Glicosúria renal é a excreção de glicose na urina, com níveis plasmáticos normais de glicose.
Glicosúria renal pode ser hereditária. Essa forma geralmente envolve uma redução do transporte máximo de glicose (a taxa máxima na qual a glicose pode ser reabsorvida) e perda subsequente de glicose na urina. A doença hereditária geralmente é transmitida como traço recessivo incompleto (heterozigotos têm glicosúria leve).
A glicosúria renal pode ocorrer sem qualquer outra anormalidade na função renal ou como parte de defeito generalizado da função do túbulo proximal (síndrome de Fanconi). Também pode ocorrer com várias doenças sistêmicas, incluindo cistinose, doença de Wilson, tirosinemia hereditária e síndrome oculocerebrorrenal (síndrome de Lowe).
Sinais e sintomas
A glicosúria renal é assintomática e sem sequelas graves. Mas caso exista um defeito generalizado associado na função do túbulo proximal, os sinais e sintomas podem incluir raquitismo hipofosfatêmico, depleção de volume, baixa estatura, hipotonia muscular, alterações oculares de catarata ou glaucoma (síndrome oculocerebrorrenal) ou anéis de Kayser-Fleischer (doença de Wilson). Com esses achados, os defeitos de transporte diferentes de glicosúria devem ser pesquisados.
Diagnóstico
A doença é tipicamente observada no início no exame de urina de rotina.
O diagnóstico baseia-se no achado de glicose na urina em amostra de 24 h (em uma dieta contendo 50% de carboidratos) na ausência de hiperglicemia (glicemia sérica < 140 mg/dL). Para confirmar que o açúcar excretado é glicose e excluir pentosúria, frutosúria, sacarosúria, maltosúria, galactosúria e lactosúria, deve-se empregar o método da glicose oxidase para todas as dosagens laboratoriais. Alguns especialistas requerem um resultado normal em um teste de tolerância à glicose por via oral para o diagnóstico.