A radiação ionizante (ver também Exposição à radiação e contaminação) inclui
Radiação é emitida por elementos radioativos, como equipamento de radiografia e radioterapia.
A maioria dos exames diagnósticos que utilizam radiação ionizante (p. ex., radiografias, TC, mapeamento com radioisótopos) expõe o paciente a doses relativamente baixas de radiação, que geralmente são consideradas seguras. Mas toda a radiação ionizante é potencialmente lesiva e não há limiar abaixo do qual não ocorrem efeitos lesivos, assim envida-se todos os esforços para minimizar a exposição à radiação.
Há várias maneiras de medir a exposição à radiação:
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A dose absorvida é a quantidade de radiação absorvida por unidade de massa. É expressa em unidades especiais de Gray (Gy) e miliGray (mGy). Anteriormente, era expressa em dose de radiação absorvida (rad); 1 mGy = 0,1 rad.
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A dose equivalente é a dose absorvida multiplicada pelos fatores de ponderação da radiação, que ajusta os efeitos teciduais com base no tipo de radiação emitida (p. ex., raios-X, raios gama, elétrons). É expressa em Sieverts (Sv) e miliSieverts (mSv). Previamente era expressa em equivalentes de Roentgen em homens (rem); 1 mSv = 0,1 rem. Para raios-X, incluindo TC, o fator de ponderação de radiação é 1.
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A dose efetiva é a medida do risco de câncer; ela ajusta a dose equivalente com base na suscetibilidade do tecido exposto à radiação (p. ex., as gônadas são mais suscetíveis). É expressa em Sv e mSv. A dose efetiva é mais elevada nos jovens.
Exames de imagem são uma das fontes de exposição à radiação ionizante (ver tabela Doses típicas de radiação*). Outra fonte é a exposição ambiental de fundo (da radiação cósmica e isótopos naturais), que pode ser significativa, especialmente nas altas altitudes; os voos em aviões resultam em maior exposição à radiação ambiental como a seguir:
Doses típicas de radiação*
A radiação pode ser lesiva se a dose total acumulada por um indivíduo for elevada, como quando são realizados várias tomografias, pois a maioria das tomografias necessita de doses maiores que a maioria dos exames por imagem.
Exposição à radiação também é uma preocupação em certas situações de alto risco, como:
Nos EUA, as TC compreendem cerca de 15% de todos os exames de imagem, mas contribuem com até 70% da radiação total emitida durante o diagnóstico de imagem. Exames de TC com multidetectores, o tipo mais utilizado nos EUA, emitem cerca de 40 a 70% mais radiação do que os exames antigos, com detector único. Mas é provável que os avanços recentes (p. ex., controle automático de exposição, algoritmos de reconstrução iterativa, detectores de TC de 3ª geração), reduzam significativamente as doses de radiação utilizadas nas tomografias. O American College of Radiology iniciou os programas — Image Gently (para crianças) e Image Wisely (para adultos) — para responder a questões sobre o aumento da exposição à radiação usada nos exames de imagem ionizantes. Esses programas oferecem recursos e informações sobre como minimizar a exposição à radiação para radiologistas, médicos, outros profissionais de radiologia e pacientes.
Radiação e câncer
O risco estimado de câncer devido à exposição à radiação em exames diagnósticos foi extrapolado a partir de estudo de indivíduos expostos a doses muito elevadas de radiação (p. ex., os sobreviventes das explosões de bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki). Esta análise sugere um risco pequeno, porém real de câncer, se as doses de radiação estiverem em décimos de mGy (como utilizados em TC). Uma angioTC pulmonar de rotina realizada para detecção de embolia pulmonar emite a mesma quantidade de radiação para as mamas do que cerca de 10 a 25 mamografias de duas incidências.
O risco é maior para pacientes jovens porque
Em uma criança de 1 ano que realiza tomografia de abdome, o risco estimado de desenvolver câncer ao longo da vida aumenta 0,18%. Se um paciente mais velho realiza este exame, o risco é menor.
O risco também depende do tecido a ser irradiado. Tecido linfoide, medula óssea, sangue, testículos, ovários e intestinos são considerados muito radiossensíveis; nos adultos o sistema nervoso central e o sistema musculoesquelético são relativamente radiorresistentes.
Radiação durante a gestação
Os riscos de radiação dependem de
O feto pode ser exposto a muito menos radiação do que a mãe; a exposição do feto é negligível durante radiografias de:
A extensão da exposição depende da idade gestacional e, assim, do tamanho uterino. O efeito da radiação depende da idade do feto (a partir a ocasião da concepção).
Recomendações
O diagnóstico de imagem que utiliza radiação ionizante, especialmente a TC, só deve ser feito quando claramente necessário. Devem ser consideradas alternativas. Por exemplo, em crianças pequenas, traumas leves de crânio podem, em geral, ser diagnosticados e tratados com base em achados clínicos e a apendicite geralmente pode ser diagnostica da por ultrassonografia. Entretanto, exames necessários não devem ser adiados, mesmo que a dose de radiação seja elevada (p. ex., tomografias), desde que os benefícios superem os potenciais riscos.
Antes de realizar exames diagnósticos em mulheres em idade fértil, deve ser considerada a possibilidade de gestação, particularmente devido aos riscos de exposição à radiação serem mais elevados durante o período inicial da gestação, em geral, ainda não diagnosticada no 1º trimestre. O útero deve ser protegido sempre que possível em mulheres.