A incontinência fecal pode ser voluntária ou involuntária. A incontinência fecal ocorre em aproximadamente 3% a 4% das crianças de quatro anos de idade e se torna menos comum à medida que a idade aumenta. Ela acontece mais frequentemente em conjunto com ensinar a usar a privada Ensinando a usar a privada A maioria das crianças pode aprender a usar a privada entre dois a três anos de idade. Geralmente, a criança aprende primeiro a usar a privada para defecar. A maioria das crianças pode ser ensinada... leia mais ou ao iniciar a escola.
Causas de incontinência fecal em crianças
As principais causas da incontinência fecal são
Constipação intestinal
Ocasionalmente, causas físicas ou doença
Causas psicológicas
Ainda que isso pareça contraditório, a incontinência fecal é em geral causada pela constipação. Constipação intestinal A constipação nas crianças Constipação se refere ao atraso ou dificuldade de evacuar por um período de, pelo menos, um mês em bebês e crianças pequenas, e por um período de dois meses em crianças mais velhas (consulte... leia mais é o atraso ou a dificuldade em evacuar e pode ter muitas causas, especialmente causas comportamentais (por exemplo, medo de usar o vaso sanitário ou de evacuar fezes duras) e relacionados à dieta (por exemplo, não comer fibra o suficiente).
Porém, independentemente da causa, enquanto as fezes permanecem nos intestinos, água é absorvida, o que as faz endurecer. Uma vez que pode ser doloroso eliminar fezes grandes e duras, as crianças bloqueiam ainda mais a necessidade de evacuar, resultando em um círculo vicioso que só piora a constipação. A criança pode não conseguir eliminar fezes duras, que permanecem no reto (fezes impactadas). Fezes moles e úmidas da parte mais acima do intestino grosso podem vazar passando ao redor do acúmulo de fezes endurecidas, resultando em incontinência fecal.
Caso a constipação continue, a parede do reto e do intestino grosso se alarga. Esse estiramento mantido reduz a sensação da criança de que o intestino está cheio e prejudica o controle muscular, aumentando ainda mais o risco de vazamento de fezes.
E algumas ocasiões, o médico precisa fazer exames na criança quanto à presença de uma causa ou doença.
Às vezes, a incontinência fecal pode ser causada por fatores psicológicos.
Diagnóstico de incontinência fecal em crianças
Avaliação médica
O médico faz o diagnóstico tomando por base o histórico da criança e um exame físico.
Em crianças cooperativas, os médicos podem usar um dedo enluvado para examinar gentilmente o reto Considerações gerais sobre o ânus e o reto O ânus é a abertura, na extremidade do trato digestivo, pelo qual as fezes saem do corpo. O reto é a seção do trato digestivo acima do ânus, onde as fezes são mantidas antes de serem expelidas... leia mais (onde as fezes são mantidas antes de serem eliminadas do corpo pelo ânus Considerações gerais sobre o ânus e o reto O ânus é a abertura, na extremidade do trato digestivo, pelo qual as fezes saem do corpo. O reto é a seção do trato digestivo acima do ânus, onde as fezes são mantidas antes de serem expelidas... leia mais ) para medir a sensação e determinar se há fezes impactadas.
Às vezes, especialmente quando medidas simples não conseguem aliviar a constipação, o médico faz outros exames, como radiografias do abdômen, para descartar outras causas. Ocasionalmente, os médicos fazem exames como manometria Manometria A manometria é um procedimento que mede a pressão em várias partes do trato digestivo. A pessoa não pode comer nem beber nada depois da meia-noite antes do exame. Nesse exame, um tubo flexível... leia mais para avaliar como os músculos dentro do trato gastrointestinal, particularmente o ânus e o reto, estão funcionando. Raramente se faz uma biópsia da parede retal, na qual uma amostra de tecido é coletada e examinada ao microscópio. Se uma causa física para a constipação for encontrada, ela pode com frequência ser tratada.
Tratamento de incontinência fecal em crianças
Para constipação, laxantes, conforme prescrição médica
Plano comportamental
Manutenção
Caso a causa seja constipação, um laxante ou outro agente é receitado para esvaziar completamente o intestino, o que é necessário como ponto de partida.
Após o intestino ser esvaziado, o que é às vezes confirmado mediante radiografias abdominais, as crianças iniciam um esquema regular com laxantes e um plano comportamental para garantir evacuações regulares.
Depois que um hábito intestinal regular tenha sido alcançado, a criança começa uma fase de manutenção.
Plano comportamental
O plano comportamental normalmente inclui horas determinadas para ir ao banheiro, nas quais as crianças se sentam no vaso sanitário por cinco a dez minutos após cada refeição quer sintam ou não necessidade de evacuar. No caso das crianças com acidentes durante certas horas do dia, elas também devem se sentar no vaso sanitário imediatamente antes dessas horas.
Pequenas recompensas são frequentemente úteis. Dar à criança adesivos para colocar em um quadro a cada vez que ela se sentar no vaso sanitário (mesmo que não haja produção de fezes), pode, por exemplo, aumentar o desejo da criança de seguir o plano. Um programa em etapas é com frequência usado, no qual as crianças recebem pequenas recompensas (tais como adesivos) por se sentar no vaso sanitário e recompensas maiores por seguir o plano de maneira consistente. Pode ser necessário mudar as recompensas com o tempo para manter o interesse das crianças no plano.
Se um plano comportamental iniciado pelo cuidador não obtiver sucesso, a criança pode ser encaminhada para um terapeuta comportamental ou psicólogo infantil especializado no tratamento de crianças com incontinência fecal. Esses especialistas recomendam fortemente que os cuidadores frustrados pela incontinência e pelo comportamento que suja a roupa com fezes evitem punir a criança ou demonstrar para a criança que estão desapontados pela falta de progresso ou por qualquer regressão para comportamentos antigos depois do progresso ter sido alcançado. Terapeutas comportamentais e psicólogos infantis costumam advertir os cuidadores contra o uso de elogios excessivamente positivos.
Manutenção
Assim que evacuações regulares são estabelecidas, a incontinência em geral cessa. A manutenção de fezes moles por vários meses pode ser necessária para que o alargamento das paredes intestinais retorne ao normal e para que a conscientização da sensação de intestino cheio retorne. Na fase de manutenção, alguns laxantes e horas regulares para se sentar no vaso sanitário ainda serão necessárias para encorajar uma evacuação antes de a necessidade de evacuar ser sentida.
Após essa fase de manutenção, a dose de laxantes é lentamente reduzida, depois interrompida, e o número de vezes para se sentar no vaso sanitário reduzido. Essa é, com frequência, a época na qual ocorrem recaídas. Por isso, os profissionais da área da saúde continuam a monitorar as crianças. O retreinamento intestinal pode ser um processo longo que pode levar meses a anos.
Nos casos mais graves, pode ser necessário aconselhamento psicológico para as crianças cuja incontinência fecal é a causa ou o resultado de problemas emocionais ou comportamentais.