Em geral, a deficiência auditiva em recém-nascidos resulta da infecção pelo citomegalovírus ou de defeitos genéticos e, em crianças mais velhas, de infecções ou cera no ouvido.
Caso as crianças não respondam a sons, tenham dificuldade para falar ou estejam demorando para começar a falar, a causa pode ser deficiência auditiva.
Um aparelho portátil ou um exame que mede as respostas do cérebro a sons é usado para testar a audição de recém-nascidos, e várias outras técnicas são usadas em crianças mais velhas.
A deficiência auditiva não tratada pode bloquear o desenvolvimento verbal, social e emocional da criança.
Se possível, a causa é tratada, mas aparelhos auditivos podem ser necessários.
Se os aparelhos auditivos não forem eficazes, algumas vezes um implante coclear pode ser útil.
A deficiência auditiva é relativamente comum entre crianças. Aproximadamente 1,9% das crianças têm dificuldades auditivas, e perda auditiva permanente é encontrada em mais de uma em cada 1.000 crianças que fazem o exame para detectar perda auditiva, independentemente de elas terem ou não sintomas.
A deficiência auditiva é ligeiramente mais comum entre meninos. Não reconhecer e tratar uma deficiência pode afetar gravemente a capacidade de uma criança de falar e de compreender a linguagem. A deficiência pode conduzir a um baixo rendimento na escola, a provocações dos colegas, ao isolamento social e dificuldades emocionais.
(Ver também Perda da audição Perda da audição No mundo inteiro, cerca de meio bilhão de pessoas (quase 8% da população mundial) apresenta perda de audição. Mais de 15% das pessoas nos Estados Unidos apresentam algum grau de perda auditiva... leia mais em adultos.)
Causas
As causas mais comuns de deficiência auditiva em recém-nascidos são
Infecção congênita por citomegalovírus (CMV) Infecção pelo citomegalovírus (CMV) em recém-nascidos O citomegalovírus é um vírus comum que normalmente causa pouco ou nenhum problema, mas que pode causar doença grave em bebês que são infectados antes ou na hora do nascimento. A infecção pelo... leia mais
Quando um bebê é infectado pelo CMV dentro do útero, isso é chamado infecção congênita por CMV Infecção pelo citomegalovírus (CMV) em recém-nascidos O citomegalovírus é um vírus comum que normalmente causa pouco ou nenhum problema, mas que pode causar doença grave em bebês que são infectados antes ou na hora do nascimento. A infecção pelo... leia mais . Nos Estados Unidos, a infecção congênita por CMV é a infecção viral congênita mais comum. Recém-nascidos infectados podem nascer com a perda auditiva e muitos outros problemas. A perda auditiva também pode se desenvolver mais tarde em crianças que foram infectadas imediatamente antes, durante ou logo após o nascimento.
Os defeitos genéticos também são causas comuns. Alguns defeitos genéticos causam perda da audição evidente ao nascimento. Outros defeitos genéticos causam perda da audição que se desenvolve ao longo do tempo.
As causas mais comuns de deficiência auditiva em bebês e crianças mais velhas são
Infecções de ouvido Considerações gerais sobre infecções do ouvido médio em crianças pequenas A infecção do ouvido médio é a infecção do espaço imediatamente atrás do tímpano. As infecções do ouvido médio (otite média) podem ocorrer em crianças mais velhas e adultos (consulte Otite média... leia mais e otite média secretora A otite média secretora em crianças A otite média secretora ocorre quando há acúmulo de líquido por trás do tímpano que permanece lá depois de uma infecção aguda do ouvido médio ou bloqueio das trompas de Eustáquio. Uma infecção... leia mais
Nas crianças mais velhas, outras causas incluem traumatismo craniano Considerações gerais sobre traumatismos cranianos Os traumatismos cranianos que envolvem o cérebro são particularmente preocupantes. Causas frequentes de traumatismos cranianos incluem quedas, acidentes com veículos motorizados, agressões físicas... leia mais , barulho alto (incluindo música alta), uso de certos medicamentos que podem danificar os ouvidos Distúrbios do ouvido causados por fármacos Muitos fármacos podem lesionar os ouvidos (fármacos ototóxicos). Alguns fármacos ototóxicos incluem os antibióticos estreptomicina, tobramicina, gentamicina, neomicina e vancomicina, certos... leia mais (como antibióticos aminoglicosídios ou diuréticos tiazídicos), certas infecções virais (como a cachumba Vírus da caxumba A caxumba é uma infecção viral contagiosa que causa um aumento doloroso das glândulas salivares. A infecção também pode afetar os testículos, cérebro e pâncreas, especialmente nos adultos. A... leia mais ), tumores Tumores dos ouvidos Os tumores do ouvido podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). A maioria dos tumores do ouvido é detectada quando a pessoa se dá conta do seu aparecimento ou quando o médico... leia mais ou lesões que afetem o nervo auditivo, lesões por lápis ou outros objetos estranhos que ficam presos profundamente no ouvido Objetos no ouvido Objetos no ouvido podem ser retirados com uma lavagem com água esterilizada ou solução salina, por sucção, fórceps ou outros instrumentos. Se não for possível remover o corpo estranho facilmente... leia mais e, raramente, um mal funcionamento do sistema imune que faz com que o corpo ataque seus próprios tecidos (distúrbio autoimune Doenças autoimunes Uma doença autoimune é um mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos. Ainda não se sabe o que desencadeia as doenças autoimunes. Os sintomas... leia mais ).
