Síndrome de congestão pélvica

PorJoAnn V. Pinkerton, MD, University of Virginia Health System
Revisado/Corrigido: jan 2023
Visão Educação para o paciente

A síndrome de congestão pélvica é dor crônica exacerbada ao permanecer em pé ou por relação sexual e associada a veias varicosas no ou perto dos ovários.

A síndrome de congestão pélvica é uma causa comum de dor pélvica crônica. Veias varicosas e insuficiência venosa são comuns nas veias ovarianas, mas muitas vezes são assintomáticas. A razão por que algumas mulheres desenvolvem os sintomas é desconhecida. A maioria das mulheres com síndrome de congestão pélvica tem 20 a 45 anos e múltiplas gestações. Uma das hipóteses é que o ingurgitamento ovariano leva ao alongamento da íntima, com distorção do endotélio e das células musculares lisas nos vasos sanguíneos, resultando na liberação de substâncias vasoativas que causam inflamação e dor.

Sinais e sintomas da síndrome de congestão pélvica

Em mulheres com a síndrome de congestão pélvica, a dor pélvica se desenvolve após pelo menos uma gestação. A dor tende a piorar com cada gestação subsequente.

Normalmente, a dor é prolongada e indistinta, mas pode ser aguda ou latejante. É pior no final do dia (depois que as mulheres permaneceram sentadas ou em pé por muito tempo) e é aliviada ao se deitar. A dor também é pior durante ou após a relação sexual. É muitas vezes acompanhada de dor lombar, dores nas pernas e algumas vezes sangramento uterino anormal (1).

A dor tende a ser unilateral, mas pode ser bilateral.

Mulheres também podem ter veias varicosas na região glútea, coxas e vagina ou vulva.

O exame pélvico detecta ovários sensíveis e dor à movimentação do colo do útero.

Referência sobre sinais e sintomas

  1. 1. Bendek B, Afuape N, Banks E Desai, et al: Comprehensive review of pelvic congestion syndrome: Causes, symptoms, treatment options. Curr Opin Obstet Gynecol 32 (4):237–242, 2020.

Diagnóstico da síndrome de congestão pélvica

  • Critérios clínicos

  • Varicosidades ovarianas, detectadas durante testes de imagem

O diagnóstico da síndrome de congestão pélvica requer que a dor esteja presente por > 6 meses e que os ovários estejam sensíveis quando examinados.

Ultrassonografia é feita, mas pode não mostrar varicosidades em mulheres quando estão deitadas.

Alguns especialistas recomendam exames complementares (p. ex., venografia, TC, RM, venografia com ressonância magnética) se necessário para confirmar varicosidades pélvicas. Pode-se confirmar as varicosidades pélvicas por cateterização seletiva de veias específicas e injeção de agente de contraste (venografia).

Se a dor pélvica é incômoda e a causa não foi identificada, pode-se realizar laparoscopia.

Tratamento da síndrome de congestão pélvica

  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

  • Acetato de medroxiprogesterona, ou agonistas do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH)

O tratamento da síndrome de congestão pélvica consiste em altas doses de acetato de medroxiprogesterona, AINEs e agonistas do GnRH. Di-hidroergotamina e medroxiprogesterona por via IV tem sido utilizadadas. Não há evidências de alta qualidade sobre as opções de tratamento.

Se esses medicamentos são ineficazes e se a dor persiste e é grave, pode-se considerar embolização endovascular ou escleroterapia.

Pode-se embolizar as varicosidades detectadas durante a venografia com pequenas molas ou um agente embólico após anestesia local e sedação intravenosa. Esse procedimento reduz a necessidade de analgésicos em até 80%.

Pontos-chave

  • A síndrome de congestão pélvica é o resultado de vasos pélvicos dilatados.

  • Os sintomas só se desenvolvem em algumas mulheres com varicosidades pélvicas.

  • A dor geralmente é unilateral e piora ao ficar em pé e durante a relação sexual; outros sintomas incluem dor lombar, dor nas pernas e, às vezes, sangramento menstrual anormal.

  • Exames de imagem isolados não são diagnósticos; não tratar veias pélvicas dilatadas caso sejam um achado isolado.

  • Tentar tratar com AINEs com acetato de medroxiprogesterona ou agonistas de GnRH

  • Se a dor persiste e é intensa, considerar embolização endovascular ou escleroterapia.

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