Doenças da tireoide durante a gravidez

PorLara A. Friel, MD, PhD, University of Texas Health Medical School at Houston, McGovern Medical School
Revisado/Corrigido: out 2021
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    Doenças da tireoide podem estar presentes antes de as mulheres engravidarem ou elas podem desenvolver-se durante a gravidez. Estar grávida não altera os sintomas de distúrbios da tireoide. A forma como o feto é afetado depende de qual distúrbio da tireoide está presente e quais os medicamentos usados ​​para o tratamento. Porém, normalmente, os riscos incluem:

    As causas mais comuns do hipotireoidismo em gestantes são

    Se a mulher tem ou teve um distúrbio da tireoide, ela e o bebê são acompanhados de perto durante e após a gravidez. O médico os acompanha regularmente para observar eventuais alterações nos sintomas e faz exames de sangue com a finalidade de medir os níveis de hormônio da tireoide.

    Doença de Graves

    Na doença de Graves (uma doença autoimune), anticorpos anômalos estimulam a tireoide a produzir uma quantidade excessiva de hormônio da tireoide. Estes anticorpos podem atravessar a placenta e estimular a glândula tireoide do feto. Assim, o feto ocasionalmente apresenta frequência cardíaca acelerada e não cresce tanto quanto o esperado. É possível que ocorra um aumento da tireoide do feto, formando um bócio. Raramente, o bócio é tão grande que dificulta a deglutição pelo feto, provoca o acúmulo de excesso de líquido nas membranas que envolvem o feto (poli-hidrâmnio) ou faz com que o trabalho de parto inicie prematuramente.

    Normalmente, durante a gravidez, a doença de Graves é tratada com a menor dose possível de propiltiouracila, administrada por via oral. Os exames físicos e as medições de níveis de hormônio da tireoide são feitos regularmente, porque a propiltiouracila atravessa a placenta. O medicamento pode reduzir a atividade da tireoide e, com isso, impede que o feto produza uma quantidade suficiente de hormônios da tireoide. Ele também pode causar bócio no feto. Hormônios sintéticos da tireoide, geralmente usados também para tratar esse distúrbio, não são usados ​​com a propiltiouracila durante a gravidez. Esses hormônios às vezes ocultam problemas que ocorrem quando as doses de propiltiouracila são muito altas e podem causar hipotireoidismo no feto. O metimazol pode ser usado no lugar da propiltiouracila.

    Muitas vezes, a doença de Graves torna-se menos grave durante o terceiro trimestre, de modo que a dose do medicamento pode ser reduzida ou a medicação pode ser interrompida.

    O iodo radioativo, usado para diagnosticar ou tratar a doença de Graves, não é usado durante a gravidez, pois ele pode prejudicar a tireoide do feto.

    Se uma tempestade tireoidiana (hiperatividade súbita e extrema da tireoide) ocorrer ou os sintomas se tornarem graves, é possível administrar betabloqueadores (que normalmente são usados ​​para tratar a hipertensão arterial) à mulher.

    Caso necessário, a tireoide da gestante pode ser retirada durante o segundo trimestre. A mulher que receber esse tratamento deve começar a tomar hormônios tireoidianos sintéticos 24 horas após a cirurgia. O uso desses hormônios por essa mulher não causa problemas para o feto.

    Hipotireoidismo

    Às vezes, o hipotireoidismo causa a cessação da menstruação. Contudo, as mulheres com hipotireoidismo leve ou moderado frequentemente têm menstruações normalmente e conseguem engravidar. A mulher pode continuar a tomar a dose normal do hormônio da tireoide sintético tiroxina (T4) durante a gravidez. Talvez seja necessário ajustar a dose conforme a gravidez avança.

    Caso o hipotireoidismo seja diagnosticado pela primeira vez durante a gravidez, ele é tratado com tiroxina.

    Tireoidite de Hashimoto

    A tireoidite de Hashimoto é a inflamação crônica da tireoide causada por uma reação autoimune, quando há mau funcionamento do sistema imunológico e ele ataca seus próprios tecidos. Uma vez que o sistema imunológico é suprimido durante a gravidez, esse distúrbio pode se tornar menos evidente. No entanto, às vezes a gestante apresenta hipotireoidismo ou hipertireoidismo que exige tratamento.

    Tireoidite subaguda

    A tireoidite subaguda (uma inflamação repentina da tireoide) ocorre com frequência durante a gravidez. A tireoide pode aumentar, formando um bócio, que é sensível. O bócio normalmente surge durante ou após uma infecção respiratória. É possível que a mulher tenha hipertireoidismo e apresente sintomas, mas isso é temporário.

    A tireoidite subaguda geralmente não exige tratamento.

    Distúrbios da tireoide pós-parto

    A tireoide pode ficar hipoativa (hipotireoidismo) ou hiperativa (hipertireoidismo) nos primeiros seis meses após o parto.

    Os distúrbios da tireoide pós-parto ocorrem com mais frequência em mulheres que

    • Têm bócio

    • Têm parentes próximos com hipertireoidismo ou hipotireoidismo causados por uma reação autoimune

    • Têm tireoidite de Hashimoto

    • Têm diabetes tipo 1

    Se a mulher tiver qualquer um dos fatores de risco acima, o médico mede os níveis de hormônios da tireoide durante o primeiro trimestre e após o parto. Os distúrbios da tireoide que surgem após o parto normalmente são temporários, mas talvez precisem de tratamento.

    Um distúrbio denominado tireoidite indolor com hipertireoidismo transitório pode aparecer subitamente nas primeiras semanas após o parto. Ele é provavelmente causado por uma reação autoimune. Esse distúrbio pode persistir, reaparecer periodicamente ou piorar progressivamente.

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