Sintomas
Os pais podem suspeitar de uma deficiência auditiva se a criança não responder a sons ou se a criança tiver dificuldade para falar ou atraso no desenvolvimento da fala.
A deficiência auditiva menos grave pode ser mais sutil e levar a comportamentos que são mal compreendidos pelos pais e médicos, como os seguintes:
Às vezes, a criança ignora pessoas que estão falando com ela.
A criança consegue falar e ouvir bem em casa, mas não na escola, porque a deficiência auditiva leve ou moderada pode causar problemas somente em meio ao ruído de fundo de uma sala de aula.
Em geral, se a criança estiver se desenvolvendo bem em um ambiente, mas tiver claras dificuldades sociais, comportamentais, linguísticas ou de aprendizagem em um ambiente diferente, ela deve ser examinada em busca de sinais de deficiência auditiva.
Exames preventivos e de diagnóstico
No caso de recém-nascidos, exames auditivos preventivos de rotina
No caso de crianças mais velhas, avaliação de um médico e timpanometria
Exames de diagnóstico por imagem
Uma vez que a audição tem um papel tão importante no desenvolvimento de uma criança, muitos médicos recomendam que todos os recém-nascidos sejam testados em busca de deficiência auditiva por volta dos três meses de idade.
A maioria dos estados norte-americanos exige a realização de exames preventivos de rotina Exames preventivos no recém-nascido Muitos distúrbios sérios que não são aparentes no nascimento podem ser detectados, ainda assim, mediante diversos exames preventivos. O diagnóstico e o tratamento precoces podem reduzir ou prevenir... leia mais no recém-nascido para detectar deficiência auditiva. Os recém-nascidos são geralmente examinados em dois estágios. Primeiro, os recém-nascidos são examinados para detectar os ecos gerados por ouvidos saudáveis em resposta a cliques suaves feitos por um dispositivo portátil (exames de emissão otoacústica evocada Exames ). Se esse exame levantar dúvidas sobre a audição do recém-nascido, um segundo exame mede os sinais elétricos do cérebro em resposta a sons (exame de resposta auditiva do tronco cerebral, ou ABR). O ABR é indolor e é em geral realizado quando o recém-nascido está dormindo. Ele pode ser realizado em crianças de qualquer idade.
Se os resultados do ABR forem anormais, o teste é repetido um mês depois. Se for detectada perda da audição, a criança pode receber aparelhos auditivos e pode se beneficiar de colocação em um ambiente educacional receptivo a crianças com deficiência auditiva.
Se os médicos suspeitarem que a criança tem um defeito genético, testes genéticos poderão ser realizados.
Em crianças mais velhas, diversas técnicas podem ser usadas para diagnosticar a deficiência auditiva:
Uma série de perguntas são feitas para detectar atrasos no desenvolvimento normal da criança ou para avaliar preocupações dos pais quanto ao desenvolvimento da linguagem e da fala
Exame dos ouvidos em busca de sinais de anomalias
No caso de crianças com seis meses a dois anos de idade, testam-se suas respostas a diversos sons
Exame de resposta do tímpano a uma ampla gama de frequências sonoras (timpanometria Exames
), o que pode indicar se há líquido no ouvido médio
Após os dois anos de idade, pede-se à criança para cumprir comandos simples, o que em geral indica se elas ouvem e entendem a fala, ou testam-se suas respostas a sons com o uso de fones de ouvido
Exames de imagem são realizados com frequência para identificar a causa da perda auditiva e orientar o prognóstico. Um exame de ressonância magnética Ressonância magnética (RM) Na ressonância magnética (RM), um forte campo magnético e ondas de rádio de muito alta frequência são utilizados para produzir imagens em alto grau de detalhe. A RM não usa raios X e é normalmente... leia mais (RM) é realizado na maioria das crianças. Se os médicos suspeitam da existência de anomalias ósseas, é realizada uma tomografia computadorizada Tomografia computadorizada (TC) Na tomografia computadorizada (TC), que antigamente era chamada de tomografia axial computadorizada (TAC), uma fonte de raios X e um detector de raios X giram em torno da pessoa. Nos aparelhos... leia mais
(TC).
