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Comentário: Quatro coisas que os pacientes e entes queridos devem saber sobre transtornos alimentares

Comentário
09/40/21 Por
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Quase um em cada dez americanos terá um transtorno alimentar durante a vida. As pessoas que lutam com transtornos alimentares podem ser de qualquer idade e gênero. Apesar dessa prevalência, há estigmas e equívocos significativos sobre os transtornos alimentares. Para alguém em sofrimento, esses desafios podem dificultar enxergar uma saída. Mas os distúrbios alimentares são quadros clínicos tratáveis, e o apoio da família e dos entes queridos pode ser uma parte vital do diagnóstico e tratamento. Tratamento e apoio eficazes começam com a abordagem dos estigmas e equívocos que impedem que tantas pessoas obtenham a ajuda de que precisam e que seus entes queridos as apoiem em sua jornada. Aqui estão quatro coisas que indivíduos e entes queridos devem entender sobre transtornos alimentares.

1. Transtorno alimentar não é uma escolha

Transtornos alimentares são condições biológicas que envolvem um distúrbio da alimentação ou do comportamento relacionado à alimentação, normalmente incluindo alterações no que ou quanto as pessoas comem e/ou medidas que as pessoas tomam para evitar que os alimentos sejam absorvidos (por exemplo, vomitar ou tomar um laxante). Eles não são uma escolha de estilo de vida e precisam de tratamento para serem resolvidos.

O primeiro passo do tratamento é a identificação. Os transtornos alimentares se enquadram em quatro categorias gerais:

Anorexia nervosa — caracterizada por uma busca incessante pelo emagrecimento, uma imagem corporal distorcida, um medo extremo da obesidade e a restrição do consumo de alimentos, que resultam em um peso corporal significativamente baixo. As pessoas com anorexia nervosa restringem a ingestão de alimentos, mas também podem comer compulsivamente e, em seguida, compensar por meio de purgação. A pessoa com esse transtorno pode limitar sua ingestão de alimentos a ponto de prejudicar sua saúde. Embora a palavra anorexia signifique perda do apetite, muitas pessoas com anorexia nervosa não perdem o apetite até estarem muito emaciadas.

Transtorno alimentar restritivo evitativo — caracterizado pelo fato de que a pessoa come muito pouco e/ou evita comer determinados alimentos sem ter a preocupação quanto à forma física ou o peso, que é característica de pessoas com anorexia nervosa ou bulimia nervosa. Geralmente, a pessoa com esse transtorno é extremamente exigente em relação aos alimentos e aos tipos de alimento. Por exemplo, é possível que ela evite alimentos que têm uma determinada cor, consistência ou odor. Algumas pessoas têm medo das possíveis consequências adversas da alimentação, como asfixia ou vômito.

Transtorno da compulsão alimentar periódica — caracterizado pela ingestão de uma quantidade de alimentos excepcionalmente maior do que a quantidade que a maioria das pessoas consumiria em um período semelhante e em circunstâncias semelhantes. A pessoa sente perda do controle durante e após um episódio de compulsão alimentar e esses episódios lhe causam angústia. O episódio de alimentação compulsiva não é seguido por purgação ou outras tentativas de compensar o excesso de alimentos consumidos.

Bulimia nervosa — caracterizada por episódios repetidos de ingestão rápida de grandes quantidades de alimentos, seguidos por tentativas de compensar o excesso de alimentos consumidos. Por exemplo, é possível que a pessoa autoinduza o vômito ou tome laxantes.

2. Membros da família não causam transtornos alimentares

Há um equívoco antigo de que os pais e as famílias de alguma forma desempenham um papel no desenvolvimento de transtornos alimentares nas crianças. Isso não é verdade. As famílias não são culpadas. Na verdade, elas podem ser uma parte fundamental ajudando o tratamento. Há evidências significativas que mostram que a melhor maneira de ajudar adolescentes com anorexia nervosa a normalizar seu peso é uma abordagem familiar.

A realidade é que não há nenhuma causa para os transtornos alimentares. Para anorexia nervosa e bulimia nervosa, pesquisas sugerem que fatores de risco genéticos e biológicos desempenham um papel. Há também fatores ambientais em jogo. Em culturas que valorizam muito a magreza, indivíduos vulneráveis podem ter maior probabilidade de desenvolver esses quadros clínicos. As sociedades onde a forma e o peso do corpo não são tão importantes oferecem um pouco de proteção.  

3. Você não consegue dizer que alguém tem um transtorno alimentar apenas olhando para essa pessoa.

Os transtornos alimentares ocorrem em todas as formas e tamanhos, e nem sempre é aparente que alguém está sofrendo apenas com base em seu peso ou aparência. A anorexia nervosa é o único distúrbio classificado pelo peso corporal sem definição adicional. A alimentação compulsiva está frequentemente associada a estar com sobrepeso ou obesidade, mas não há conexão direta na definição ou diagnóstico.

Hoje, uma grande parte da população dos EUA tem sobrepeso ou obesidade. Isso significa que os indivíduos que sofrem de transtorno alimentar podem perder quantidades significativas de peso e ter padrões alimentares perturbados antes que isso afete a sua aparência.

4. Os transtornos alimentares podem — e devem — ser tratados

As pessoas precisam entender que os transtornos alimentares são quadros clínicos graves que precisam ser abordados e tratados. A anorexia nervosa está associada a taxas de mortalidade muito mais altas. O quadro clínico vem com o risco de suicídio, bem como complicações médicas decorrentes do baixo peso corporal.

Para um adulto que acredita que pode estar sofrendo de um transtorno alimentar, falar com um médico de cuidados primários é um primeiro passo importante. Esse médico pode ajudar a determinar as avaliações necessárias e coordenar uma equipe ampliada de cuidados, incluindo especialistas e profissionais de saúde mental.

Para os membros da família, a melhor maneira de abordar o assunto geralmente é dizer à pessoa que você está preocupado, enquanto reforça que você vai apoiar a pessoa e ajudá‑la a obter qualquer ajuda de que precise. Para pais ou familiares preocupados de crianças ou adolescentes, uma conversa com o pediatra da criança é um bom lugar para começar. Os pediatras normalmente têm relações estabelecidas com as crianças e podem ajudar a identificar as alterações no peso, o estado médico e até mesmo o funcionamento social.

A coisa mais importante que qualquer pessoa em sofrimento precisa saber é que a ajuda está disponível, e os membros da família devem fazer tudo o que estiver ao alcance para fornecer apoio e fazer parte de um plano de tratamento significativo.

Para mais informações sobre transtornos alimentares, consulte a página dos Manuais ou a página de fatos rápidos sobre o tópico