio esquerdo, deve-se avançar o catéter até cerca de 17 cm na pele.

Retira-se o fio do catéter, diretamente para a bainha do fio. Ao fazer isso, controla-se o catéter para garantir que ele não seja removido ao puxar o fio.

Agora, coloca-se a última tampa sem agulha na ponta marrom. Coletar sangue via ponta marrom até que seja possível vê-lo na seringa que contém a soro fisiológico estéril. Então a porta é lavada com soro fisiológico.

Agora as pontas azul e branca estão limpas e só será necessário retirar a soro fisiológico até que um pouco de sangue seja visto no acesso tanto na ponta azul como na ponta branca. Em seguida, lavar com soro fisiológico para limpar o sangue.

Agora, insere-se um clipe no acesso central branco e azul, a aproximadamente dois cm do local de inserção para fixar o acesso central na pele em quatro locais. Utiliza-se lidocaína a 1% para anestesiar a pele nesses quatro locais.

Agora, aplica-se um adesivo biológico, que é um adesivo impregnado com clorexidina, com o lado azul do adesivo virado para cima sobre o local de inserção. Isso diminui o risco de infecções da corrente sanguínea associadas à linha central.

Utiliza-se um direcionador de agulha com uma agulha curva para suturar o acesso central nesses quatro locais. Aqui, usa-se um instrumento para fixar a sutura.

Depois que os quatro locais tiverem sido suturados, pode-se aplicar um curativo oclusivo estéril com a janela do local de inserção, incluindo o Biopatch, visível. Então o entalhe do curativo oclusivo estéril terá as três pontas do acesso central passando por esse entalhe.

Em seguida, utilizam-se as abas da segunda parte do curativo oclusivo estéril sob as três aberturas do acesso central para fixá-lo totalmente no local. Pode-se então utilizar um marcador estéril para inserir as iniciais do profissional responsável, data e hora do acesso central.

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Canulação percutânea da veia femoral
Canulação percutânea da veia femoral

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Canulação percutânea da veia jugular interna
Canulação percutânea da veia jugular interna

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Acesso venoso percutâneo da veia jugular interna guiado por ultrassonografia
Acesso venoso percutâneo da veia jugular interna guiado por ultrassonografia

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Venopuntura da subclávia

Essa figura mostra a posição da mão durante a punção da veia subclávia (abordagem infraclavicular).

Complicações do acesso venoso central

CVCs podem causar muitas complicações (ver tabela Complicações associadas a catéteres venosos centrais). Pneumotórax ocorre em 1% dos pacientes após inserção de CVC. Arritmias atriais ou ventriculares ocorrem frequentemente durante a inserção do catéter, mas geralmente são autolimitadas e regridem quando o fio-guia ou catéter é removido de dentro do coração. A incidência de colonização bacteriana do catéter, sem infecção sistêmica, pode chegar a 35%, enquanto a da sepse verdadeira é de 2 a 8%. Trombose venosa relacionada a catéter é uma complicação cada vez mais reconhecida, particularmente nos membros superiores. Raramente, cateterismo arterial acidental exige reparação cirúrgica da artéria. Hidrotórax e hidromediastino podem ocorrer quando catéteres são posicionados extravascularmente. Lesões da valva atrioventricular direita pelo catéter, endocardite bacteriana, e embolia por ar e pelo catéter ocorrem raramente.

Para reduzir o risco de trombose venosa e sepse do catéter, os CVCs devem ser removidos o mais brevemente possível. O ponto de entrada na pele precisa passar diariamente por assepsia e inspeção em busca de infecção local; se ocorrer infecção local ou sistêmica, o catéter precisará ser substituído. Alguns médicos acreditam ser benéfico substituir catéteres CVC a intervalos regulares (p. ex., a cada 5 a 7 dias) em pacientes com sepse que permanecem febris; isso pode reduzir o risco de colonização bacteriana do catéter.

(Ver também Guidelines for Prevention of Intravascular Catheter-Related Infections no site web do CDC.)

