Trabalho de parto prolongado

PorJulie S. Moldenhauer, MD, Children's Hospital of Philadelphia
Revisado/Corrigido: jul 2021
Visão Educação para o paciente

Trabalho de parto prolongado é a ocorrência de dilatação cervical ou descida fetal anormalmente lentas durante a fase ativa do trabalho de parto. O diagnóstico é clínico. O tratamento é feito com ocitocina, parto vaginal operatório ou cesariana.

Em geral, a dilatação cervical se acelera após passar de 4 para 6 cm (1). Normalmente, a dilatação cervical e a descida do polo cefálico fetal pelo canal de parto acontecem a uma velocidade de pelo menos 1 cm/hora, sendo mais rápida em multíparas.

Referência geral

  1. 1. Zhang J, Landy HJ, Branch DW, et al: Contemporary patterns of spontaneous labor with normal neonatal outcomes. Obstet Gynecol 116 (6):1281–1287, 2010. doi: 10.1097/AOG.0b013e3181fdef6e

Etiologia

O trabalho de parto prolongado pode resultar da desproporção cefalopélvica (o feto não consegue se ajustar à pelve materna), em decorrência das dimensões reduzidas da bacia fetal ou de feto anormalmente grande ou que se encontra em posição anômala (distocia fetal).

Outra causa do trabalho de parto prolongado é a ocorrência de contrações muito fracas ou infrequentes (disfunção hipotônica uterina) ou, ocasionalmente, muito fortes ou próximas (disfunção hipertônica uterina).

Diagnóstico

  • Avaliação das dimensões pélvicas, tamanho e posição feta, assim como das contrações uterinas

  • Frequentemente, resposta ao tratamento

O diagnóstico do trabalho de parto prolongado é clínico.

A causa deve ser identificada porque isso determina o tratamento.

A avaliação das dimensões pélvicas e fetais, bem como a posição fetal (parte do exame obstétrico completo) algumas vezes é capaz de determinar se a causa é a desproporção fetopélvica. Por exemplo, peso fetal > 5.000 g (> 4.500 g em mulheres diabéticas) sugere desproporção cefalopélvica.

A disfunção uterina é diagnosticada pela avaliação da intensidade ou duração das contrações por palpação do útero ou uso de catéter intrauterino.

O diagnóstico é, geralmente, baseado na resposta ao tratamento.

Tratamento

  • Ocitocina

  • Às vezes, parto operatório se o 2º estágio do trabalho de parto é prolongado

  • Cesariana para desproporção cefalopélvica ou disfunção hipotônica intratável

Se o 1º ou 2º estágio do trabalho de parto ocorrer muito lentamente e o peso fetal for < 5.000 g (< 4.500 g em mulheres diabéticas), o trabalho de parto pode ser intensificado com ocitocina, que é o tratamento para disfunção hipotônica. Se o progresso normal for restaurado, então pode-se proceder ao trabalho de parto. Se não, a desproporção cefalopélvica ou disfunção hipotônica intratável poder estar presente, e então a cesariana será necessária.

Se o 2º estágio do trabalho de parto for prolongado, fórceps ou extração a vácuo pode ser apropriado após avaliação do tamanho, apresentação e posição fetais [2 cm abaixo das espinhas isquiáticas maternais (+2) ou menos] e avaliação da pelve materna.

O 2º estágio do trabalho de parto é considerado prolongado nestes casos:

  • Em mulheres nulíparas: falta de progresso contínuo durante 4 horas com um anestésico regional ou 3 horas sem anestésico local

  • Em mulheres multíparas: falta de progresso contínuo por 3 horas com um anestésico regional ou 2 horas sem anestésico local (1)

A disfunção uterina hipertônica é difícil de ser tratada, mas o reposicionamento, os tocolíticos de ação rápida (p. ex., uma dose de terbutalina IV 0,25 mg), descontinuação da ocitocina, se estiver sendo utilizada, e analgésicos podem ajudar.

Referência sobre o tratamento

  1. 1. Spong CY, Berghella V, Wenstrom KD, et al: Preventing the first cesarean delivery: Summary of a Joint Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, Society for Maternal-Fetal Medicine, and American College of Obstetricians and Gynecologists Workshop. Obstet Gynecol 120 (5):1181–1193, 2012. doi: http://10.1097/AOG.0b013e3182704880

Pontos-chave

  • O trabalho de parto prolongado pode resultar de desproporção fetopélvica ou de contrações uterinas que são muito fracas ou pouco frequentes ou, às vezes, muito fortes ou próximas umas das outras.

  • Estimativa das dimensões fetal e pélvica e posição fetal, e avaliação das contrações palpando o útero ou utilizando catéter intrauterino de pressão.

  • Se o 1º ou 2º estágio do trabalho de parto for muito lento e o peso do feto for aceitavelmente baixo, aumentar o trabalho de parto com ocitocina; se o tratamento não for bem-sucedido, a causa pode ser desproporção fetal ou disfunção hipotônica intratável, possivelmente exigindo cesárea.

  • Se o 2º estágio do trabalho de parto for prolongado, considerar fórceps ou extração a vácuo, se apropriado, após avaliar o tamanho, a posição e a altura do feto e a pelve materna.

  • Para disfunção uterina hipertônica, considerar o reposicionamento, tocolíticos de ação rápida, descontinuação da ocitocina, se estiver sendo utilizada, e analgésicos.

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