Diagnóstico dos distúrbios da pele

PorJulia Benedetti, MD, Harvard Medical School
Revisado/Corrigido: dez 2021
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    Os médicos podem identificar muitos distúrbios da pele através de um simples exame visual. Um exame completo da pele inclui o exame do couro cabeludo, das unhas e das membranas mucosas. Às vezes o médico usa uma lente portátil ou dermatoscópio (que tem uma lente de aumento e uma luz embutida) para visualizar melhor as áreas de interesse.

    As características reveladoras compreendem o tamanho, a forma, a cor e a localização da anomalia e, igualmente, a presença ou ausência de outros sinais ou sintomas. Para examinar a distribuição de um problema cutâneo, o médico frequentemente pede à pessoa que se dispa completamente, mesmo que a pessoa tenha detectado uma anomalia apenas em uma pequena área da pele.

    Se a simples observação da pele não permitir ao médico realizar o diagnóstico, há muitos testes disponíveis para identificar distúrbios da pele.

    (Consulte também Estrutura e função da pele).

    Biópsia

    Às vezes deve ser realizada uma biópsia, na qual se extrai uma pequena porção de pele para ser examinada ao microscópio. Para esse procedimento simples, o médico geralmente adormece uma pequena área da pele com anestésico local e, com um pequeno bisturi (escalpelo), tesouras, lâmina (chamado biópsia por saucerização) ou um cortador redondo (chamado biópsia por punção), ele remove uma parte da pele. O tamanho do pedaço é determinado pelo tipo de lesão que é suspeitada, sua localização e pelos tipos de exames que serão realizados. Às vezes o médico pode diagnosticar e já tratar um tumor pequeno extraindo o tumor inteiro juntamente com uma pequena borda de pele normal ao seu redor. O tumor é enviado a um laboratório para exame microscópico.

    Biópsia por punção
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    Para retirar um pequeno pedaço de pele para exame ao microscópio, os médicos podem usar um instrumento cortante redondo. Este procedimento é chamado biópsia por punção.

    Raspagens

    Se houver suspeita de infecção fúngica ou sarna, o médico poderá fazer uma raspagem de pele. Durante este exame, o médico faz uma raspagem para retirar algum material da pele, como escamas, e o examina ao microscópio. Às vezes, são aplicados produtos químicos ou corantes especiais ao material.

    Cultura

    Se houver suspeita de infecção, pode-se enviar uma amostra de material (como raspagem de pele) a um laboratório, onde a amostra é colocada em um meio de cultura (uma substância que possibilita o crescimento dos micro-organismos). Se a amostra contiver bactérias, fungos ou vírus, eles crescem na cultura e podem ser identificados.

    Lâmpada de Wood (luz negra)

    O exame com lâmpada de Wood é usado quando há suspeita de certas infecções na pele. A pele é iluminada com uma luz ultravioleta (também conhecida como luz negra) em uma sala escura. A luz ultravioleta faz com que alguns fungos ou bactérias brilhem intensamente. A luz também acentua o pigmento da pele (melanina), tornando visíveis quaisquer anomalias referentes à pigmentação, como vitiligo.

    Teste de Tzanck

    O teste de Tzanck é feito para ajudar o médico a diagnosticar determinadas doenças provocadas por vírus, como herpes simples e herpes zoster. Quando as doenças estão ativas, elas produzem pequenas bolhas. Durante um teste de Tzanck, o médico retira o topo de uma bolha com uma lâmina afiada e raspa a bolha com um escalpelo para obter líquido. A amostra é examinada ao microscópio depois da aplicação de corantes especiais.

    Diascopia

    A diascopia é realizada para que o médico possa observar alterações de cor que ocorrem quando se aplica pressão na pele. Durante este teste, o médico pressiona uma lâmina de microscópio contra a lesão para verificar se ela clareia (fica esbranquiçada) ou sofre outra mudança de cor. Certos tipos de lesão ficam esbranquiçados, ao passo que outros não. Algumas lesões de pele (como as causadas por sarcoidose) adquirem uma cor castanho-amarelada quando se faz este teste.

    Testes da pele

    Os testes de pele, incluindo teste de “uso”, teste de contato (patch test), teste por escoriação (punctura) da pele e teste intradérmico, podem ser realizados se o médico suspeitar que a causa de uma erupção cutânea é uma reação alérgica.

    O teste de uso, no qual uma substância suspeita é aplicada longe da área original em que a erupção cutânea ocorreu (geralmente no antebraço), é útil quando perfumes, xampus ou outras substâncias encontradas em casa puderem ser a causa.

    No teste de contato, várias amostras pequenas de substâncias causadoras de reações comuns e suspeitas, conhecidas como alérgenos, são aplicadas na pele (geralmente na parte superior das costas) sob uma fita adesiva e deixadas no local. A pele sob os adesivos é avaliada 48 horas mais tarde, depois que os adesivos forem retirados e novamente após 96 horas. Normalmente, a pele leva alguns dias para produzir uma reação visível. Se uma substância produzir uma erupção vermelha característica, que geralmente coça, a pessoa provavelmente é alérgica a ela. Às vezes, as substâncias produzem uma irritação que, na verdade, não é uma reação alérgica.

    No teste por escoriação da pele, uma gota de um extrato da substância suspeita é colocada na pele. Depois, a pele é furada com uma agulha para inserir uma quantidade bem pequena da substância na pele. A pele é então observada quanto à presença de vermelhidão, urticária, ou ambos, que ocorre em 30 minutos. (Consulte também Testes cutâneos.)

    No teste intradérmico, são injetadas quantidades diminutas de uma substância sob a pele. Posteriormente, a área da pele é observada para verificar se há vermelhidão e inflamação, as quais indicam uma reação alérgica. (Consulte também Testes cutâneos.)

    Embora raros, os testes intradérmicos e por escoriação podem provocar uma reação alérgica grave, conhecida como anafilaxia, que pode ser fatal. Portanto, esses tipos de testes devem ser realizados apenas por um profissional de saúde treinado.

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