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Desenvolvimentos no tratamento do Ebola – comentários

Comentário
08/28/19 Thomas M. Yuill , PhD, University of Wisconsin-Madison

O surto da doença Ebola na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) é muito preocupante. A contenção da doença Ebola na RDC está sendo extraordinariamente difícil, mas há um desenvolvimento recente no tratamento que pode ser útil.

 O surto foi reconhecido pela primeira vez em agosto do ano passado nas províncias de Kivu do Norte e Ituri. Posteriormente, ele se espalhou para Goma, uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes e, recentemente, para a província de Kivu do Sul. Até 23 de agosto de 2019, houve 2950 casos e 69% deles foram a óbito. Como esta é uma área com mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas e faz fronteira com Uganda, Sudão do Sul e Ruanda, há preocupações sobre a disseminação local e internacional nesta população socialmente instável.

 Centros de tratamento foram configurados e uma vigilância implementada que inclui encontrar casos e seus contatos e vaciná-los. Mesmo com essas medidas em vigor, a contenção do surto não tem tido sucesso por diversos motivos. O principal obstáculo é a desconfiança da população local quanto à eficácia de cuidadores da RDC e estrangeiros e dos centros de atendimento onde trabalham, além de duvidarem de que a doença Ebola realmente exista.  Este ambiente é complicado pela presença de muitos grupos insurgentes armados que atacaram centros de atendimento de Ebola e pessoal de campo.

 O desenvolvimento muito recente de um tratamento eficaz pode ajudar a promover a confiança tão urgentemente necessária. Os resultados preliminares de um estudo com 499 participantes indicaram que os indivíduos que receberam um coquetel de anticorpos monoclonais específicos (designados REGN-EB3 ou mAb114), direcionados ao vírus Ebola, tinham uma chance de sobrevida de 90% se tratados no início da sua infecção e uma chance de cerca de 70% independentemente do momento de início do tratamento. Isso foi comparado a cerca de 50% de sobrevida de pessoas tratadas com os medicamentos antivirais mais antigos ZMAPP e remdesivir.

A esperança é que esses coquetéis de anticorpos monoclonais demonstrem que os centros de tratamento podem salvar vidas, aumentando assim a confiança nos centros e em suas equipes para que as pessoas infectadas se apresentem cedo para o tratamento. Isso não resolverá todas as barreiras para a contenção do surto, mas ajudará. Esses monoclonais também devem ser um tratamento eficiente, caso as pessoas infectadas viajem para grandes centros urbanos, como Kinshasa, ou viajem para fora do país.