Tecnologias de reprodução assistida

PorRobert W. Rebar, MD, Western Michigan University Homer Stryker M.D. School of Medicine
Revisado/Corrigido: out 2022
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    As tecnologias de reprodução assistida incluem trabalhar com espermatozoides e óvulos ou embriões em um laboratório (in vitro) com o objetivo de gerar uma gravidez

    (consulte também Considerações gerais sobre a infertilidade).

    O uso de tecnologias de reprodução assistida, como a fertilização in vitro ou a transferência intrafalopiana de gametas, pode ser considerado caso o tratamento não tenha resultado em gravidez após quatro a seis ciclos menstruais. Essas técnicas são mais bem-sucedidas em mulheres com menos de 35 anos de idade. Por exemplo, nos Estados Unidos, a fertilização in vitro tem os seguintes resultados:

    • Em mulheres com menos de 35 anos de idade: Aproximadamente 30% dos procedimentos deram origem a nascidos vivos.

    • Em mulheres com 41 a 42 anos de idade: Apenas aproximadamente 11% dos procedimentos resultaram em nascidos vivos.

    Para mulheres com mais de 42 anos de idade, é recomendado o uso de óvulos de outra mulher (doadora).

    As tecnologias de reprodução assistida podem gerar mais de um feto, mas a chance de isso acontecer é muito menor que no caso dos medicamentos para fertilidade.

    Se o risco de anomalias genéticas for alto, geralmente o embrião pode ser examinado antes de ser implantado no útero da mulher. Esse exame é chamado de teste genético pré-implantacional.

    Você sabia que...

    • Um embrião pode ser examinado quanto à presença de anomalias genéticas, antes de ser implantado na mulher.

    Inseminação intrauterina

    O processo de inseminação intrauterina inclui selecionar apenas os espermatozoides mais ativos e, em seguida, colocá-los diretamente no útero. Os espermatozoides mais ativos são selecionados por meio de lavagem uma amostra de sêmen. O médico tenta colocar esses espermatozoides no útero na mesma época em que ocorre a ovulação.

    Com esse procedimento, a gravidez geralmente ocorre até a sexta tentativa, se for de fato ocorrer. A inseminação intrauterina é muito menos eficaz que a fertilização in vitro, mas é muito menos invasiva e mais barata.

    Fertilização in vitro (tubo de ensaio) (FIV)

    A fertilização in vitro (FIV) pode ser utilizada para tratar a infertilidade independentemente da causa (incluindo quando ela não tiver sido identificada).

    A FIV normalmente envolve o seguinte:

    • Estimulação dos ovários: Normalmente, os ovários da mulher são estimulados com gonadotrofinas humanas, com ou sem clomifeno. Um agonista ou antagonista do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é administrado com frequência para impedir que a ovulação ocorra antes de vários óvulos terem amadurecido. Assim, muitos óvulos geralmente amadurecem. Em seguida, gonadotrofina coriônica humana é administrada para estimular a ovulação. Um agonista do GnRH é usado para estimular a ovulação em mulheres cujo risco de apresentar síndrome de hiperestimulação ovariana é alto.

    • Coleta de óvulos liberados: Aproximadamente 34 horas depois, o médico realiza a inserção de uma agulha, guiada por ultrassonografia, através da vagina até chegar ao ovário e remove os óvulos que já cresceram e se desenvolveram. Às vezes, os óvulos são removidos através de um pequeno tubo (laparoscópio) inserido através de uma pequena incisão, logo abaixo do umbigo.

    • Fertilização dos óvulos: Os óvulos são colocados num prato de cultura e fertilizados com os espermatozoides que foram selecionados como sendo os mais ativos. Nesse momento, um único espermatozoide pode ser injetado em cada oócito (um procedimento denominado injeção intracitoplasmática de espermatozoide), sobretudo se a produção de espermatozoides do parceiro da mulher estiver alterada.

    • Crescimento dos embriões resultantes em um laboratório: Depois que os espermatozoides são adicionados, os óvulos são deixados em desenvolvimento por aproximadamente dois a cinco dias.

    • Implantação dos embriões no útero da mulher: Um ou alguns dos embriões resultantes são transferidos a partir da placa de cultura para o útero da mulher através da vagina. O número de embriões implantados é determinado pela idade da mulher e pela probabilidade de resposta ao tratamento. Os embriões costumam ser implantados dois a seis dias após a fecundação.

