Como responder perguntas comuns de pacientes sobre a síndrome de Cushing
A síndrome de Cushing fez manchete, recentemente, depois que uma celebridade foi diagnosticada com esse quadro clínico relativamente raro. Pacientes com síndrome de Cushing têm uma quantidade excessiva do hormônio adrenal chamado cortisol, que pode causar alterações na aparência física e quadros clínicos com risco à vida. Dada a cobertura recente dos sintomas indicadores da síndrome de Cushing e dos seus efeitos no corpo, os pacientes podem ficar curiosos sobre o quadro clínico e as medidas a serem adotadas se estiverem em risco.
Aqui estão as respostas para algumas das perguntas mais prementes dos pacientes sobre a síndrome de Cushing.
1. O que causa a síndrome de Cushing?
As glândulas adrenais secretam hormônios que ajudam a controlar a pressão arterial, a frequência cardíaca, o equilíbrio hídrico e de sódio e a resposta ao estresse, dentre outros. A síndrome de Cushing ocorre quando essas glândulas liberam o hormônio cortisol em excesso ou quando a pessoa está tomando um hormônio como o cortisol.
Em geral, a síndrome tem uma de duas causas:
- um tumor nas glândulas adrenais ou um câncer em outra parte do corpo
- tomar um corticosteroide por um longo período
Corticosteroides (frequentemente denominados esteroides) são prescritos para quadros clínicos graves, incluindo doenças inflamatórias, alérgicas e autoimunes.
É importante ter em mente que a síndrome de Cushing é diferente da doença de Cushing. A doença de Cushing se refere especificamente à síndrome de Cushing com uma causa específica – a estimulação excessiva das glândulas adrenais por um tumor hipofisário.
Às vezes, os pacientes acham que, como o cortisol é um hormônio do estresse, sua doença de Cushing é causada pelo estresse da vida diária. Isso não é verdade. Não há evidências de que um estilo de vida específico cause a síndrome de Cushing.
2. Quais são os sintomas da síndrome de Cushing?
O cortisol é um hormônio essencial no corpo. Ter uma quantidade excessiva pode causar muitas alterações, incluindo aumentos no açúcar e colesterol no sangue. Os corticosteroides também alteram a quantidade e a distribuição da gordura corporal.
Outros sintomas da síndrome de Cushing incluem:
- Rosto grande e redondo (chamado “rosto em lua cheia”)
- Grandes quantidades de gordura abdominal e gordura na parte superior das costas (chamada “corcunda de búfalo”)
- Pele fina que forma hematomas facilmente e cicatriza lentamente
- Estrias arroxeadas que se parecem com estrias causadas pelo estiramento excessivo da pele no tórax e abdômen
- Cansaço fácil
- Às vezes, excesso de pelos na face e no corpo
- Nas mulheres, às vezes, perda de cabelo da cabeça
Com o passar do tempo, os níveis elevados de corticosteroides aumentam a pressão arterial (hipertensão), enfraquecem os ossos (osteoporose) e diminuem a resistência a infecções. A pessoa corre um risco maior de desenvolver cálculos renais, diabetes e coágulos nas veias; podem ocorrer também transtornos e sintomas psicológicos, incluindo depressão e alucinações.
A síndrome de Cushing pode ser fatal. Cortisol muito alto reduzirá os níveis de potássio, podendo causar problemas cardíacos. Níveis muito elevados de cortisol suprimem o sistema imunológico e, de repente, pacientes com síndrome de Cushing podem adoecer gravemente de uma infecção que, de outra forma, teriam derrotado facilmente.
3. O que posso esperar em uma consulta médica para a síndrome de Cushing?
No caso de pacientes que não tomam níveis elevados de esteroides, a síndrome de Cushing é rara e muitos sintomas podem ter outras causas. Ao mesmo tempo, as alterações físicas podem ser um bom indicador da síndrome de Cushing.
Muitas vezes, os pacientes percebem alterações na aparência física, o que leva a uma consulta com o médico. Se você estiver apresentando esses sintomas, é uma boa ideia procurar o clínico geral imediatamente. Traga algumas fotos de si mesmo de alguns anos atrás para que os médicos possam ver como o seu corpo pode ter mudado. Os médicos também perguntarão sobre qualquer coisa que possa aumentar os níveis de esteroides, como o uso de cremes com esteroides ou esteroides inalatórios, bem como o uso de drogas recreativas.
Se um médico suspeitar de níveis elevados de cortisol, alguns métodos podem ser usados para um diagnóstico mais preciso do problema e para determinar se o paciente tem síndrome de Cushing. Isso pode incluir a medição dos níveis de cortisol na saliva, urina e/ou sangue, medicamentos para a supressão temporária dos níveis de cortisol ou exames de imagem.
Assim que um paciente for diagnosticado com síndrome de Cushing, é importante consultar um especialista para obter orientações detalhadas e prosseguir com o tratamento. O tratamento dependerá da localização do problema, se nas glândulas adrenais, na hipófise ou em outro lugar. Para aqueles que tomam esteroides, os médicos podem recomendar uma mudança na medicação. Outros tratamentos podem incluir uma dieta rica em proteínas e potássio, medicamentos que diminuem os níveis de cortisol ou bloqueiam seus efeitos, cirurgia ou radioterapia.
Pessoas submetidas à remoção das glândulas adrenais para tratar a doença de Cushing que não foi resolvida com cirurgia e/ou radioterapia direcionada para a hipófise podem desenvolver a síndrome de Nelson, em que um tumor hipofisário cresce e a cor da pele da pessoa muda devido à pigmentação.
4. É seguro tomar esteroides?
Esteroides podem ser um tratamento fundamental para muitos pacientes, mas apresentam risco de efeitos colaterais. Eles precisam ser tomados conforme a prescrição recebida. O médico nunca interrompe o uso de corticosteroides subitamente se a pessoa estiver fazendo uso deles por mais de duas ou três semanas. Em vez disso, o médico diminui gradativamente (desmama) a dose ao longo de algumas semanas, às vezes, meses.
Os pacientes devem saber que, independentemente da causa, a síndrome de Cushing é tratável. Para obter mais informações sobre a síndrome de Cushing, visite a página dos Manuais ou Fatos Rápidos sobre o assunto.