Cerca de 1 indivíduo em cada 30 que viajam ao exterior necessita de cuidados de emergência. As doenças em países estrangeiros podem envolver dificuldades significativas. Vários planos de saúde nos EUA, incluindo o Medicare, não são válidos em outros países; em geral, os hospitais no exterior exigem um depósito em dinheiro substancial para não residentes, independentemente do plano de saúde. Os planos de seguro-saúde de viagem, incluindo alguns que providenciam a remoção de emergência, estão disponíveis em agências de viagens e em algumas das principais companhias de cartões de crédito.
Listas de médicos que falam inglês em países estrangeiros estão disponíveis nos consulados norte-americanos, que podem auxiliar a obter cuidados médicos de emergência e informações sobre os riscos de viagens ao exterior (ver tabela Contato útil para pessoas viajando no exterior). Pacientes com doenças graves devem considerar o contato pré-viagem ou arranjo com uma organização que ofereça evacuação supervisionada por médicos em países estrangeiros. Certas infecções são comuns quando se viaja para determinadas áreas.
Contatos úteis para pessoas viajando para o exterior
Vacinações
Viajantes devem atualizar todas as imunizações de rotina. Alguns países exigem vacinas específicas (ver tabela Vacinas para viagens internacionais). Informações gerais atualizadas sobre viagens e imunização estão disponíveis nos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (Travelers’ Health: Vaccinations) e os requisitos da quimioprofilaxia para malária estão disponíveis na linha direta de malária dos CDC (855-856-4713) e no website (Malaria and Travelers).
Vacinas para viagens internacionais*, † , ‡ , §
Infecção |
Regiões onde recomenda-se a vacina |
Comentários |
Todos os países de baixa e média renda |
2 doses, em intervalos de ≥ 6 meses; proteção completa após a 1ª dose por 6–12 meses e por toda a vida após a 2ª dose‡ Ver também Vacina contra hepatite A |
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Todos os países de baixa e média renda, particularmente China |
Série primária de 3 doses, em 0, 1 e 6 meses. Recomendada para viajantes de permanência prolongada e todos os profissionais de saúde‡ Ver também Vacina contra hepatite B |
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Encefalite japonesa |
Áreas rurais da maior parte da Ásia e Sul da Ásia, particularmente em regiões com fazendas de arroz e criação de porcos |
2 doses em intervalos de pelo menos 28 dias Não recomendada para gestantes |
África Subsaariana do norte de Mali a Etiópia (o cinturão da meningite) Necessária para entrada na Arábia Saudita durante Hajj ou Umrah Em todo o mundo, especialmente em circunstâncias de agrupamentos humanos (p. ex., dormitórios) |
Uma dose única de vacina tetravalente (Menactra ou Menveo) é eficaz por 5 anos. Maior risco no "cinturão da meningite" na África durante a estação de seca (dezembro a junho), e naqueles morando em espaços aglomerados. Ver também Vacina meningocócica |
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Todos os países, incluindo EUA |
Recomendada para viajantes com risco de mordidas de animais (p. ex., acampamentos rurais, veterinários, trabalhadores do campo, indivíduos que vivem em áreas remotas) Não elimina a necessidade de imunizações adicionais após picadas de animais para maior proteção Recomendado durante a gestação apenas se o risco de infecção for alto Ver também Prevenção da raiva |
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Todos os países em desenvolvimento, especialmente no sul da Ásia (incluindo Índia) |
Duas apresentações estão disponíveis. Na forma de comprimidos: 1 comprimido em dias alternados no total de 4 comprimidos; protege por 5 anos Apresentação em injeção única: protege durante 2 anos, sendo considerada mais segura para gestantes do que a apresentação da vacina em comprimido. Ver também Prevenção da febre tifoide |
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América do Sul, tropical África tropical |
Apesar de essa infecção ser rara, é necessária comprovação de vacinação para entrada em vários países§ Não é seguro em gestantes Maior risco de efeitos adversos em idosos§ Uma dose fornece proteção por toda a vida Ver também Prevenção da febre amarela |
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*Além das vacinas listadas, deve-se atualizar as vacinas de rotina contra influenza, caxumba, tétano, difteria, pólio, doença pneumocócica e varicela. |
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† Todas as recomendações são sujeitas a alterações. Para as últimas recomendações, ver Center for Disease Control and Prevention (www.cdc.gov ou 800-CDC-INFO [800-232-4636]). (Ver também Visão geral da imunização.) |
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‡Há também uma combinação de vacina HepA e HepB disponível, administrada em um esquema de 3 ou 4 doses. Vacina contra hepatite A (HepA); Vacina contra hepatite B (HepB). |
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§Para viajantes com mais de 60 anos, os profissionais de saúde devem considerar o preenchimento da seção de isenção do Cartão Amarelo (Certificado Internacional de Vacinação), em vez de administrar a vacina contra a febre amarela. Esses viajantes devem então ser particularmente diligentes em relação às medidas de proteção pessoal contra insetos. |
Lesões e mortes
Acidentes de trânsito são as causas mais comuns de morte de viajantes internacionais não idosos. Os viajantes devem utilizar os cintos de segurança sempre que for possível e um capacete para andar de bicicleta. Os viajantes devem evitar motocicletas e ônibus abertos ou caçambas de caminhões abertas. Para evitar afogamentos, outra causa comum de morte no exterior, os viajantes devem evitar as praias com ondas turbulentas e evitar nadar após ingestão de bebidas alcoólicas.