Tabela
Tabela

Cateterização de veia periférica média

O comprimento dos catéteres de linha média (MC) é de 8 a 20 cm; eles têm um lúmen único ou duplo e são inseridos perifericamente no braço não dominante, 1,5 cm acima ou abaixo da fossa cubital, nas veias basílica, cefálica ou braquial. Embora a inserção de um MC requeira o uso da técnica de Seldinger modificada e orientação ultrassonográfica, os MC não são considerados catéteres venosos centrais porque sua ponta está localizada na veia axilar ou abaixo dela. Assim, a confirmação radiológica do posicionamento correto da ponta do MC não é necessária.

Critérios para o uso de MC:

  • Pacientes nos quais se prevê que será necessária terapia intravenosa em médio a longo prazo

  • Pacientes com acesso venoso ruim que exigem múltiplas tentativas de inserção de agulha ou coleta de sangue

  • Pacientes que provavelmente precisarão de coleta frequente de sangue para monitorar sua doença

Descobriu-se que os MCs têm taxas de flebite mais baixas do que os catéteres periféricos e taxas de infecção mais baixas que os catéteres venosos centrais (1).

Cateterização arterial

O uso de dispositivos para pressão arterial não invasivos automatizados diminuiu o uso de acessos arteriais simplesmente para monitoramento da pressão. Entretanto, esses catéteres são benéficos em pacientes instáveis que requerem medição de pressão minuto a minuto e naqueles que requerem amostragem frequente de gasometria arterial. As indicações incluem choque refratário e insuficiência respiratória. Frequentemente, a pressão arterial é um pouco mais elevada quando mensurada por catéter arterial do que por esfigmomanometria. Batimento inicial, pressão sistólica máxima e pressão de pulso aumentam quanto mais distal é o ponto de mensuração, ao passo que as pressões diastólica e arterial média diminuem. Calcificação vascular, aterosclerose, oclusão proximal e posição do membro podem afetar o valor das mensurações por catéter arterial.

Para uma descrição passo a passo de como fazer o cateterismo arterial, ver Como fazer canulação da artéria radial e Como fazer canulação da artéria radial guiada por ultrassonografia.

Cateterização arterial
Inserção de catéter arterial na artéria radial
Inserção de catéter arterial na artéria radial

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Inserção guiada por ultrassom de catéter arterial na artéria radial
Inserção guiada por ultrassom de catéter arterial na artéria radial

Aqui, usa-se uma preparação com um swab de clorexidina e aplica-se um campo estéril completo. Observar que há um campo estéril amplo sendo utilizado esse procedimento, assim como o utilizado para o acesso central. Aqui aparece uma bainha estéril sobre a sonda de ultrassom. A sonda foi preparada com gel não estéril sobre a sonda antes de colocar a bainha estéril sobre ela. Estamos aspirando lidocaína estéril a 1%. Aqui, inserem-se bandagens elásticas estéreis sobre a bainha da sonda para fixá-la e aplica-se gel de ultrassom estéril. Isso é lidocaína a 1% para a anestesia local.

Identifica-se a artéria radial, primeiro no plano transversal e, quando ela está no centro do monitor de ultrassonografia, gira-se lentamente a sonda até o plano longitudinal para que agora a artéria radial seja vista no plano longitudinal. Com a artéria radial visualizada no plano longitudinal, estamos inserindo a agulha para artéria radial, agora visualizada em uma técnica in-plane, que está entrando na artéria radial até que observemos um flash. Insere-se o fio sobre ou através da agulha e avança-se o catéter sobre o fio em um movimento giratório. Utiliza-se gaze sob o catéter e então uma gaze estéril de 10 x 10 cm para segurar o tubo que está no acesso arterial. Isso é feito para não contaminar as luvas estéreis. Conecta-se a sonda arterial ao catéter.

