Febre de Lassa e febres hemorrágicas sul-americanas

PorStefania Carmona, MD, University of Alabama at Birmingham
Revisado porChristina A. Muzny, MD, MSPH, Division of Infectious Diseases, University of Alabama at Birmingham
Revisado/Corrigido: modificado ago. 2025
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Fatos rápidos

A febre de Lassa e as febres hemorrágicas sul-americanas causadas por arenavírus são infecções virais que causam sangramento (hemorragia) e disfunção orgânica. Muitas vezes elas resultam em morte.

  • Essas infecções são transmitidas de roedores para pessoas, em geral quando as pessoas ingerem alimentos contaminados.

  • Os sintomas podem incluir febre, dores musculares, dor de cabeça, enjoo, vômito, tosse e dor de garganta, bem como sangramento pela boca, nariz ou órgãos internos.

  • Para confirmar o diagnóstico, os médicos realizam exames de sangue e urina.

  • O tratamento inclui administrar hidratação e outros tratamentos para manutenção das funções corporais.

A febre de Lassa ocorreu na Nigéria, Libéria, Guiné, Togo, Benin, Gana e Serra Leoa. As febres hemorrágicas sul-americanas por arenavírus ocorrem na Bolívia, Argentina, Venezuela e no Brasil.

Essas infecções, causadas pelos arenavírus, são transmitidas por roedores ou pela sua urina ou excrementos para as pessoas, geralmente quando elas comem alimentos contaminados. Elas podem ser transmitidas de pessoa para pessoa através do contato com líquidos do corpo (como saliva, urina, fezes ou sangue).

Sintomas

Os sintomas de febre de Lassa e febres hemorrágicas sul-americanas por arenavírus geralmente começam entre cinco e 16 dias após as pessoa ter sido exposta ao vírus. Essas infecções causam febre, sensação geral de indisposição (mal-estar), fraqueza, dores difusas pelo corpo, diarreia e vômitos. Ao longo dos quatro a cinco dias seguintes, podem surgir dor no peito, dor de garganta, tosse e vômito. Aproximadamente 80% dos casos de febre de Lassa são leves e muitas vezes não são diagnosticados. Os sintomas são graves em aproximadamente 20% das pessoas.

Se for grave, a febre de Lassa pode causar inchaço do rosto e do pescoço, acúmulo de líquido nos pulmões, sangramento da boca, nariz, vagina ou trato digestivo e pressão arterial baixa. Entre 20 e 30% das pessoas com febre de Lassa perdem a audição. A perda pode ser permanente.

No caso da febre hemorrágica sul-americana, verifica-se com frequência a existência de sangramentos orais e nasais, do estômago e do aparelho intestinal. O sangramento ocorre com menos frequência na febre de Lassa, mas ele às vezes ocorre a partir de feridas por punção, da gengiva ou do nariz e sob a pele (e aparece na forma de pequenas manchas roxas). A morte, quando ocorre, é geralmente decorrente do choque provocado pelo vazamento generalizado de líquidos através dos vasos sanguíneos.

A recuperação ou morte geralmente ocorre 7 a 31 dias depois do início dos sintomas. Entre 15 e 20% das pessoas internadas no hospital por febre de Lassa grave morrem devido à doença.

A doença é grave durante a gestação, sobretudo durante o terceiro trimestre. A maioria das gestantes infectadas perde o feto.

Diagnóstico

  • Exames de sangue

Essas infecções são suspeitas quando as pessoas que foram expostas ao vírus têm sintomas característicos. O diagnóstico de febre de Lassa ou de uma febre hemorrágica sul-americana é confirmado pelos exames de sangue para identificar o vírus ou os anticorpos contra o vírus.

Tratamento

  • Tratamento de apoio, incluindo hidratação

  • Ribavirina

O tratamento é de suporte, o que inclui administrar hidratação e eletrólitos, se necessário.

O medicamento antiviral ribavirina não cura a febre de Lassa, mas reduz o risco de morte. Ele pode também ser benéfico em pessoas com febre hemorrágica sul-americana.

Prevenção

O isolamento rigoroso é necessário para evitar a transmissão aos profissionais da saúde e aos membros da família. Os profissionais de saúde estão em risco significativo de serem infectados quando tratam pacientes internados com febre de Lassa, devendo, portanto, usar equipamento de proteção pessoal. Durante um surto, manter as pessoas com sintomas de infecção (febre e hemorragia) em quarentena tem sido uma forma eficaz de controlar os surtos dessas infecções. São tomadas precauções para prevenir a propagação pelo ar.

Não há nenhuma vacina disponível para a febre de Lassa.

Mais informações

O seguinte recurso em inglês pode ser útil. Vale ressaltar que O Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Organização Mundial da Saúde [OMS]: Febre de Lassa. 05 de dezembro de 2024.

  2. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC): Sobre a febre de Lassa. 31 de janeiro de 2025.

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