Prognóstico
Não reconhecer e tratar uma deficiência auditiva pode afetar gravemente a fala e a compreensão da linguagem da criança. A deficiência pode conduzir a um baixo rendimento na escola, a provocações dos colegas e a problemas sociais e emocionais.
Tratamento
Tratamento da causa, se for possível
Aparelhos auditivos ou implantes cocleares
Língua de sinais
O tratamento de causas reversíveis de perda auditiva pode restaurar a audição. Infecções do ouvido, por exemplo, podem ser tratadas com antibióticos ou cirurgia; cera pode ser manualmente removida ou dissolvida com medicamentos para o ouvido em gotas e colesteatomas podem ser removidos cirurgicamente.
Na maior parte das vezes, a perda auditiva de uma criança não pode ser revertida e o tratamento envolve o uso de um aparelho auditivo para compensar a deficiência tanto quanto possível.
Aparelhos auditivos Aparelhos auditivos A maioria das causas de perda de audição não tem cura. Nesses casos, o tratamento consiste em compensar a perda de audição, na medida do possível. A maioria das pessoas que apresentam uma perda... leia mais estão disponíveis para bebês e também para crianças mais velhas. Se a perda auditiva for leve ou moderada ou afetar apenas um ouvido, é possível usar um aparelho auditivo ou fones de ouvido. As crianças com deficiência auditiva em apenas um ouvido podem ser ajudadas com o uso de um treinador auditivo FM Tratamento em crianças No mundo inteiro, cerca de meio bilhão de pessoas (quase 8% da população mundial) apresenta perda de audição. Mais de 15% das pessoas nos Estados Unidos apresentam algum grau de perda auditiva... leia mais
que transmite a voz de um professor a um aparelho auditivo no ouvido normal.
Aparelhos auditivos: Amplificando o som
O aparelho auditivo que se coloca atrás da orelha é o mais potente, mas também o menos atraente. O aparelho auditivo que se coloca dentro do ouvido é a melhor escolha em casos de perda grave da audição. É fácil de ajustar, mas difícil de usar ao telefone. O aparelho auditivo dentro do canal auditivo é utilizado em casos de perda leve a moderada da audição. Esse aparelho é relativamente discreto. O aparelho auditivo que se coloca totalmente dentro do canal auditivo é utilizado em casos de perda leve a moderada da audição. Esse aparelho tem boa qualidade de som, é quase invisível, e pode ser usado facilmente para falar ao telefone. É removido puxando-se por um pequeno fio. Contudo, é o mais dispendioso e o mais difícil de ajustar. ![]() |
Os implantes cocleares Implantes cocleares A maioria das causas de perda de audição não tem cura. Nesses casos, o tratamento consiste em compensar a perda de audição, na medida do possível. A maioria das pessoas que apresentam uma perda... leia mais (um sistema implantado cirurgicamente que envia sinais elétricos diretamente ao nervo auditivo em resposta a sons) podem ser usados em crianças cuja perda auditiva é tão grave que não pode ser administrada através de aparelhos auditivos.

As crianças podem também precisar de terapia para ajudar com o desenvolvimento da linguagem, como aprender a língua de sinais Tratamento em crianças No mundo inteiro, cerca de meio bilhão de pessoas (quase 8% da população mundial) apresenta perda de audição. Mais de 15% das pessoas nos Estados Unidos apresentam algum grau de perda auditiva... leia mais .
Membros de comunidades de surdos têm orgulho da sua rica tradição e formas alternativas de comunicação. Muitas pessoas surdas se opõem à cirurgia para o tratamento de deficiência auditiva grave alegando que isso pode negar à criança o direito de fazer parte da comunidade de surdos. As famílias que desejarem considerar essa abordagem devem discuti-la com o médico.
Mais informações
Seguem alguns recursos em inglês que podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo desses recursos.
Consulte os seguintes sites para obter informações abrangentes sobre as atualizações em pesquisas e iniciativas de financiamento, materiais educativos, serviços de apoio e links rápidos para assuntos relacionados:
Alexander Graham Bell Association for the Deaf and Hard of Hearing: Apoio, informações, recursos, e mais para garantir que pessoas surdas e com baixa audição possam ouvir e falar
American Society for Deaf Children: Informações para crianças e jovens com todos os níveis de audição em relação ao acesso a apoio à comunicação, linguagem e oportunidades de aprendizagem, orientação e defesa
Hearing Health Foundation: Informações sobre prevenção e cura da perda auditiva e outros distúrbios de audição
Helen Keller National Center for DeafBlind Youths & Adults (HKNC): Informações sobre como pessoas cegas, com baixa visão, surdas ou com perda visual e auditiva combinada podem viver e trabalhar de forma independente por meio de treinamento e outros recursos
National Association of the Deaf: Uma organização de direitos civis para pessoas surdas e com baixa audição nos Estados Unidos