O objetivo da fisioterapia é melhorar a função articular e muscular (p. ex., amplitude de movimento, força) e assim melhorar a capacidade do paciente de permanecer em pé, se equilibrar, andar e subir escadas. Por exemplo, fisioterapia é geralmente utilizada para treinar pacientes com amputações nos membros inferiores. Por outro lado, a terapia ocupacional Terapia ocupacional (TO) A terapia ocupacional (TO) enfoca as atividades de autocuidado e melhora da coordenação motora fina de músculos e articulações, em particular nos membros superiores. Ao contrário da fisioterapia... leia mais focaliza as atividades de autocuidado e melhoria da coordenação motora fina dos músculos e das articulações, particularmente nos membros superiores.
(Ver também Visão geral da reabilitação Visão geral da reabilitação A reabilitação visa facilitar a recuperação da perda de função. A perda pode decorrer de fratura, amputação, acidente vascular encefálico ou outras doenças neurológicas como artrites, disfunção... leia mais .)
Amplitude de movimentos
A limitação da amplitude de movimento altera a função e tende a causar dor e predispor o paciente a úlceras de pressão. A amplitude de movimentos deve ser avaliada com um goniômetro antes da terapia e regularmente depois.
Os exercícios na amplitude de movimento alongam articulações enrijecidas. Alongamento é geralmente mais eficaz e menos doloroso quando se eleva a temperatura do tecido a 43° C (ver Calor Calor O tratamento da dor e da inflamação visa facilitar a movimentação e melhorar a coordenação de músculos e articulações. Os tratamentos não farmacológicos incluem exercícios terapêuticos, calor... leia mais ). Há vários tipos de exercícios de amplitude de movimento.
Ativos: esse tipo é utilizado quando o paciente consegue realizar exercícios sem ajuda; os pacientes devem mover seus membros sozinhos.
Ativos assistidos: esse tipo é utilizado quando os músculos estão fracos ou quando a movimentação da articulação causa desconforto; os pacientes precisam mover os membros, mas são auxiliados pelo terapeuta.
Passivos: esse tipo é utilizado quando os pacientes não conseguem participar ativamente do exercício; não é necessário esforço por parte do paciente.
Força e condicionamento
Vários exercícios visam aumentar a força muscular (para graduação de força muscular, ver tabela ). A força muscular pode ser aumentada com exercícios restritivos progressivos. Quando um músculo está muito fraco, a gravidade isolada é uma resistência suficiente. Quando a força muscular melhora, são necessárias resistências adicionais manuais ou mecânicas (p. ex., pesos, tensão elástica).
Os exercícios gerais de condicionamento associam vários exercícios para tratar os efeitos de debilitação, repouso prolongado no leito ou imobilização. Os objetivos são restabelecer o equilíbrio hemodinâmico, aumentar a capacidade cardiorrespiratória e manter a amplitude de movimentos e a força.
Para idosos, a finalidade destes exercícios é fortalecer os músculos o suficiente para funcionarem normalmente e possivelmente recuperar a força normal para a idade.
Facilitação neuromuscular proprioceptiva
A facilitação neuromuscular proprioceptiva ajuda a promover a atividade neuromuscular em pacientes com lesão do neurônio motor superior e espasticidade; possibilita que sintam as contrações musculares e ajuda a manter a amplitude de movimento da articulação afetada. Por exemplo, a aplicação de resistência intensa ao flexor do cotovelo esquerdo (bíceps) de pacientes com hemiplegia direita causa contração do bíceps hemiplégico, flexionando o cotovelo direito.
Exercícios de coordenação
Exercícios de coordenação orientados à tarefa melhoram as habilidades motoras por meio da repetição de exercícios que trabalham mais de uma articulação e um músculo simultaneamente (p. ex., levantar um objeto, tocar uma parte do corpo).
Exercícios de ambulação
Antes de realizar exercícios de ambulação, os pacientes devem ser capazes de manter o equilíbrio em pé. Os exercícios de equilíbrio geralmente são realizados utilizando-se barras paralelas com o terapeuta em pé de frente para o paciente ou diretamente atrás deste. Enquanto segura nas barras, o paciente desloca o peso de um lado para o outro e para frente e para trás. Assim que os pacientes conseguirem se equilibrar com segurança, podem realizar exercícios de deambulação.
Apoiando um paciente durante deambulação
Os auxiliares devem posicionar um braço sob o membro superior do paciente, segurar gentilmente o antebraço e prender com força o membro superior sob a axila do paciente. Assim, se o paciente começar a cair, o auxiliar pode apoiar o ombro do paciente. Se o paciente utilizar um cinto na cintura, o auxiliar utiliza a mão livre para segurar o cinto. |
Deambulação geralmente é o principal objetivo da reabilitação. Se músculos individuais estão espásticos ou fracos, pode-se utilizar uma órtese Dispositivos terapêuticos e auxiliares (p. ex., aparelho). Exercícios de deambulação são comumente iniciados depois do uso de barras paralelas; à medida que os pacientes progridem, eles utilizam andadores, muletas ou bengalas e então deambulam sem nenhum auxílio. Alguns pacientes utilizam um cinto auxiliar que permite ao terapeuta impedir quedas. Qualquer um que auxilie um paciente na deambulação deve saber como apoiá-lo de forma adequada (ver figura ).
Tão logo o paciente possa caminhar com segurança em superfícies planas, ele pode começar a treinar para subir escadas ou andar sobre a calçada se estas habilidades forem necessárias. Pacientes que utilizam andadores precisam aprender técnicas especiais para subir escadas e guias. Ao subir escadas, a subida é iniciada pelo membro inferior melhor e a descida é iniciada com o membro inferior afetada (isto é, o membro inferior boa conduz para cima e a ruim para baixo). Antes de o paciente receber alta, o assistente social ou fisioterapeuta deve providenciar a instalação de corrimão de segurança em todas as escadas da residência do paciente.
Treinamento de transferência
Os pacientes que não conseguem se transferir de forma independente do leito para a cadeira, do leito para a cadeira retrátil ou da cadeira para a posição em pé, geralmente, necessitam de assistência 24 horas/dia. O ajuste da altura de cadeiras retráteis e de cadeiras normais pode ser útil. Algumas vezes, aparelhos auxiliares são úteis (isto é, indivíduos que tem dificuldade de se mover da posição sentada para em pé podem se beneficiar de uma cadeira com assento autoajustável).