Proptose é a protrusão do globo ocular. Exoftalmia significa a mesma coisa, e este termo é geralmente usado para descrever proptose decorrente de doença de Graves. Os distúrbios que podem provocar mudanças na aparência da face e dos olhos que se assemelham à proptose incluem hipertiroidismo sem doença ocular infiltrativa, doença de Cushing e obesidade grave.
Etiologia
A causa mais comum em adultos é a doença de Graves (ver tabela Algumas causas de proptose), que causa edema e infiltrado linfoide nos tecidos da órbita.
A causa mais comum nas crianças é a celulite orbital.
Algumas causas de proptose
Causa |
Achados sugestivos |
Abordagem diagnóstica |
Sintomas oculares: dor ocular, lacrimejamento, olhos secos, irritação, fotofobia, fraqueza muscular ocular causando diplopia, perda de visão causada pela compressão do nervo óptico Sinais e sintomas sistêmicos: palpitação, ansiedade, aumento do apetite, perda ponderal, insônia, gota, mixedema pré-tibial (ver Hipertireoidismo) |
Testes de função da tireoide Às vezes TC ou RM |
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Fístula do seio cavernoso carotídeo ou dural |
Proptose pulsante com um sopro orbitário |
Angiografia por ressonância magnética |
Cefaleia, oftalmoplegia, ptose, diminuição da acuidade visual, febre |
TC ou RM |
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Lacrimejamento, blefarospasmo, vermelhidão |
Medição da pressão intraocular e fundoscopia pelo oftalmologista |
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Vermelhidão, febre, dor, acuidade visual prejudicada, movimentos extraoculares deficientes ou dolorosos Geralmente unilateral |
TC ou RM |
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Tumores orbitários (p. ex., linfoma, hemangioma, malformações vasculares) |
Diminuição da acuidade visual, diplopia, dor |
RM ou TC |
Hemorragia retrobulbar, síndrome do compartimento orbital |
Diminuição da acuidade visual, diplopia, dor, oftalmoplegia, fatores de risco |
TC imediata ou tratamento com base em achados clínicos |
Meningioma esfeno-orbitário |
Dor, cefaleia, alterações de campo visual, oftalmoplegia |
RM ou TC |
Avaliação
A velocidade do início pode fornecer uma dica para o diagnóstico. Início unilateral súbito sugere hemorragia intraorbital (que pode ocorrer após cirurgia, hiperemia retrobulbar ou trauma) ou inflamação da órbita ou dos seios paranasais. Início de 2 a 3 semanas sugere inflamação crônica ou pseudotumor orbitário (infiltração e proliferação celular não neoplásica); início mais lento sugere um tumor orbitário.
Os achados de exames oculares típicos de hipertireoidismo, mas sem relação com a doença infiltrativa do olho, incluem retração palpebral, atraso no fechamento da pálpebra, alargamento temporal da pálpebra superior e olhar fixo. Outros sinais incluem eritema nas pálpebras e hiperemia conjuntival. A exposição prolongada maior que o usual de zonas do globo ocular para o ar provoca a secagem da córnea e pode levar a infecções e ulceração.
Sinais de alerta
Exames
Proptose pode ser confirmada com exoftalmometria, que mede a distância entre os ângulos laterais do osso da órbita e córnea; valores normais são < 20 mm em brancos e < 22 mm em negros. TC ou RM é muitas vezes útil para confirmar o diagnóstico e para identificar as causas estruturais da proptose unilateral. Teste de função da tireoide é indicado quando se suspeita de doença de Graves.
Tratamento
Lubrificação para proteger a córnea é necessária em casos graves. Quando a lubrificação não é suficiente, uma cirurgia para fornecer uma melhor cobertura da superfície do olho ou para reduzir a proptose pode ser necessária. Corticoides sistêmicos (p. ex., prednisona 1 mg/kg VO uma vez ao dia durante 1 semana, reduzida ao longo de ≥ 1 mês) são frequentemente úteis no controle do edema e congestão orbitária devido à doença da tireoide no olho ou pseudotumor inflamatório orbitário. Outras intervenções variam de acordo com a etiologia. Exoftalmo de Graves não é afetado pelo tratamento da tireoide, mas pode diminuir ao longo do tempo. Tumores devem ser removidos cirurgicamente. Embolização seletiva pode ser eficaz em casos de fístulas arteriovenosas envolvendo o seio cavernoso.
Pontos-chave
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A causa mais comum da proptose bilateral em adultos é a doença de Graves.
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A proptose unilateral aguda sugere infecção ou doença vascular (p. ex., hemorragia, fistula, trombose do seio cavernoso).
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A proptose unilateral crônica sugere tumor.
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Fazer TC ou RM e teste de função da tireoide quando há suspeita de doença de Graves.
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Aplicar lubrificação à córnea exposta.