Etiologia
Pólipos e nódulos resultam de lesão na lâmina própria das cordas vocais verdadeiras. Granulomas resultam de lesão no pericôndrio sobre os processos vocais das cartilagens aritenoides.
Pólipos nas pregas vocais podem ocorrer no terço médio das pregas membranosas e mais frequentemente são unilaterais. Os pólipos tendem a ser mais largos e mais salientes do que os nódulos e muitas vezes têm um vaso sanguíneo de superfície dominante. Eles costumam resultar de uma lesão fonatoria aguda inicial. Outras alterações polipoides, muitas vezes bilaterais, podem ter várias outras causas, incluindo refluxo gastroesofágico, estados de hipotireoidismo não tratado, reações alérgicas laríngeas crônicas ou inalação crônica de irritantes, como vapor industrial ou fumaça de cigarro. Lesão aguda geralmente provoca pólipos pedunculados, enquanto edemas polipoides resultam de irritação crônica.
Nódulos nas pregas vocais geralmente ocorrem bilateralmente na junção do anterior e terceiro parte do meio das pregas. Sua principal causa é abuso vocal crônico— gritar, falar alto, cantar em voz alta ou usar uma frequência anormalmente baixa.
Granulomas nas pregas vocais ocorrem na glote posterior contra os processos vocais. Eles podem ser bilaterais ou unilaterais. Eles geralmente resultam de trauma por entubação, mas podem ser agravados por doença do refluxo.
(Ver também Visão geral dos distúrbios laríngeos.)
Distúrbios laríngeos
Sinais e sintomas
Diagnóstico
O diagnóstico de pólipos, nódulos e granulomas é feito por visualização direta ou indireta da laringe, com um espelho ou laringoscópio (ver tabela Diferenciação de pólipos, nódulos e granulomas vocais). Fazer biopsia por microlaringoscopia das lesões espalhadas para descartar carcinoma (ver Câncer de laringe).
Diferenciação de pólipos, nódulos e granulomas vocais
Tratamento
A correção do abuso vocal subjacente cura a maioria dos nódulos e granulomas e previne sua recidiva. A remoção de irritantes (com tratamento do refluxo gastroesofágico) permite a cicatrização, sendo necessária para prevenir a recidiva. Terapia vocal com especialista reduz o traumatismo às pregas vocais, causado por canto inapropriado ou fala de intensidade prolongadamente elevada. Os nódulos geralmente regridem apenas com terapia vocal. Granulomas que não regridem podem ser removidos cirurgicamente, mas tendem a recorrer.
Remover cirurgicamente os pólipos traumáticos para recuperar a voz normal. Outras lesões polipoides, geralmente bilaterais, por tabagismo ou hipotireoidismo devem inicialmente ser tratadas clinicamente. A excisão microcirúrgica com instrumentos frios via microlaringoscopia direta é preferível à excisão a laser, que tem risco maior de provocar dano térmico colateral, se inapropriadamente aplicado.
Na microlaringoscopia, um microscópio cirúrgico é usado para examinar, realizar biópsia e operar a laringe. As imagens podem ainda ser gravadas em vídeo. O paciente é anestesiado e a sua via respiratória é garantida por ventilação a jato de alta-pressão através do laringoscópio (jet ventilation), entubação endotraqueal, ou, se houver via respiratória superior inadequada, traqueostomia. Em razão da magnificação de imagem garantida pelo microscópio, o tecido pode ser precisamente removido, minimizando o dano (possivelmente permanente) ao mecanismo de fonação. A cirurgia a laser pode ser feita através do sistema óptico do microscópio, para permitir cortes precisos. A microlaringoscopia é a escolha para quase todas as biópsias laríngeas, para procedimentos envolvendo tumores benignos, e para as muitas formas de fonomicrocirurgia.
Pontos-chave
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Pólipos das pregas vocais resultam de trauma agudo ou irritação crônica.
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Sintomas que persistem por mais de 3 semanas ditam a necessidade de visualização das pregas vocais.
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Biópsia pode ser necessária para excluir câncer.
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Depois de excisão, é necessária a remoção da fonte irritante para prevenir recorrência.