Testes de sensibilidade

PorMaria T. Vazquez-Pertejo, MD, FACP, Wellington Regional Medical Center;
Larry M. Bush, MD, FACP, Charles E. Schmidt College of Medicine, Florida Atlantic University
Reviewed ByBrenda L. Tesini, MD, University of Rochester School of Medicine and Dentistry
Revisado/Corrigido: modificado jan. 2025
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Visão Educação para o paciente

Testes de sensibilidade determinam a vulnerabilidade dos micróbios aos fármacos antimicrobianos por meio da exposição de concentrações-padrão de microrganismos a concentrações específicas de fármacos antimicrobianos. Testes de sensibilidade podem ser realizados para bactérias, fungos e vírus. Para alguns microrganismos, os resultados obtidos com um antimicrobiano predizem resultados com antimicrobianos similares. Dessa forma, nem todos os antimicrobianos potencialmente úteis são testados.

Testes de sensibilidade são realizados in vitro e podem não levar em consideração muitos fatores in vivo (p. ex., farmacodinâmica e farmacocinética, concentrações local-específicas dos fármacos, estado imunitário do hospedeiro e defesas locais do hospedeiro) que influenciam o sucesso do tratamento. Assim, os testes de sensibilidade nem sempre predizem a evolução do tratamento.

Testes de sensibilidade podem ser qualitativos, semiquantitativos, ou por métodos com base nos ácidos nucleicos. Os testes também podem determinar o efeito combinado de diferentes antimicrobianos (testes de sinergismo).

Métodos qualitativos

Os métodos qualitativos são menos precisos do que os semiquantitativos. Os resultados geralmente são relatados como 1 dos seguintes:

  • Suscetível (S)

  • Intermediário (I)

  • Resistente (R)

Algumas cepas que não têm critérios de resistência estabelecidos podem ser descritas apenas como susceptíveis ou não susceptíveis. O estabelecimento de quais concentrações específicas dos fármacos representam S, I e R baseia-se em múltiplos fatores, especialmente dados farmacocinéticos, farmacodinâmicos, clínicos e microbiológicos.

Habitualmente utilizado, o disco de difusão (também chamado de teste de Kirby-Bauer) é apropriado para microrganismos de crescimento rápido. Discos impregnados de antibióticos são colocados sobre placas de ágar inoculadas com o organismo a ser testado. Após incubação (em geral, 16 a 18 horas), mede-se o diâmetro da zona de inibição ao redor de cada disco. Cada combinação de organismo-antibiótico possui diferentes diâmetros, que significam S, I, ou R.

Métodos semiquantitativos

Métodos semiquantitativos determinam a concentração mínima de um antimicrobiano que inibe o crescimento de um determinado organismo in vitro. Essa concentração inibitória mínima (CIM) é descrita como um valor numérico que pode ser transcrito como 1 de 4 grupos: S (sensível), I (intermediário), R (resistente) ou, às vezes, não susceptível. A determinação da CIM é utilizada principalmente para grupos isolados de bactérias, incluindo micobactérias e anaeróbios e, algumas vezes, para fungos, especialmente Candida spp.

A concentração bactericida mínima (MBC, minimal killing bactericidal] concentration) também pode ser determinada, mas isso é tecnicamente difícil e sua interpretação não foi padronizada. O valor do teste MBC é que ele indica se um antimicrobiano pode ser bacteriostático ou bactericida.

O antimicrobiano pode ser diluído em ágar ou caldo, que é então inoculado com o organismo. A diluição em meio líquido é o padrão-ouro, mas é muito trabalhoso porque somente uma concentração do fármaco pode ser testado por tubo. Um método mais eficiente utiliza uma fita de filme de poliéster impregnada com antimicrobianos em um gradiente de concentração ao longo de seu comprimento. A fita é deixada na placa do ágar contendo o inóculo e a CIM é determinada pelo local na fita em que se inicia a inibição; vários antimicrobianos podem ser testados em uma placa.

A CIM permite correlação entre a sensibilidade do microrganismo ao fármaco e a concentração tecidual alcançada do fármaco livre (isto é, fármaco não ligado à proteína). Se a concentração tecidual for maior que a CIM é provável que o tratamento seja eficaz. As designações de S, I e R provenientes do estudo da CIM geralmente se correlacionam com as concentrações de fármaco livre alcançáveis no soro, no plasma e na urina.

Métodos baseados em ácido nucleico

Esses testes incorporam técnicas de ácido nucleico semelhantes às utilizadas para a identificação de microrganismos, mas modificadas para detectar genes ou mutações de resistência conhecidas. Um exemplo é o mecA, um gene de resistência à oxacilina do S. aureus; se esse gene for identificado, considera-se que o microrganismo é resistente à maioria dos beta-lactâmicos, independentemente dos resultados de sensibilidade aparente. Entretanto, embora alguns desses genes sejam conhecidos, sua presença não confere uniformemente resistência in vivo. E, considerando que novas mutações ou outros genes de resistência podem estar presentes, sua ausência não garante susceptibilidade ao fármaco. Por isso, os métodos de testes de sensibilidade fenotípica de rotina continuam sendo a abordagem convencional para avaliar a sensibilidade de bactérias e fungos aos antimicrobianos.

No entanto, os métodos baseados em ácido nucleico são preferidos para

  • Diagnóstico rápido de tuberculose multirresistente em grupos de risco

  • Detecção rápida de possível resistência em organismos recuperados diretamente de hemoculturas positivas

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