Antibióticos polipeptídicos: bacitracina, colistina, polimixina B

PorBrian J. Werth, PharmD, University of Washington School of Pharmacy
Revisado/Corrigido: mai 2022
Visão Educação para o paciente

Antibióticos polipeptídeos rompem as paredes celulares bacterianas.

A bacitracina é um antibiótico polipeptídico que inibe a parede celular e é ativo contra organismos Gram-positivos.

A colistina (polimixina E) e a polimixina B são antibióticos polipeptídicos catiônicos que rompem as membranas externas das paredes bacterianas através da ligação à membrana aniônica externa, neutralizando assim a toxicidade da bactéria e causando morte celular bacteriana.

O metassulfonato de colistina (colistimetato de sódio [CMS]) é a apresentação parenteral de um pró-fármaco transformada em colistina no sangue e na urina. O CMS é menos tóxico que a colistina.

Polipeptídeos além da colistina geralmente são utilizados localmente; a absorção sistêmica é negligenciável.

Resistência

A resistência à colistina e polimixina é tipicamente adquirida por meio de modificações na porção lipídica A da membrana externa do lipopolissacarídeo; essas modificações levam a uma superfície celular com predomínio de carga positiva, sem afinidade com as polimixinas de carga positiva. A resistência adquirida pode ser transportada por elementos genéticos móveis [p. ex., plasmídeos mcr-1, 2, 3 (resistência à colistina mobilizada)], aumentando o risco de transferência horizontal. A resistência cruzada entre a colistina e a polimixina B é de quase 100%.

Indicações para antibióticos polipeptídicos

Os polipeptídeos são utilizados para vários tipos de infecção (ver tabela Algumas indicações clínicas dos polipeptídeos).

Bacitracina é utilizada principalmente como tratamento tópico para

A polimixina B e colistina têm atividade bactericida rápida, proporcional à concentração contra

Esses fármacos não são ativos contra Proteus, Providencia, Burkholderia e Serratia spp e alguns anaeróbios obrigatórios, incluindo Bacteroides fragilis e bactérias Gram-positivas (1).

A maior prevalência de bacilos Gram-negativos amplamente resistentes a fármacos em hospitais levou ao ressurgimento do uso de colistina IV para infecções sistêmicas graves (p. ex., pneumonia associada à ventilação mecânica, bacteremia). Mas a polimixina B e a colistina IV normalmente só devem ser utilizadas quando não há opções menos tóxicas. Ao utilizar polimixinas, deve-se utilizá-las em combinação com outros fármacos como meropeném, não em monoterapia. A colistina é frequentemente combinada com outros antibióticos para tratar infecções causadas por bactérias multirresistentes; a eficácia dessas combinações ainda não foi rigorosamente avaliada em ensaios clínicos. Algumas das combinações mais recentes dos betalactâmicos e fármacos inibidores são preferíveis ao tratamento contendo polimixina, sempre que possível.

Tabela

Referência a indicações

  1. 1. Lenhard JR, Bulman ZP, Tsuji BT, Kaye KS: Shifting gears: The future of polymyxin antibiotics. Antibiotics (Basel) 8(2):42, 2019. doi: 10.3390/antibiotics8020042

Contraindicações aos antibióticos polipeptídicos

Todos os polipeptídeos são contraindicados para pacientes com história de reações alérgicas aos fármacos.

Sempre que possível, CMS e polimixina B não devem ser administrados simultaneamente a fármacos bloqueadores da transmissão neuromuscular (p. ex., rocurônio) ou de ação nefrotóxica (p. ex., aminoglicosídeos).

Uso durante a gestação e o aleitamento

Bacitracina pode representar risco mínimo durante a gestação e o aleitamento porque a absorção sistêmica é mínima; mas a segurança não foi estabelecida.

Polimixina B não foi adequadamente avaliada em estudos de reprodução animal. Nenhum estudo bem controlado foi realizado com gestantes. A segurança da polimixina em gestantes não foi determinada.

Sulfonato de metano de colistina (CMS) mostrou algum risco em estudos de reprodução animal. Dados relacionados com a gestação em humanos são inadequados. Não se sabe se é seguro utilizar a colistina durante o aleitamento materno.

Efeitos adversos dos antibióticos polipeptídicos

Os efeitos adversos dos polipeptídeos são

  • Nefrotoxicidade

  • Neurotoxicidade central e periférica

As polimixinas são nefrotóxicas. O CMS e a polimixina B podem causar parestesias perioral e de extremidades, prurido generalizado, vertigem, fala arrastada, fraqueza muscular e dificuldade respiratória em decorrência de bloqueio neuromuscular, especialmente em pacientes com insuficiência renal.

Considerações sobre a dosagem para antibióticos polipeptídicos

Como a colistina foi lançada antes do advento da moderna análise farmacocinética/farmacodinâmica, a posologia apropriada não foi estudada de forma tão rigorosa quanto para muitos antibióticos modernos. Além disso, os fabricantes não utilizam um método uniforme para descrever a quantidade do fármaco; alguns utilizam unidades internacionais; outros utilizam miligramas da atividade da base de colistina ou miligramas do colistimetato real.

Independentemente das unidades utilizadas, muitos especialistas acreditam que a dose recomendada pelo fabricante de 2,5 a 5 mg/kg de atividade da base de colistina por dia fracionados em 2 a 4 doses seja muito baixa e recomendam esquemas de doses mais altas, incluindo a utilização de uma dose de ataque (1). Entretanto, a nefrotoxicidade é dependente da dose e torna-se uma preocupação maior com as doses mais elevadas. A posologia deve ser discutida com um especialista.

Referência sobre considerações posológicas

  1. 1. Nation RL, Garonzik SM, Thamlikitkul V, et al: Dosing guidance for intravenous colistin in critically-ill patients. Clin Infect Dis 64:565–571, 2017. doi: 10.1093/cid/ciw839

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