O que é ginseng?
O ginseng costuma vir de duas espécies diferentes de plantas: o ginseng americano e o ginseng asiático. O ginseng americano é mais leve que o ginseng asiático. O ginseng encontra-se disponível sob várias formas: raízes frescas e secas, extratos, soluções, cápsulas, comprimidos, cosméticos, bebidas e infusões. Os componentes ativos do ginseng são os panaxanos no ginseng americano e os ginsenosídeos no ginseng asiático.
O ginseng siberiano não é o ginseng verdadeiro e contém diferentes componentes ativos.
Os produtos de ginseng variam consideravelmente no que diz respeito à qualidade. Muitos contêm pouco ou nenhum princípio ativo detectável. Em pouquíssimos casos, alguns produtos de ginseng provenientes da Ásia foram misturados propositadamente com raiz de mandrágora ou com fenilbutazona ou aminopirina, fármacos que foram retirados do mercado nos Estados Unidos por causarem efeitos colaterais inaceitáveis
(consulte também Considerações gerais sobre suplementos alimentares Considerações gerais sobre suplementos alimentares Suplementos alimentares são usados por aproximadamente 75% dos americanos. Eles representam as terapias mais frequentemente incluídas na medicina e saúde integrativa (MSI) e na medicina complementar... leia mais ).
O que se alega sobre o ginseng?
O ginseng é usado, principalmente, para aumentar o rendimento físico e mental e para aumentar a energia e a resistência aos efeitos prejudiciais do estresse e do envelhecimento. O ginseng também é usado para melhorar o desempenho sexual, incluindo o tratamento da disfunção erétil Disfunção erétil (DE) A disfunção erétil (DE) é a incapacidade de alcançar ou manter uma ereção satisfatória para poder ter relações sexuais (consulte também Considerações gerais sobre a disfunção sexual em homens)... leia mais . O ginseng pode reduzir os níveis de glicose no sangue e aumentar os níveis das lipoproteínas de alta densidade (high density lipoproteins, HDL), o colesterol bom. O ginseng pode também melhorar a função imunológica.
O ginseng funciona?
Não há evidência convincente de que o ginseng de fato melhora o desempenho mental em pessoas saudáveis ou em pessoas diagnosticadas com demência.
Um estudo mostrou que o ginseng não previne resfriados, mas encurta sua duração.
Em outro estudo de grande porte, mas breve, o ginseng melhorou a qualidade de vida, de acordo com um relatório subjetivo. No entanto, é difícil avaliar a qualidade de vida (e alguns outros possíveis efeitos do ginseng, como a energia), porque ela é tão subjetiva. Em um estudo realizado com pessoas com diabetes, o ginseng reduziu os níveis de glicose no sangue e causou uma melhora no humor e na energia. Algumas evidências preliminares sugerem que o ginseng americano pode ajudar a aliviar as infecções das vias respiratórias.
Quais são os possíveis efeitos colaterais do ginseng?
O ginseng tem um registro de segurança relativamente bom. No entanto, algumas autoridades recomendam limitar o uso do ginseng a três meses, por causa do possível desenvolvimento de efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais frequentes são o nervosismo e a excitação, com tendência a diminuir depois dos primeiros dias. É possível que ocorra uma redução na capacidade de concentração e nos níveis de glicose no sangue, que podem chegar a valores muito baixos (hipoglicemia). Outros efeitos colaterais podem incluir dor de cabeça, reações alérgicas e problemas do sono e digestivos, sensibilidade na mama e irregularidades menstruais. Uma vez que o ginseng tem um efeito semelhante ao do estrogênio, nem gestantes ou lactantes nem crianças devem tomá-lo.
Efeitos colaterais mais graves, como, por exemplo, crise de asma, hipertensão arterial, palpitações ou risco de arritmia cardíaca e hemorragia uterina no caso de mulheres na pós-menopausa foram relatados em algumas ocasiões. Para muitas pessoas, o sabor do ginseng é desagradável.
Quais interações medicamentosas ocorrem com o ginseng?
O ginseng pode interagir com medicamentos que previnem a formação de coágulos, aspirina ou outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticosteroides, digoxina, terapia de reposição de estrogênio, inibidores da monoamina oxidase (IMAO, usados para tratar a depressão) e com medicamentos que diminuem os níveis de glicose no sangue (medicamentos anti-hiperglicêmicos, usados para tratar o diabetes).
O ginseng também pode aumentar as concentrações séricas de determinados medicamentos. Por exemplo, o ginseng pode aumentar os níveis de imatinibe (usado para tratar a leucemia) e de raltegravir (usado para tratar o HIV), causando toxicidade hepática.
Arritmias podem ocorrer caso o ginseng seja combinado com determinados medicamentos que afetam o ritmo cardíaco, como, por exemplo, a amiodarona ou a tioridazina.
Recomendações
O ginseng não é recomendado porque não oferece nenhum benefício comprovado à saúde e tem algum risco de causar efeitos colaterais significativos e interações medicamentosas. Gestantes e lactantes não devem tomar ginseng.