Agora, utiliza-se uma agulha reta conectada à sutura de seda 2-0 para fixar o catéter na pele. Insere-se a agulha através de uma seção da pele adjacente a um sulco no catéter. Em seguida, a extremidade romba da agulha é envolvida na direção lateral à medial sob o sulco do catéter várias vezes e utilizando a sutura fixa-se o catéter na pele. Aqui, fixa-se a sutura no catéter. Nesse ponto, aplica-se adesivo biológico com o lado azul virado para cima. É um adesivo impregnado com clorexidina para minimizar o risco de infecções da corrente sanguínea relacionadas com o catéter. Agora, aplica-se curativo oclusivo estéril sobre o adesivo biológico e o catéter. E o procedimento está concluído.

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Inserção guiada por ultrassom de catéter arterial na artéria femoral
Inserção guiada por ultrassom de catéter arterial na artéria femoral

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Complicações da punção arterial

Em todos os locais, as complicações são sangramento, infecção, trombose, dissecção da íntima e embolia distal. Os catéteres devem ser removidos na presença de sinais de infecção local ou sistêmica.

As complicações da artéria radial incluem isquemia da mão e do antebraço devido a trombose ou embolia, dissecção da íntima, ou espasmo no local da cateterização. O risco de trombose arterial é maior em artérias menos calibrosas (explicando a maior incidência em mulheres) e com a duração prolongada da cateterização. Artérias ocluídas quase sempre se recanalizam após a remoção do catéter.

As complicações da artéria femoral incluem ateroembolia durante a inserção do fio-guia. A incidência de trombose e isquemia distal é muito menor do que na cateterização da artéria radial.

As complicações da artéria axilar incluem hematomas, que são pouco frequentes mas podem exigir cuidados urgentes porque uma compressão do plexo braquial pode resultar em neuropatia periférica permanente. O esvaziamento do catéter de artéria axilar pode introduzir ar ou um coágulo. Para evitar sequelas neurológicas desses êmbolos, deve-se selecionar a artéria axilar esquerda para cateterização (ela se ramifica mais distalmente às carótidas do que a direita).

Referência sobre cateterismo

  1. Alexandrou E, Ramjan L, Spencer T, et al: The use of midline catheters in the adult acute care setting – clinical implications and recommendations for practice. JAVA 16:35–41, 2011.

Infusão intraóssea

Qualquer líquido ou substância administrado rotineiramente por via intravenosa (incluindo produtos de sangue) pode ser ministrado por meio de uma agulha calibrosa inserida na cavidade medular de determinados ossos longos. Os líquidos atingem a circulação central tão rapidamente quanto na infusão venosa. Essa técnica é utilizada mais comumente em lactentes e crianças de pouca idade, cujos córtices ósseos são finos e facilmente penetrados e nos quais os acessos venosos periférico e central podem ser bem difíceis, particularmente em choque ou parada cardíaca. Entretanto, essa técnica pode ser utilizada em pacientes idosos em diversos locais (p. ex., esterno, parte proximal da tíbia, úmero) por meio de dispositivos especiais (p. ex., dispositivo de punção carregado por pressão, dispositivo de perfuração) que agora são mais prontamente disponíveis. Assim, infusão intraóssea está se tornando cada vez mais comum em adultos.

Para uma descrição passo a passo de como fazer a canulação intraóssea, ver Como fazer canulação intraóssea manualmente e com uma furadeira.

Inserção intraóssea (IO) de agulha

Os dedos e o polegar do médico são posicionados em torno da parte proximal da tíbia para estabilizá-la; a mão não deve ser colocada diretamente atrás do local de inserção (para evitar autopunção). Em vez disso, uma toalha pode ser colocada atrás do joelho para apoiá-lo. O médico segura a agulha firmemente na palma da outra mão, direcionando o ponto ligeiramente para longe do espaço articular e da placa de crescimento. A agulha é inserida com uma pressão moderada e um movimento de rotação, interrompido assim que uma crepitação indicar a penetração do córtex. Algumas agulhas têm uma manga de plástico, que pode ser ajustada para evitar que elas sejam impelidas muito profundamente para o interior ou através do osso.

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