    Com cada vez mais frequência, embriões adicionais estão sendo congelados em nitrogênio líquido para serem usados mais tarde, se a gravidez não ocorrer. Além disso, é possível que o médico tente realizar a FIV com apenas um óvulo que se desenvolveu normalmente durante o ciclo menstrual (ou seja, sem usar medicamentos para fertilidade).

    A chance de ter um bebê por meio de fertilização in vitro depende de muitos fatores, mas a idade da mulher possivelmente é o fator mais importante.

    O maior risco da fertilização in vitro é

    A gravidez múltipla pode causar complicações graves na mãe e nos recém-nascidos. As complicações podem estar relacionadas à gravidez. Por exemplo, a mãe pode ter hipertensão arterial ou diabetes ou ainda ter sangramento excessivo. Os fetos podem morrer, ou os bebês podem ter baixo peso de nascimento. Por causa dessas complicações, atualmente os médicos transferem uma quantidade menor de embriões para o útero de uma só vez. O risco de ter uma gravidez múltipla pode ser eliminado quando o médico transfere apenas um embrião para o útero e congela o resto para talvez serem usados no futuro.

    Defeitos congênitos são levemente mais comuns entre bebês concebidos por FIV. No entanto, os especialistas não estão certos de se o motivo está relacionado à técnica ou aos problemas de fertilidade, que tornaram a FIV necessária. Além disso, mais de sete milhões de bebês já foram concebidos através da fertilização in vitro, e a esmagadora maioria desses bebês não apresentou defeito congênito nenhum.

    Nos Estados Unidos, estima-se que a chance de ter uma gravidez bem-sucedida para cada óvulo coletado é de aproximadamente 45% para mulheres com menos de 35 anos de idade e um pouco mais de 10% para mulheres entre 41 e 42 anos de idade.

    Injeção intracitoplasmática de espermatozoide

    A injeção intracitoplasmática de espermatozoide pode ser utilizada quando

    • Outras técnicas têm probabilidade de falhar.

    • Há um problema grave com o esperma.

    Ela se parece com a fertilização in vitro, exceto que apenas um espermatozoide é injetado em cada óvulo.

    Mais de 60% dos procedimentos de reprodução assistida nos Estados Unidos até o ano de 2018 incluíram injeção intracitoplasmática de espermatozoide.

    A chance de ocorrerem defeitos congênitos é maior após esse procedimento, possivelmente porque:

    • O procedimento pode danificar o óvulo, o espermatozoide ou o embrião.

    • O desenvolvimento dos órgãos reprodutores no feto masculino pode ser afetado caso o espermatozoide do homem tenha um cromossomo Y (um dos cromossomos sexuais) anômalo, geralmente resultando em problemas de fertilidade, como os do pai. A maioria dos defeitos congênitos em bebês concebidos por meio de injeção intracitoplasmática de espermatozoide envolve os órgãos reprodutores.

    Transferência intrafalopiana de gametas (Gamete intrafallopian tube transfer, GIFT)

    A transferência intrafalopiana de gametas é um procedimento raramente usado nos Estados Unidos porque a fertilização in vitro é muito bem-sucedida.

    A técnica GIFT pode ser usada se as trompas de falópio estiverem funcionando normalmente. Os óvulos e os espermatozoides ativos selecionados são obtidos para a fertilização in vitro, mas os óvulos não são fertilizados com os espermatozoides no laboratório. Em vez disso, os óvulos e os espermatozoides são transferidos para a outra extremidade das trompas de Falópio da mulher através de uma pequena incisão no abdômen (usando um laparoscópio) ou através da vagina (guiado por ultrassom), de modo que o óvulo possa ser fertilizado na trompa de Falópio. Assim, essa técnica é mais invasiva que a fertilização in vitro.

    Outras técnicas

    Essas técnicas incluem:

    • Uma combinação de FIV e GIFT

    • Transferência de um óvulo fertilizado (zigoto) à trompa de Falópio (raramente realizado)

    • Utilização de óvulos ou embriões de outra mulher (doadora), especialmente se a mulher tiver mais de 42 anos de idade

    • Transferência de embriões congelados para uma mãe de aluguel

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