Como cateterizar a bexiga em uma criança do sexo masculino

PorKeara N. DeCotiis, MD, Nemours/Alfred I. duPont Hospital for Children
Revisado/Corrigido: set 2023
Visão Educação para o paciente

Catéterização uretral é a inserção de um catéter flexível pela uretra até a bexiga urinária.

Há vários tipos de catéteres disponíveis. Se não for possível inserir um catéter, pode ser necessária aspiração suprapúbica da bexiga. (Ver também Cateterismo vesical, Como fazer cateterismo vesical em homens e Infecção do trato urinário em crianças.)

Indicações para cateterismo vesical: meninos

Pode-se realizar cateterismo vesical para diagnóstico e/ou tratamento.

A principal razão para inserir um catéter vesical em crianças do sexo masculino é para

  • Coletar uma amostra estéril de urina para exames em crianças muito pequenas que não conseguem urinar sob comando

As razões menos comuns incluem

  • Alívio da retenção urinária aguda ou crônica (uropatia obstrutiva)

  • Cateterismo intermitente de uma bexiga neurogênica

  • Instilação de agente de contraste para cistouretrografia

  • Irrigação vesical

  • Instilação de um medicamento

  • Monitoramento do débito urinário em certos pacientes internados (catéter de demora; não discutido aqui)

Contraindicações para cateterismo vesical: meninos

Contraindicações absolutas

Em pacientes pós-trauma, deve-se descartar ruptura do trato urinário inferior (sugerido por hematoma perineal, sangramento do meato ou lesão de osso pélvico) por uretrografia retrógrada (e, às vezes, cistoscopia) antes de fazer um cateterismo vesical

Contraindicações relativas

  • Principais anormalidades conhecidas do trato urinário inferior

  • História de estenose uretral

  • Reconstrução prévia uretral ou do colo vesical

  • História de colocação difícil do catéter

Complicações do cateterismo vesical: meninos

As complicações são

Equipamento para cateterismo vesical: meninos

Às vezes, kits pré-embalados estão disponíveis; do contrário, os equipamentos necessários normalmente incluem

  • Luvas e campos estéreis

  • Protetor absorvente

  • Solução antisséptica (p. ex., iodopovidona, clorexidina) com swabs, bolas de algodão ou compressas de gaze

  • Lubrificante estéril hidrossolúvel (com ou sem lidocaína a 2%)

  • Frasco estéril para coleta de amostras de urina

  • O tamanho do catéter uretral varia de acordo com a idade: neonato (a termo) a 6 meses — 5 a 6 Fr; lactente ou criança pequena — 6 a 8 Fr; criança pré-púbere — 10 a 12 Fr; adolescente — 12 a 14 Fr

  • Pano para remover a solução antisséptica após o procedimento

Considerações adicionais para cateterismo vesical: meninos

  • É necessário utilizar técnica estéril para prevenir infecções do trato urinário inferior.

  • Certificar-se de que o paciente não é alérgico a látex ou iodopovidona.

  • Ao realizar vários procedimentos, primeiro fazer cateterismo vesical porque a criança pode urinar durante os outros procedimentos.

Anatomia relevante para cateterismo vesical: meninos

  • A anatomia masculina pediátrica é semelhante àquela de adultos, com uma diferença de tamanho.

  • A uretra masculina se curva muito contra o púbis. Manter o pênis reto e na posição vertical, para desobstruir a curva, ao passar um catéter pela uretra.

Posicionamento para cateterismo vesical: meninos

  • Colocar o paciente em decúbito dorsal com os quadris confortavelmente abduzidos, joelhos flexionados na posição de sapo (quadris e joelhos parcialmente flexionados, calcanhares sobre o leito, quadris confortavelmente abduzidos).

  • Um assistente deve segurar as pernas ou os joelhos.

Descrição passo a passo do cateterismo vesical: meninos

A inserção de entrada e saída de um catéter será descrita aqui.

  • Permitir que um ou ambos os pais ou cuidadores estejam presentes para dar suporte à criança. Pode ser útil pedir que segurem a mão da criança, fornecer um bicho de pelúcia para a criança brincar ou utilizar outras técnicas de distração. Às vezes, sedação é necessária.

  • Posicionar todos os equipamentos sob alcance fácil em um campo estéril descontaminado em uma bandeja à beira do leito.

  • Abrir o kit pré-embalado, tomando cuidado para não contaminar o conteúdo.

