(Ver também Visão geral das infecções bacterianas da pele.)
Na maioria dos pacientes, não se encontram fatores predisponentes, mas o impetigo pode surgir a partir de qualquer solução de continuidade da pele. Os fatores de risco gerais parecem ser ambiente úmido, má higiene ou carga nasofaríngea de estafilococos ou estreptococos. O impetigo é bolhoso ou não bolhoso. Staphylococcus aureus é a causa principal do impetigo não bolhoso e de todos os impetigos bolhosos. As bolhas são produzidas por uma toxina esfoliativa produzida por estafilococos. S. aureus resistente à meticilina (SAMR) tem sido isolado em cerca de 20% dos casos recentes de impetigo.
Sinais e sintomas
O impetigo não bolhoso manifesta-se como agrupamentos de vesículas ou pústulas que se rompem e formam uma crosta melicérica (exsudato da base da lesão) sobre a lesão.
O impetigo bolhoso é similar, exceto que tipicamente as vesículas se alargam de modo rápido para formar bolhas. Estas se rompem expondo grandes áreas, melicéricas ou crostosas.
O ectima caracteriza-se por pequenas úlceras, purulentas e rasas, recobertas por crostas espessas de cor marrom-enegrecida com eritema ao redor.
O impetigo e o ectima causam dor leve ou desconforto. O prurido é comum e a coçadura dissemina a infecção, inoculando áreas adjacentes e distantes da pele.
Diagnóstico
Tratamento
A área afetada deve ser lavada delicadamente, com sabão e água, várias vezes ao dia para remover as crostas.
O tratamento do impetigo localizado é com o antibiótico mupirocina em pomada 3 vezes ao dia, durante 7 dias ou pomada de retapamulina 2 vezes ao dia, durante 5 dias ou creme de ozenoxacina a 1% aplicado a cada 12 horas por 5 dias. Creme de ácido fusídico a 2%, 3 a 4 vezes ao dia até as lesões desaparecerem é igualmente eficaz, mas não está disponível nos EUA.
Antibióticos orais, [p. ex., dicloxacilina ou cefalexina, 250 a 500 mg 4 vezes ao dia (12,5 mg/kg 4 vezes ao dia para crianças) por 10 dias], podem ser necessários para pacientes imunocomprometidos, pacientes com lesões impetiginosas extensas ou resistentes ou para ectima; clindamicina 300 mg a cada 6 horas ou eritromicina 250 mg a cada 6 horas pode ser usada em pacientes alérgicos à penicilina, mas a resistência aos dois medicamentos é um problema crescente.
O uso inicial da terapia empírica contra SAMR normalmente não é aconselhável, a menos que haja evidências clínicas irrefutáveis (p. ex., contato com uma pessoa que tem um caso documentado, exposição à epidemia documentada, prevalência local de cultura documentada de > 10% ou 15%). O tratamento para SAMR deve ser direcionado pelos resultados de teste para cultura e sensibilidade; tipicamente clindamicina, sulfametoxazol-trimetoprima e doxiciclina são eficazes contra a maioria das cepas da SAMR associadas à comunidade.
Outra terapia é a restauração da barreira cutânea normal, em pacientes com dermatite atópica ou extensa xerose, utilizando-se hidratantes tópicos e corticoides, se indicado. Nos portadores crônicos de estafilococos nas narinas, aplicam-se antibióticos tópicos (mupirocina), por 1 semana ao mês, no período de 3 meses consecutivos.
A cura é rápida após tratamento adequado e oportuno. A demora pode causar celulite, linfangite, furunculose e hiper ou hipopigmentação, com ou sem cicatriz. Crianças de 2 a 4 anos têm risco de adquirir glomerulonefrite aguda se forem contaminadas por cepas nefritogênicas dos estreptococos do grupo A (tipos 49, 55, 57 e 59); a nefrite parece ser mais comum no sul dos EUA do que em outras regiões. É pouco provável que o tratamento com antibióticos previna glomerulonefrite pós-estreptocócica.
Pontos-chave
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S. aureus é a principal causa do impetigo não bolhoso e de todos os impetigos bolhosos.
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Crosta cor de mel é característica do impetigo bolhoso e não bolhoso.
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No impetigo persistente, fazer cultura da ferida [para identificar S. aureus resistente à meticilina (MRSA)] e do nariz (para identificar um reservatório nasal).
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Tratar a maioria dos casos com antibióticos tópicos.