Hemangiomas infantis são os tumores mais comuns em crianças, afetando 10% a 12% das crianças no 1º ano. Hemangiomas infantis estão presentes no nascimento em 10% a 20% dos recém-nascidos afetados e quase sempre nas primeiras semanas da vida; ocasionalmente, lesões mais profundas serão aparentes somente alguns meses após o nascimento. O tamanho e a vascularização aumentam rapidamente, geralmente atingindo o pico com a idade de 1 ano.
Os hemangiomas infantis podem ser classificados pela aparência geral (superficial, profundo ou cavernoso) ou por outros termos descritivos (p. ex., hemangioma em morango). No entanto, como todas essas lesões compartilham a mesma fisiopatologia e história natural, o termo hemangioma infantil é o preferido.
Sinais e sintomas
As lesões superficiais são de aparência vermelho-brilhante e as mais profundas, azuladas. As lesões podem sangrar ou ulcerar por pequenos traumas, e as úlceras são dolorosas.
Os hemangiomas infantis em certas localizações interferem na função. Um HI na face ou orofaringe pode interferir na visão ou obstruir a via respiratória; aqueles localizados perto do meato uretral ou ânus prejudicam a eliminação de urina e fezes. O hemangioma periocular em um neonato é considerado uma emergência e deve ser tratado imediatamente para evitar defeitos definitivos na visão. Os hemangiomas lombossacrais representam um sinal de anomalias gastrointestinais ou neurológicas subjacentes.
As lesões lentamente involuem, começando aos 12 a 18 meses, diminuindo o tamanho e a vascularização. Em geral, os hemangiomas infantis involuem 10%/ano de acordo com a idade (p. ex., 50% aos 5 anos, 60% aos 6 anos), com involução máxima aos 10 anos de idade. Essas lesões involutivas se tornam amareladas ou telangiectásicas, com textura enrugada ou fibrogordurosa frouxa. As alterações residuais são quase sempre proporcionais ao máximo do tamanho e da vascularização.
Diagnóstico
Tratamento
Não há recomendação de tratamento universal para hemangioma infantil. Como a maioria das lesões desaparece espontaneamente, geralmente indica-se observação antes de iniciar o tratamento. O tratamento deve ser considerado para lesões que
O tratamento tópico e os cuidados das feridas são úteis em lesões ulceradas, ajudando a prevenir cicatrizes, sangramento e dor. Também são indicadas compressas, mupirocina ou metronidazol tópicos, curativos de barreira (geralmente, filme de poliuretano ou gaze vaselinada) ou, ainda, cremes de barreira.
A menos que as complicações comprometam a vida ou os órgãos vitais, a excisão cirúrgica ou procedimentos destrutivos devem ser evitados, pois geralmente causam mais cicatrizes do que quando há involução espontânea. Para ajudar os familiares a aceitar a não intervenção, o médico deve informar a história natural (amostras de fotografias são úteis), tirar fotografias periódicas da lesão para documentar a involução e dar atenção às dúvidas a respeito da doença.