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Não houve casos de varíola desde 1977.
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As pessoas podem contrair a infecção ao respirar ar contaminado com vírus contido nas partículas expiradas ou tossidas por uma pessoa infectada.
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As pessoas apresentam febre, dor de cabeça, dor nas costas e erupções na pele, por vezes com grave dor abdominal e sentem-se muito doentes.
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O diagnóstico é confirmado quando o vírus é identificado em uma amostra obtida da erupção cutânea.
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A vacinação durante os primeiros dias de exposição pode prevenir ou reduzir sua gravidade.
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O tratamento envolve líquidos, alívios dos sintomas e tratamentos para manter a pressão sanguínea e ajudar com a respiração.
(Consulte também Considerações gerais sobre infecções virais.)
O vírus da varíola só pode existir nas pessoas e não nos animais.
Há duas formas principais:
Ao longo da história, a varíola matou milhões de pessoas. Há mais de 200 anos, foi desenvolvida uma vacina contra a varíola (a primeira de todas as vacinas). A vacina se revelou muito eficaz e foi administrada às pessoas de todo o mundo. O último caso de varíola foi registrado em 1977. Em 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença erradicada e recomendou a interrupção da vacinação.
Amostras do vírus são mantidas em dois laboratórios de alta segurança (um nos Estados Unidos e um na Rússia).
Visto que os efeitos protetores da vacina desaparecem de forma gradual, acredita-se que quase todas as pessoas, incluindo as que foram vacinadas, encontram-se presentemente suscetíveis a contrair a varíola em vários graus. Essa falta de proteção é preocupante porque as amostras do vírus foram armazenadas e algumas pessoas se preocupam se grupos terroristas poderiam obter o vírus e soltá-lo na população. A epidemia resultante seria devastadora.
O vírus da varíola é transmitido de pessoa para pessoa e é contraído ao respirar o ar contaminado pela presença de gotículas de umidade exaladas ou expelidas através da tosse por uma pessoa infectada. O contato com o vestuário ou com a roupa de cama de uma pessoa infectada também pode disseminar a doença. A varíola geralmente se transmite a pessoas que tiveram contato pessoal com uma pessoa infectada. Em casos raros, a varíola se dissemina pelo ar em um ambiente fechado, como um prédio, onde alguém tenha contraído a varíola. Um grande surto em uma escola ou local de trabalho seria incomum.
O vírus não sobrevive mais do que 2 dias no ambiente, ou até menos, quando a temperatura e a umidade são elevadas.
Sintomas
Varíola grave
Os sintomas da forma grave geralmente começam entre 7 e 17 dias depois da infecção. As pessoas infectadas apresentam febre, dor de cabeça, dor nas costas e sentem-se extremamente doentes. Elas podem ter dor abdominal intensa e ficar delirantes.
Depois de dois ou três dias, surgem manchas planas e vermelhas na boca e na face. Pouco depois, elas se espalham para o tronco e as pernas, depois para as mãos e os pés. As pessoas são contagiosas somente após a erupção cutânea iniciar e são mais contagiosas nos primeiros 7 a 10 dias após o aparecimento da erupção cutânea. Após 1 ou 2 dias, as manchas convertem-se em bolhas que se enchem de pus (formando pústulas). Decorridos 8 ou 9 dias, as pústulas convertem-se em crostas.
Os pulmões, o cérebro e/ou os ossos podem ficar infectados.
Cerca de 30% das pessoas afetadas pela varíola morre, geralmente na segunda semana da doença. Algumas das pessoas que sobrevivem apresentam grandes cicatrizes que as desfiguram.
Em algumas pessoas com a forma grave, os sintomas iniciais se desenvolvem mais rapidamente e são mais intensos. Um tipo raro, chamado varíola hemorrágica, causa hemorragias. Depois de alguns dias, surge hemorragia na pele, nas membranas mucosas e no trato gastrointestinal. Quase todas as pessoas com varíola hemorrágica morrem no intervalo de cinco ou seis dias.
Varíola menor
Diagnóstico
O médico suspeita tratar-se de varíola quando uma pessoa apresenta manchas características, sobretudo quando há um surto da doença.
O diagnóstico de varíola pode ser confirmado identificando-se o vírus da varíola em uma amostra colhida das bolhas ou pústulas e examinando-a para detectar material genético (DNA) da varíola.
Também é possível examinar uma amostra ao microscópio ou enviá-la a um laboratório para cultivo e análise do vírus.
Prevenção
A prevenção é a melhor resposta à ameaça da varíola. A prevenção envolve
A vacina contra a varíola não é fabricada com vírus da varíola. Em vez disso, a vacina contém vírus vaccínia vivo, o qual está relacionado aos vírus que causam varíola símia e varíola comum. A vacinação com o vírus vaccínia causa infecção leve e protege as pessoas contra a varíola.
A vacina funciona melhor quando aplicada antes da exposição. No entanto, mesmo após a exposição, a vacina pode ajudar a prevenir a doença ou limitar sua gravidade. A vacinação pode ser útil até quatro dias após a exposição, mas o quanto antes ela for aplicada mais eficaz será.
Se a vacinação for bem-sucedida, desenvolve-se uma bolha no local da vacinação dentro de aproximadamente sete dias. Se ela não aparecer, a pessoa é novamente vacinada. A área ao redor da bolha pode ficar vermelha. Muitas pessoas também têm febre e dores musculares e sentem indisposição geral na semana depois de terem sido vacinadas.
A vacinação é perigosa para algumas pessoas, sobretudo aquelas com o sistema imunológico enfraquecido (como as que têm AIDS ou que tomam medicamentos que suprimem o sistema imunológico). Mesmo algumas pessoas saudáveis apresentam reações adversas à vacina contra a varíola. As reações adversas são menos comuns entre pessoas já vacinadas anteriormente do que entre aquelas que nunca foram vacinadas:
Medicamentos mais recentes, como a imunoglobulina contra vaccínia e um medicamento antiviral, o cidofovir, podem ajudar a tratar reações adversas e reduzir o risco de morte. Todavia, em função dos riscos, a vacinação é recomendada somente para pessoas com alto risco de exposição, principalmente certos militares e técnicos de laboratório e profissionais de saúde que administram ou manuseiam a vacina e materiais correlatos.
As pessoas que apresentam sintomas indicadores de varíola precisam ser isoladas para evitar a propagação da infecção. As pessoas que estão em contato com esses grupos não precisam ser isoladas, uma vez que não podem propagar a infecção, a menos que fiquem doentes e desenvolvam uma erupção cutânea. Contudo, esses contatos têm de ser muito controlados e isolados ao primeiro sinal da infecção.
Tratamento
O tratamento para a varíola é de suporte. Inclui líquidos, alívio de sintomas, assistência com a respiração (por exemplo, com máscara facial para suprir oxigênio) e tratamentos para manter a pressão arterial.
Medicamentos antivirais não foram testados na varíola, pois não existiam quando a doença estava presente. Entretanto, se houvesse um retorno da varíola, os médicos acreditam que o cidofovir e vários medicamentos experimentais poderiam ser úteis.