Os meios de contraste radiopacos geralmente são utilizados em radiografias e fluoroscopias, para ajudar a delinear as bordas entre tecidos com radiodensidade similar. A maioria dos meios de contraste tem como base o iodo.
Os meios de contraste iodados podem ser iônicos e não iônicos.
Meios de contraste iônicos, que são sais, são hiperosmolares em relação ao sangue. Esses agentes não devem ser utilizados em mielogramas ou injeções que possam penetrar no canal espinal (pois há risco de neurotoxicidade) ou na árvore brônquica (pois há risco de edema pulmonar).
Os meios de contraste não iônicos podem ter baixa osmolaridade (e ainda serem hiperosmolares em relação ao sangue) ou iso-osmolares (com a mesma osmolaridade do sangue). Meios de contraste mais recentes não iônicos estão sendo utilizados na rotina em quase todas as instituições, pois têm menos efeitos adversos.
As reações mais graves ao contraste são
Reações alérgicas a contraste
As reações podem ter graus variados de gravidade:
O mecanismo é anafilactoide (ver Anafilaxia); os fatores de risco são:
O tratamento é iniciado pela interrupção da injeção de contraste.
Para reações leves a moderadas geralmente a injeção intravenosa de 25 a 50 mg de difenidramina é geralmente eficaz.
O tratamento das reações graves depende do tipo de reação e pode ser feito com a administração de oxigênio, adrenalina, hidratação venosa e, possivelmente, atropina (em caso de bradicardia).
Em pacientes com risco elevado de reações a contraste, devem ser realizados os exames de imagem que não necessitam de contraste iodado. Se for necessário o contraste, um agente não iônico deve ser utilizado e o paciente deve ser pré-medicado com prednisona (50 mg por via oral 13 h/7 horas e 1 hora antes da injeção do contraste) e difenidramina (50 mg por via oral ou IM 1 hora antes da injeção). Se o paciente necessitar de um exame de imagem imediato, pode receber difenidramina 50 mg por via oral ou IM 1 hora antes da injeção de contraste e hidrocortisona 200 mg IV a cada 4 horas, até o exame de imagem ser completado.
Nefropatia por contraste
Na nefropatia induzida por contraste, a creatinina sérica começa a aumentar tipicamente 24 horas após a administração venosa do contraste; com pico entre o 3º e o 5º dia e retorno aos níveis iniciais em 7 a 10 dias.
Os fatores de risco mais comuns incluem:
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Insuficiência renal preexistente (creatinina elevada)
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Diabetes melito, especialmente em pacientes com doença renal crônica associada
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Idade > 70 anos
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Uso de outros fármacos nefrotóxicos
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Desidratação
Para os pacientes com risco de lesão renal aguda após a administração de contraste iodado, as seguintes medidas devem ser consideradas:
Existem vários esquemas de hidratação; um exemplo é administração por via intravenosa de 1 mL/kg de solução salina 0,9% por 24h, iniciando algu-mas horas antes do início do procedimento.
Acetilcisteína tem sido administrada como pré-medicação para pacientes com risco de nefrotoxicidade, mas sua eficácia é incerta. Fármacos hipoglicemiantes orais, como metformina, devem ser suspensas 48 horas após a administração de contraste intravenoso, para evitar acúmulo do fármaco se ocorrer nefrotoxicidade induzida por contrate.
Devido a vários protocolos relacionados com meios de contraste e reações serem específicos e continuamente atua- lizados, é importante discutir estes detalhes com o departamento de radiologia.