Mordida de jacaré, crocodilo, iguana e lagartos venenosos

PorRobert A. Barish, MD, MBA, University of Illinois at Chicago;
Thomas Arnold, MD, Department of Emergency Medicine, LSU Health Sciences Center Shreveport
Revisado/Corrigido: jan 2022
Visão Educação para o paciente

    Lagartos venenosos, jacarés e crocodilos podem causar problemas clinicamente significativos por suas mordidas. Deve-se administrar profilaxia antitetânica (ver tabela Profilaxia antitetânica no tratamento de rotina de ferimentos).

    Lagartos venenosos

    Os lagartos venenosos incluem:

    • Monstro-de-Gila (Heloderma suspectum), encontrado no sudoeste dos Estados Unidos e no México

    • Lagarto-de-contas (H. horridum) do México

    Seus complexos venenos contêm serotonina, esterase de arginina, hialuronidase, fosfolipase A2 e ≥ 1 calicreínas salivares, mas faltam componentes neurotóxicos ou enzimas coagulopáticas. As mordidas raramente são fatais. Varanídeos [p. ex., dragão de Komodo (Varanus komodoensis), lagarto monitor crocodilo (Varanus salvadorii)] também são venenosos e representam pouco risco para os seres humanos. Quando mordem, os lagartos venenosos apertam firmemente e ruminam o veneno na vítima.

    Os sinais e sintomas de mordidas de lagartos venenosos são dor intensa, edema, equimose, linfangite e linfadenopatia. Manifestações sistêmicas, incluindo fraqueza, sudorese, cefaleia, sede e zumbido, podem se desenvolver em casos moderados ou graves. O colapso cardiovascular ocorre raramente. O curso clínico é semelhante àquele de um envenenamento mínimo a moderado por espécies maiores de cascavéis (ver Sinais e sintomas das picadas de cobra).

    O tratamento no campo consiste em retirar a mandíbula do lagarto com alicate, aplicar uma chama em sua mandíbula ou imergindo o animal inteiramente dentro da água. No hospital, o tratamento é de suporte e semelhante ao do envenenamento por cobras de buraco; não há disponibilidade de soro antiofídico. A ferida deve ser examinada com pequena agulha, a fim de procurar dentes quebrados ou soltos, e depois limpa. Se a ferida for profunda, uma radiografia pode ser feita para descartar um corpo estranho retido ou fratura óssea. Antibióticos profiláticos não são usualmente recomendados.

    Iguanas

    Lesões por mordidas e garras de iguanas estão se tornando mais frequentes à medida que elas são mantidas como animais de estimação. As feridas são superficiais e o tratamento é local. Não é comum a infecção dos tecidos moles, mas a Salmonella é o patógeno de destaque quando há infecção, a qual é tratada com fluoroquinolona. Uma preocupação secundária, porém crescente, é infecção por Serratia marcescens, que normalmente é sensível ao sulfametoxazol-trimetoprima.

    Jacarés e crocodilos

    Mordidas de jacaré e crocodilo geralmente resultam do manuseio deles; no entanto, acidentes com animais nativos são raros. As mordidas não são venenosas; são notáveis pela alta frequência de infecções dos tecidos moles por Aeromonas spp (usualmente Aeromonas hydrophila); e são geralmente tratadas como trauma maior.

    As feridas devem ser irrigadas e debridadas; depois, pode-se permitir o fechamento primário ou deixá-las cicatrizar por segunda intenção. A cobertura antibiótica ideal deve ser feita com sulfametoxazol-trimetoprima, uma fluoroquinolona, uma cefalosporina de 3ª geração, um aminoglicosídeo isolados ou em combinação. Além disso, os pacientes podem ser tratados preventivamente com clindamicina e sulfametoxazol/trimetoprima (primeira escolha) ou tetraciclina.

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