  • Colocar o protetor absorvente com o lado plástico para baixo sob a região glútea.

  • Remover a fralda se presente e limpar a área com um pano úmido utilizando água e sabão. Secar a área com uma toalha seca. Lavar então as mãos com água e sabão.

  • Vestir luvas utilizando uma técnica estéril.

  • Aplicar o lubrificante estéril à extremidade do catéter e colocá-lo no campo estéril.

  • Saturar as tiras de aplicação, bolas de algodão ou compressas de gaze com iodopovidona.

  • Colocar o campo fenestrado estéril sobre a pelve de modo que o pênis permaneça exposto.

  • Segurar a haste do pênis com a mão não dominante, manter o pênis perpendicular à parede abdominal e aplicar um leve tração. Retrair o prepúcio o suficiente para visualizar o meato uretral se o paciente não for circuncidado. Não forçar a retração do prepúcio. Lembrar-se de segurar as laterais do pênis e não diretamente por baixo; a uretra atravessa essa área e é possível comprimi-la, dificultando o avanço do catéter. Essa mão agora não é estéril e não deve ser removida do pênis nem tocar em qualquer equipamento durante o restante do procedimento. Se necessário, pode-se utilizar luvas estéreis novas.

  • Limpar a glande com tiras de aplicação, compressas de gaze ou bolas de algodão saturadas com iodopovidona. Usar um movimento circular, começando no meato e trabalhando externamente. Descartar ou separar a tira de aplicação, a compressa de gaze ou as bolas de algodão recém-contaminadas. Se iodopovidona for utilizada, limpar 3 vezes e deixar a área secar.

  • Segurar o catéter com a mão livre dominante.

  • Avançar o catéter delicadamente ao longo da uretra, até obter-se a urina. Se o paciente tiver idade suficiente para cooperar, pedir que ele relaxe e respire fundo lentamente enquanto continua aplicando pressão constante. Pode haver alguma resistência por causa da contração do esfíncter vesical durante a inserção do catéter. Manter uma pressão suave e constante para que o catéter avance quando o esfíncter estiver relaxado. Não empurrar repetidamente nem forçar o catéter. A urina deve fluir livremente.

  • Coletar a urina no recipiente de amostra. Se o volume é insuficiente, massagear delicadamente o abdome inferior sobre a bexiga (área suprapúbica).

  • Remover o catéter puxando-o delicadamente.

  • Remover toda a iodopovidona remanescente com um pano úmido.

  • Em homens não circuncidados, reposicionar o prepúcio sobre a glande para evitar parafimose.

Cuidados posteriores para cateterismo vesical: meninos

  • Em homens não circuncidados, reposicionar o prepúcio sobre a glande para evitar parafimose.

  • Remover os campos.

Alertas e erros comuns para cateterismo vesical: meninos

  • Para evitar causar uma ITU, manter uma técnica estéril rigorosa durante o procedimento.

  • Para prevenir a parafimose, reduzir o prepúcio após o procedimento retornando-o à sua posição normal recobrindo a glande.

  • Para evitar causar passagens cegas e lesão uretral, não utilizar força excessiva durante a inserção.

Recomendações e sugestões para cateterismo vesical: meninos

  • Se não for possível retrair o prepúcio, não forçá-lo. Um pouco de retração suave pode ser suficiente para visualizar adequadamente o meato.

  • Lembrar-se de segurar as laterais do pênis e não diretamente por baixo; a uretra atravessa essa área e é possível comprimi-la, dificultando o avanço do catéter.

  • Não prosseguir com tentativas repetidas de colocação do catéter se houver resistência significativa ou se sentir que o catéter está entortando internamente e não está avançando.

  • Se o catéter parece estar na posição correta, mas não há retorno de urina, talvez o lubrificante esteja obstruindo a drenagem da urina. Com o catéter mantido na posição atual, lavá-lo com soro fisiológico normal para remover o lubrificante e verificar se há retorno de urina antes de prosseguir com os passos remanescentes.

  • Se o catéter parece estar na posição correta, mas não há retorno de urina e há a possibilidade de anúria devido à desidratação, considerar fornecer hidratação (apropriada à condição clínica do paciente) antes de tentar o procedimento novamente.

  • Consultar a urologia para identificar quaisquer problemas com a inserção do catéter ou instruções sobre tamanho e estilo do catéter em contextos clínicos específicos. Em certas situações em que não é possível inserir um catéter, pode-se indicar aspiração percutânea suprapúbica.

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