Massas adrenais não funcionais são lesões que ocupam espaço nas adrenais e não produzem hormônios. Os sinais, os sintomas e o tratamento dependem da natureza e do tamanho da massa.
(Ver também Visão geral da função adrenal.)
As massas suprarrenais inoperantes mais comuns em adultos são
Adenomas (50%)
Outras massas suprarrenais inoperantes comuns são
Carcinomas
Tumores metastáticos
Os cistos e lipomas compõem quase todo o restante. Contudo, as proporções precisas dependem das manifestações clínicas.
Em geral, as massas descobertas na triagem acidental são adenomas. Menos comumente, em recém-nascidos, as hemorragias adrenais espontâneas podem formar grandes massas adrenais, simulando neuroblastomas ou tumor de Wilms. Em adultos, doenças tromboembólicas ou coagulopatias, sejam relacionadas a doenças ou a fármacos, podem resultar em hemorragia adrenal bilateral maciça.
Observam-se cistos benignos em pacientes idosos, que podem ser causados por degeneração cística ou acidentes vasculares. Linfomas, infecções bacterianas, infecções fúngicas (p. ex., histoplasmose) ou infestações parasitárias (p. ex., por Echinococcus) também podem se manifestar com massas adrenais, às vezes bilaterais. A disseminação hematógena de Mycobacterium tuberculosis pode causar massas adrenais. Um carcinoma adrenal não funcional causa um processo retroperitoneal difuso e infiltrativo. Pode ocorrer hemorragia, produzindo hematomas adrenais.
Sinais e sintomas das massas adrenais não funcionais
A maioria dos pacientes é assintomática. Em qualquer massa adrenal, é raro ocorrer insuficiência adrenal, a menos que as duas glândulas estejam envolvidas. Hiperfunção ocorre com mais frequência.
Os principais sinais da hemorragia adrenal maciça bilateral são
Dor abdominal
Queda no hematócrito
Sinais de insuficiência adrenal aguda (p. ex., dor abdominal, perda de consciência, fadiga, desidratação)
Massas suprarrenais na TC ou na RM
A tuberculose das suprarrenais pode causar calcificação e doença de Addison. Carcinoma adrenal não funcional normalmente se manifesta como doença invasiva ou metastática.
Diagnóstico de massas adrenais não funcionais
Medidas de hormônios adrenais
Biópsia com agulha fina
As massas adrenais não funcionais costumam ser encontradas de modo incidental durante exames com TC ou RM, realizados por outros motivos. A ausência de função é estabelecida clinicamente e confirmada por medições de hormônios adrenais.
Medições dos hormônios suprarrenais incluem teste de supressão da dexametasona e cortisol sérico (para descartar síndrome de Cushing), metanefrinas fracionadas em urina de 24 horas (para descartar feocromocitoma) e aldosterona e renina plasmáticas (para excluir aldosteronismo primário).
Em caso de suspeita de doença metastática ou infecciosa, biópsia por agulha fina pode ser diagnóstica, mas é contraindicada se há suspeita de carcinoma adrenal (para evitar a disseminação do tumor) ou feocromocitoma (para evitar a precipitação de hipertensão aguda).
Tratamento das massas adrenais não funcionais
Às vezes excisão, dependendo do tamanho e/ou resultados de imagem
Monitoramento periódico
Embora algumas modalidades de imagem (p. ex., RM em fase e fora de fase) possam ser diagnósticas, se o tumor é sólido, de origem adrenal e > 4 cm, ele normalmente deve ser excisado, a menos que as características das imagens sejam benignas.
Tumores de 2 a 4 cm de diâmetro representam um problema clínico particularmente difícil. Se a triagem não sugerir câncer e a função hormonal não parecer alterada (p. ex., eletrólitos e metanefrinas normais, sem evidências de síndrome de Cushing), é razoável reavaliação periódica com exames de imagem, geralmente por 1 a 2 anos. Se não ocorrer progressão, não será necessário acompanhamento subsequente. Entretanto, vários desses tumores secretam cortisol em quantidades pequenas demais para causar sintomas, e ainda não se esclareceu se podem produzir sintomas e morbidade caso não sejam tratados. A maioria dos médicos adota uma conduta expectante para os pacientes com esses tipos de tumor, mas devem considerar a sua remoção se houver produção importante de cortisol.
Adenomas suprarrenais < 2 cm não requerem tratamento especial, mas deve-se observá-los regularmente durante um período de tempo (p. ex., aproximadamente a cada 6 meses por 2 anos) para crescimento ou desenvolvimento da função secretora (como procurar sinais clínicos e mensurar eletrólitos periodicamente).
O carcinoma suprarrenal não funcional com metástases geralmente tem indicação de cirurgia, embora o uso de mitotano com corticoides possa ajudar a controlar os sintomas de hipercortisolismo.
Informações adicionais
Os recursos em inglês a seguir podem ser úteis. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo desses recursos.