Problemas de alimentação

PorDeborah M. Consolini, MD, Thomas Jefferson University Hospital
Revisado/Corrigido: set 2023
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Problemas comuns de alimentação de bebês e crianças pequenas incluem refluxo gastroesofágico, gastroenterite, alimentação excessiva, alimentação insuficiente e desidratação (perda de líquido).

  • Alguns dos problemas de alimentação se resolvem sem tratamento, mas outros exigem cuidados médicos ou hospitalização.

  • Nutrição e técnicas de alimentação apropriadas podem aliviar alguns dos problemas de alimentação.

Os problemas de alimentação em bebês e crianças jovens são geralmente de pouca importância, porém, às vezes têm consequências graves.

Regurgitação

A regurgitação (o arroto) é a emissão sem esforço pela boca ou pelo nariz de fórmula láctea ou leite materno engolido depois que o bebê é alimentado. Ela é normal desde que ela não seja excessiva. Quase todos os bebês regurgitam, uma vez que não conseguem sentar retos durante e depois da alimentação. Além disso, a válvula (esfíncter) que separa o esôfago e o estômago é imatura e não consegue manter a totalidade do conteúdo do estômago dentro dele. A regurgitação piora quando o bebê come muito rápido ou engole ar. Em geral, a regurgitação para entre as idades de 7 e 12 meses.

É possível reduzir a regurgitação ao

  • Alimentar o bebê antes de ele ficar com muita fome

  • Coloque o bebê para arrotar a cada quatro a cinco minutos enquanto estiver sendo alimentado

  • Segurar o bebê na posição vertical durante e depois da alimentação

  • Certificar-se de que o bico da mamadeira deixa passar apenas algumas gotas quando pressionado ou quando a mamadeira é virada de cabeça para baixo

A regurgitação que parece causar desconforto ao bebê, interfere com a alimentação e o crescimento ou persiste até a primeira infância, e é denominada refluxo gastroesofágico, podendo exigir assistência médica. Caso o material regurgitado seja verde (indicador de bile), contenha sangue ou cause tosse ou sufocamento, cuidados médicos imediatos são necessários.

Vômitos

Vômitos são a emissão desconfortável e forçada de alimentos pela boca. Ele nunca é normal. Para uma discussão mais completa, consulte Vômitos em bebês e crianças.

Vômitos em bebês são mais frequentes como resultado de gastroenterite viral aguda. A gastroenterite viral é uma infecção do trato digestivo que causa náusea, vômitos, diarreia e cólicas. Os vômitos também podem ser causados por infecções em outras partes do corpo, como infecções de ouvido ou por infecções do trato urinário.

Com menos frequência, os vômitos ocorrem devido a um problema de saúde grave. Em ocasiões raras, bebês com duas semanas a quatro meses de idade podem apresentar um vômito forçado (projétil) após a alimentação devido a um bloqueio da saída do estômago (estenose pilórica hipertrófica). Vômitos também podem ser causados por distúrbios potencialmente fatais, como meningite (infecção ao redor do cérebro e da medula espinhal), obstrução intestinal, distúrbios metabólicos, aumento da pressão intracraniana (devido a fluido no cérebro ou uma massa no cérebro) e apendicite.

Na maioria das vezes, o vômito causado por gastroenterite cessa sem tratamento. Administrar líquidos e eletrólitos à criança (como sódio e cloreto) de soluções disponíveis em supermercados ou farmácias previne ou trata a desidratação (perda de líquido). Uma criança que está vomitando muito pode tolerar pequenas quantidades de soluções dadas mais frequentemente do que grandes quantidades dadas com menor frequência.

A criança deve ser levada ao médico se ela apresentar vômitos e

  • Tiver dor abdominal intensa

  • Vomitar todo o líquido que ingere

  • Tiver febre alta

  • Estiver letárgica ou muito doente ou não estiver agindo como de costume

  • Vomitar por mais de 12 horas

  • Tiver sangue ou uma substância esverdeada (bile) no vomito

  • Não tiver urinado há mais de 8 horas

Esses sintomas podem indicar desidratação ou um quadro mais grave.

Alimentação excessiva

A alimentação excessiva significa dar à criança mais nutrição de que ela precisa para ter um crescimento saudável.

A alimentação excessiva ocorre quando a criança é automaticamente alimentada como resposta ao choro, quando a mamadeira é dada como distração ou atividade ou quando lhe é permitido manter a mamadeira sempre consigo. Isso também ocorre quando os pais recompensam o bom comportamento com alimentos ou fazem com que a criança coma todo o alimento mesmo quando não sente fome.

Em curto prazo, a alimentação excessiva causa regurgitação e diarreia. Em longo prazo, a criança que recebe alimentação excessiva pode ficar obesa.

Alimentação insuficiente

A alimentação insuficiente significa dar à criança menos nutrição do que ela precisa para ter um crescimento saudável.

A alimentação insuficiente é uma das muitas causas do insucesso de desenvolvimento e pode estar relacionada com a criança ou com seu cuidador. A alimentação insuficiente pode ocorrer quando um bebê inquieto ou distraído, não se senta corretamente para comer ou tem dificuldade na sucção ou deglutição. A alimentação insuficiente também pode ser causada por técnicas de alimentação incorretas e por erros no preparo da fórmula láctea (consulte Alimentação por mamadeira). Pobreza e falta de acesso a alimentos nutritivos são importantes causas de alimentação insuficiente.

Por vezes, pais abusivos ou que sofrem de distúrbios mentais não alimentam seus filhos de propósito.

A alimentação insuficiente em bebês pode causar desidratação e tom amarelado da pele (icterícia).

Agências sociais comunitárias (como o programa Mulheres, Bebês e Crianças [Women, Infants, and Children, WIC] dos Estados Unidos) podem ajudar os pais a comprar fórmula láctea e ensinar a eles técnicas adequadas de preparo das fórmulas lácteas e de alimentação. Quando um bebê apresenta peso tão abaixo do esperado que supervisão da alimentação se torna necessária, o médico pode hospitalizar a criança para avaliação. É possível que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente seja chamada se os pais praticarem abuso ou negligência.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

  1. Programa de nutrição suplementar para mulheres, bebês e crianças (Women, Infants, and Children, WIC): Informações sobre alimentos suplementares, recursos nutricionais e assistência à saúde para mulheres de baixa renda e crianças pequenas dos Estados Unidos

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