Diarreia do viajante
Diarreia do viajante (DV) é o problema de saúde mais comum entre viajantes internacionais. Apesar de a DV ser geralmente uma doença autolimitada, resolvendo-se tipicamente em 5 dias, 3 a 10% dos viajantes com DV podem apresentar sintomas que durem > 2 semanas e até 3% dos viajantes têm DV com duração > 30 dias. DV com < 1 semana não necessita de avaliação. Para a DV persistente, realizam-se testes laboratoriais.
Indica-se iniciar o próprio tratamento em caso de sintomas moderados a graves, especialmente se houver vômitos, febre, cólicas abdominais ou sangue nas fezes. O tratamento é feito com um antibiótico adequado (p. ex., azitromicina 500 mg ou 1 g em dose única, ou 500 mg/dia por 1 a 3 dias). Medidas adicionais incluem loperamida (exceto em pacientes com febre, fezes com sangue ou dor abdominal e em crianças com < 2 anos) e reposição de líquidos; em idosos e crianças pequenas, eletrólitos (solução de reidratação oral).
Medidas que podem reduzir o risco de DV incluem
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Beber e escovar os dentes com água engarrafada, filtrada, fervida ou clorada
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Evitar gelo
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Ingerir alimentos preparados frescos apenas quando tratados por vapor
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Comer apenas frutas e vegetais que possam ser descascados ou com casca
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Evitar alimentos de vendedores ambulantes.
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Lavar as mãos frequentemente
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Evitar todos os alimentos que possam ter sido expostos a moscas
Antibióticos profiláticos são eficazes para prevenção da diarreia; mas por causa de preocupações sobre os efeitos adversos e o desenvolvimento de resistência, deve-se reservá-los para os pacientes imunodeprimidos. Uma das opções é rifaximina, 200 mg uma vez ao dia ou bid
Malária
A malária é endêmica na África, na Índia e em outras regiões do sul e sudeste da Ásia, nas Coreias do Sul e do Norte, no México, na América Central, no Haiti, na República Dominicana, na América do Sul (partes do norte da Argentina), no Oriente Médio (Turquia, Síria, Irã e Iraque) e na Ásia Central. Os CDC fornecem informações sobre países específicos onde ocorre transmissão da malária (ver Yellow Fever and Malaria Information, by Country), os tipos de malária e os padrões de resistência.
Viajantes para regiões endêmicas devem adotar medidas preventivas contra a malária, incluindo a quimioprofilaxia. Vacinas contra a malaria estão sendo desenvolvidas, mas não estão disponíveis comercialmente.
Esquistossomose
A esquistossomose é comum e é causada pela exposição à água doce na África, Sudeste Asiático, China e região leste da América do Sul. Pode-se reduzir o risco de esquistossomose evitando atividades em água doce nas regiões onde a esquistossomose é comum.
Problemas após a volta para casa
O problema médico mais comum após viagem é
A maioria das doenças comuns potencialmente graves consiste em
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Hepatite A e B
As pessoas também podem adquirir piolhos e escabiose após morar em condições com acúmulo de pessoas ou locais com poucas condições de higiene.
Algumas doenças tornam-se evidentes meses após o viajante ter retornado para casa; uma história de viajem com risco de exposição é uma pista diagnóstica útil quando o paciente apresenta uma doença intrigante. A International Society of Travel Medicine (www.istm.org) e American Society of Tropical Medicine and Hygiene (www.astmh.org) têm listas de clínica para viagens em seus sites. Várias destas clínicas são especializadas em assistir viajantes que adoecem após a volta para casa.