Avaliação do paciente com sintomas nasais e faríngeos

PorMarvin P. Fried, MD, Montefiore Medical Center, The University Hospital of Albert Einstein College of Medicine
Revisado/Corrigido: mai 2023
Visão Educação para o paciente

O nariz e a faringe (que consiste em nasofaringe, orofaringe e hipofaringe) podem ser afetados por inflamação, infecção, traumatismo, tumores e várias condições diversas.

Anatomia nasal e faríngea

Garganta

A úvula localiza-se na linha média na extremidade do palato mole. Ela varia grandemente em comprimento. Úvula longa e flácida ou excesso de tecido velofaríngeo pode causar ronco e, ocasionalmente, contribuir para a apneia obstrutiva do sono.

Tonsilas e adenoides são placas de tecido linfoide em torno da faringe posterior, em área denominada anel de Waldeyer. Seu papel é o de combater a infecção.

A laringe é discutida em Doenças laríngeas.

Nariz

A cavidade nasal é coberta por uma mucosa altamente vascularizada que aquece e umidifica o ar inalado. Cada parede lateral da cavidade tem três conchas, que são projeções ósseas que aumentam a área da superfície, permitindo, assim, que a troca de calor e umidade seja mais eficaz. O muco nasal retém as partículas suspensas no ar inalado. O espaço entre o corneto médio e o inferior é o meato médio, no qual há a drenagem do seio maxilar e a maior parte da drenagem dos seios etmoidais. Pólipos podem se desenvolver entre as conchas, muitas vezes em associação à asma, à alergia, uso de ácido acetilsalicílico e fibrose cística.

Seios

Os seios paranasais são cavidades ósseas revestidas de muco, que se conectam à nasofaringe. Há 4 tipos:

  • Maxilar

  • Frontal

  • Etmoide

  • Esfenoide

Eles estão localizados nos ossos faciais e cranianos (ver figura Seios paranasais). O papel fisiológico dos seios paranasais ainda não está claro.

Seios paranasais

Avaliação do nariz e faringe

O exame do nariz e da faringe é parte de todo exame otorrinolaringológico geral.

História

Informações gerais incluem o uso de álcool ou tabaco (ambos fatores de risco de câncer de cabeça e pescoço) e sintomas sistêmicos, como febre e perda ponderal.

Sintomas orofaríngeos incluem

  • Dor na boca e garganta

  • Úlceras na boca e garganta

  • Dificuldade de engolir ou falar

Sintomas nasais e sinusais incluem

  • Congestão (observando presença e duração)

  • Secreção nasal

  • Anosmia e/ou ageusia

  • Sangramento do nariz

Exame físico

Alguns otorrinolaringologistas utilizam uma fonte de luz acoplada à cabeça. No entanto, como a luz não pode ser precisamente alinhada ao eixo de visão, é difícil evitar sombreamento nas áreas estreitas (p. ex., cavidade nasal). A iluminação é melhor se o espelho montado na cabeça for convexo; o médico olha através de um orifício no centro do espelho, assim a iluminação está sempre no eixo. O espelho reflete a luz de uma fonte colocada atrás do paciente e ligeiramente para um dos lados e requer prática para uso eficaz.

O nariz é examinado utilizando-se de um espéculo nasal, que é posicionado de modo que as 2 lâminas fiquem abertas em direção anteroposterior (ou ligeiramente oblíqua) e não faça pressão contra o septo. O médico observa quaisquer sintomas de coriza, crostas, desvio de septo ou perfuração; se a mucosa está eritematosa, pálida ou edemaciada, e se há pólipos. A pele sobre os seios frontal e maxilar é examinada quanto a eritema e sensibilidade, sugerindo inflamação dos seios.

Se necessário, a nasofaringe e a hipofaringe podem ser examinadas com nasofaringoscópio flexível. Anestésico tópico (p. ex., lidocaína 4%) é pulverizado no nariz e na garganta, e no nariz também é pulverizado com um descongestionante (p. ex., fenilefrina 0,5%). Após vários minutos, a fibra é suavemente passada através das narinas e da cavidade nasal, e a hipofaringe e a laringe são inspecionadas. Um exame endoscópico nasal também pode ser feito utilizando um nasoscópio rígido, que fornece excelentes incidências da parte interna do nariz, mas utilizá-lo requer habilidade para não causar desconforto no paciente.

Por outro lado, pode-se fazer exame com um espelho. Um anestésico faríngeo tópico para a garganta é necessário para esse exame. O espelho deve ser aquecido antes do uso para evitar embaçamento. Um pequeno espelho é utilizado para a nasofaringe. Posiciona--se o espelho logo abaixo da úvula, angula-se para cima; a língua é empurrada para baixo com um abaixador de língua. Um espelho maior é utilizado para hipofaringe e laringe. A língua é retraída, segurando-a com uma compressa de gaze, e o espelho é colocado contra o palato mole, angulando-o para baixo.

O exame cervical consiste em inspeção e palpação de massas. Se massas são encontradas, o médico deve diferenciar se são dolorosas, flutuantes, firmes, ou extremamente rígidas; e se são móveis ou fixas. Massas causadas por infecção são moles e móveis; cânceres tendem a ser rígidos e fixos. É dada especial atenção para os gânglios linfáticos cervicais, tireoide e glândulas parótidas.

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