(Ver também Visão geral da função adrenal.)
O aldosteronismo secundário é causado pela redução do fluxo sanguíneo renal, que estimula o sistema renina-angiotensina-aldosterona, com resultante hipersecreção de aldosterona. Causas de diminuição do fluxo sanguíneo renal são
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Doença obstrutiva da artéria renal (p. ex., ateroma, estenose)
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Vasocontrição renal (como ocorre na hipertensão acelerada)
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Distúrbios edematosos (p. ex., insuficiência cardíaca, cirrose com ascits, síndrome nefrótica)
A secreção pode ser normal na insuficiência cardíaca, mas o fluxo sanguíneo hepático e o metabolismo de aldosterona estão reduzidos e, assim, as concentrações de hormônio circulantes são elevadas.
Sinais e sintomas
Os sintomas são semelhantes àqueles do aldosteronismo primário e incluem alcalose hipocalêmica que causa fraqueza episódica, parestesias, paralisia transitória e tetania. Em vários casos, a única manifestação é hipertensão. Edema periférico pode ocorrer dependendo da etiologia.
Diagnóstico
Suspeita-se do diagnóstico em pacientes com hipertensão e hipopotassemia.
Os exames laboratoriais iniciais consistem nas concentrações plasmáticas de aldosterona e na atividade de renina plasmática (ARP). Idealmente, o paciente não deve tomar nenhum fármaco que afeta o sistema renina-angiotensina (p. ex., diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), antagonistas de angiotensina, betabloqueadores) por 4 a 6 semanas antes de os testes serem feitos. Atividade elevada de aldosterona e renina plasmática é indicativo de aldosteronismo secundário. As principais diferenças entre aldosteronismo primário e secundário são mostradas na tabela Diagnóstico diferencial do aldosteronismo.
Diagnóstico diferencial de aldosteronismo
Tratamento
O tratamento envolve a correção da causa. Pode-se controlar a hipertensão com um bloqueador seletivo da aldosterona como espironolactona, iniciando na dose de 50 mg por via oral uma vez/dia e aumentando para uma dose de manutenção ao longo de um a 3 meses, geralmente em torno de 100 mg 1 vez ao dia. Pode-se usar outro diurético poupador de potássio em vez da espironolactona. Pode-se usar um fármaco mais específico, eplerenona 50 mg V, uma vez/dia até 200 mg por via oral duas vezes ao dia, porque, ao contrário da espironolactona, não bloqueia o receptor de androgênio (que pode causar ginecomastia); é o fármaco de escolha para tratamento prolongado nos homens.
Pontos-chave
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Suspeita-se do diagnóstico em pacientes hipertensos com hipopotassemia.
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Testes iniciais incluem medição da concentração plasmática de aldosterona e atividade de renina plasmática.
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Ao contrário de aldosteronismo primário, a atividade da renina plasmática é elevada.
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O tratamento exige a correção da causa.
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A hipertensão pode ser controlada com antagonistas da aldosterona.