As doenças sexualmente transmissíveis (DST), também denominadas infecções sexualmente transmissíveis (IST), podem ser causadas por microrganismos que variam amplamente em tamanho, ciclo de vida, sintomas e suscetibilidade a tratamentos disponíveis.
DSTs bacterianas incluem
DSTs virais incluem
Infecções parasitárias que podem ser sexualmente transmissíveis são
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Tricomoníase (causada por protozoários)
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Escabiose (causada por ácaros)
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Pediculose pubiana (causada por piolhos)
Muitas outras infecções, a princípio não consideradas DST, incluindo salmonelose, shigelose, campilobacteriose, amebíase, candidíase, giardíase, hepatites (A, B e C) e infecção por citomegalovírus, podem ser transmitidas sexualmente.
Como a atividade sexual é feito pelo contato íntimo da pele e das mucosas dos órgãos genitais, da boca e do reto, muitos microrganismos se disseminam de maneira eficiente entre as pessoas. Algumas doenças sexualmente transmissíveis causam inflamação (p. ex., na gonorreia ou infecção por clamídia) ou ulceração (p. ex., no herpes simplex, sífilis ou cancroide), que predispõem à transmissão de outras infecções (p. ex., HIV).
As taxas de prevalência de DST permanecem altas na maior parte do mundo, apesar dos avanços diagnósticos e terapêuticos, que podem curar rapidamente pacientes com muitas DST não infecciosas. Nos EUA, estima-se que 20 milhões de novos casos de doenças sexualmente transmissíveis ocorrem a cada ano; cerca da metade ocorre em pessoas com 15 a 24 anos de idade (ver também CDC: Sexually Transmitted Disease Surveillance 2017).
Os fatores que impedem o controle de DST incluem
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Atividade sexual desprotegida com múltiplos parceiros
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Dificuldade de médicos e pacientes conversarem sobre assuntos sexuais
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Financiamento inadequado para a implementação de testes diagnósticos e tratamentos existentes e para o desenvolvimento de novos testes e tratamentos
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Suscetibilidade à reinfecção pelo mesmo microrganismo, se ambos os parceiros não forem tratados simultaneamente
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Tratamento incompleto que pode levar ao desenvolvimento de microrganismos resistentes a fármacos
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Viagens internacionais que facilitem a rápida disseminação global de DST
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas das DSTs variam dependendo da infecção. Muitas DSTs causam lesões genitais (ver tabela Diferenciação das lesões genitais sexualmente transmitidas comuns)
Diferenciação de lesões genitais sexualmente transmitidas comuns
Achados |
Outras características |
Causa* |
Úlcera indolor solitária |
Endurada, indolor ou levemente sensível Adenopatia relativamente sensível à dor |
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Agrupamentos de úlceras pequenas, doloridas e superficiais em uma base eritematosa |
Algumas vezes com vesículas Adenopatia inguinal |
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Úlcera dolorosa rasa |
Úlceras não enduradas e sensíveis com bordas irregulares, maceradas e avermelhadas, que variam em tamanho e, muitas vezes, coalescem Adenopatias regionais |
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Pápula ou úlcera pequena, frequentemente assintomática ou não percebida |
Adenopatia intensamente sensível e dolorosa, algumas vezes com linfedema distal ou drenagem para a pele Às vezes, febre |
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Úlceras múltiplas e rasas |
Lesões extragenitais e túneis característicos |
Sarnas escoriadas |
Lesões múltiplas e rasas |
Piolhos visíveis, ou sacos de ovos (lêndeas) presos nos fios de cabelo |
Pediculose pubiana com excoriação |
Nódulo elevado que ulcera e se expande progressivamente |
Lesões aveludadas, de odor fétido e granulares Nenhuma adenopatia inguinal |
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* Outras causas de úlceras incluem placas mucosas de sífilis secundária, balanite erosiva, ulceração gumatosa de sífilis terciária, síndrome de Behçet, epitelioma e trauma. |
Diagnóstico
DST são diagnosticadas e tratadas de várias maneiras; para muitas, os testes diagnósticos são limitados ou o seguimento do paciente não é garantido. Assim, frequentemente não se busca a identificação do agente etiológico. Muitas vezes, o diagnóstico baseia-se somente em resultados clínicos.
Testes diagnósticos podem incluir coloração de Gram e cultura ou exames laboratoriais como testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAATs). Os testes diagnósticos são feitos nas seguintes situações:
Tratamento
Como os testes diagnósticos costumam ser limitados ou indisponíveis e/ou o acompanhamento dos pacientes é incerto, o tratamento inicial com frequência é sindrômico— i. e., direcionado par os microrganismos com mais probabilidade de serem a causa da síndrome (p. ex., uretrite, cervicite, úlceras genitais, doença inflamatória pélvica).
A maioria das doenças sexualmente transmissíveis pode ser tratada com eficácia com fármacos. Mas a resistência farmacológica é um problema crescente.
Pacientes que estão sendo tratados contra uma DST bacteriana devem se abster de relações sexuais até a infecção ser eliminada neles e em seus parceiros sexuais. Os parceiros sexuais devem ser avaliados e tratados simultaneamente.
DSTs virais, especialmente a infecção por herpes e pelo HIV geralmente persistem por toda a vida. Antivirais podem controlar, mas ainda não curam todas essas infecções.
Prevenção
O controle de DST depende de
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Instalações adequadas e profissionais treinados para o diagnóstico e o tratamento
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Programas de saúde pública para localizar e tratar contatos sexuais recentes dos pacientes
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Seguimento daqueles que receberam tratamento para assegurar que estejam curados.
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Educação dos profissionais de saúde e da população
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Evitar que pacientes tenham comportamentos de alto risco
Preservativos e barreiras vaginais, se usados corretamente, diminuem muito o risco de algumas DSTs.
Em geral não há vacinas disponíveis para a maioria das DSTs, exceto para hepatite A e hepatite B e infecção pelo papilomavírus humano.