(Ver também Visão geral das imunodeficiências Visão geral das imunodeficiências Imunodeficiências estão associadas com ou predispõem os pacientes a várias complicações, como infecções, doenças autoimunes, linfomas e outros tipos de câncer. Imunodeficiências primárias são... leia mais e Abordagem ao paciente com distúrbios de imunodeficiência Abordagem ao paciente com suspeita de imunodeficiência Em geral, as imunodeficiências se manifestam pelo aparecimento de infecções recorrentes. Entretanto, as infecções recorrentes têm maior probabilidade de ter outras causas além da imunodeficiência... leia mais .)
A síndrome de Chediak-Higashi é uma rara doença autossômica recessiva de imunodeficiência primária Imunodeficiências primárias Imunodeficiências estão associadas com ou predispõem os pacientes a várias complicações, como infecções, doenças autoimunes, linfomas e outros tipos de câncer. Imunodeficiências primárias são... leia mais que envolve defeitos nas células fagocíticas Defeitos de fagócitos Imunodeficiências estão associadas com ou predispõem os pacientes a várias complicações, como infecções, doenças autoimunes, linfomas e outros tipos de câncer. Imunodeficiências primárias são... leia mais . A síndrome é causada por uma mutação no gene LYST (regulador do tráfico lisossômico; também conhecido como CHS1). Desenvolvem-se lisossomos gigantes em neutrófilos e outras células (p. ex., melanócitos, células de Schwann). Os lisossomos anormais não podem se fundir com os fagossomos, logo, as bactérias englobadas não sofrem lise normal.
Sinais e sintomas da síndrome de Chédiak-Higashi
Os achados clínicos da síndrome de Chédiak-Higashi incluem albinismo oculocutâneo Fisiopatologia Albinismo oculocutâneo é um defeito hereditário na formação de melanina que provoca hipopigmentação difusa da pele, cabelo e olhos. O albinismo ocular afeta os olhos e, geralmente, não afeta... leia mais e suscetibilidade a infecções respiratórias recidivantes, além de outras infecções.
Aproximadamente 80% dos pacientes apresentam uma fase adiantada da doença, com febre, icterícia, hepatoesplenomegalia, pancitopenia, diátese hemorrágica e alterações neurológicas. Nessa fase adiantada, a síndrome de Chédiak-Higashi é normalmente fatal dentro de 30 meses.
Diagnóstico da síndrome de Chédiak-Higashi
Exame genético
Neutropenia, diminuição da citotoxicidade das células matadoras naturais e hipergamaglobulinemia são comuns.
Examina-se o esfregaço de sangue periférico quanto à presença de grânulos gigantes nos neutrófilos e outras células; examina-se um esfregaço de medula óssea quanto à presença de corpos de inclusão gigantes em células precursoras de leucócitos.
O diagnóstico da síndrome de Chédiak-Higashi é confirmado por exame genético para mutações no LYST.
Como essa doença é extremamente rara, não há necessidade de examinar os parentes, a menos que a suspeita clínica seja alta. Mesmo que um irmão seja portador, a probabilidade de este encontrar outro portador e ter filhos é extremamente baixa.
Tratamento da síndrome de Chédiak-Higashi
O tratamento de suporte é com antibióticos, interferon gama e, às vezes, corticoides
Transplante de células-tronco hematopoiéticas
Antibióticos profiláticos podem ajudar a prevenir infecções, e interferon gama pode ajudar a restaurar parte da função do sistema imunitário. A pulsoterapia com corticoides e a esplenectomia algumas vezes induzem remissão transitória da síndrome de Chédiak-Higashi.
Mas, a menos que o transplante de células-tronco hematopoiéticas Transplante de células-tronco hematopoiéticas O TCTH é uma técnica de evolução rápida, que oferece potencial de cura para cânceres hematológicos ( leucemias, linfomas, mielomas) e outras doenças hematológicas (p. ex., imunodeficiência primária... leia mais seja feito, a maioria dos pacientes com a síndrome de Chédiak-Higashi morre de infecção aos 7 anos. O transplante de medula óssea com HLA (human leukocyte antigen) idêntico não fracionado após quimioterapia citorredutora pré-transplante, pode ser curativo. A taxa de sobrevida em 5 anos pós-transplante é cerca de 60%.