Pode-se graduar a gravidade do prolapso da parede vaginal pelo sistema de quantificação de prolapso de órgãos pélvicos (POP-Q):
Estágio 0: nenhum prolapso
Estágio I: a maior parte do prolapso distal está mais de 1 cm acima do hímen
Estágio II: a maior parte do prolapso distal está entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do hímen
Estágio III: a maior parte do prolapso distal está mais de 1 cm abaixo do hímen, mas 2 cm mais curto que o comprimento vaginal total
Estágio IV: eversão completa
O sistema POP-Q é recomendado por organizações profissionais porque é um sistema de classificação mais confiável e reproduzível que se baseia em marcos anatômicos predefinidos.
Às vezes, usa-se o sistema de Baden-Walker, que se baseia no nível de protrusão. Entretanto, trata-se de um sistema de classificação antigo, que não é reproduzível:
Grau 0: nenhum prolapso
Grau 1: no meio do caminho até o hímen
Grau 2: no hímen
Grau 3: no meio do caminho depois do hímen
Grau 4: máximo possível
Sinais e sintomas do prolapso uterino e apical
Os sintomas tendem a ser mínimos no prolapso uterino de 1º grau. Nos prolapsos uterinos de 2º ou 3º grau, são comuns sensação de plenitude, pressão, dispareunia e impressão de queda dos órgãos; os sintomas mais comuns de apresentação é protuberância vaginal. Pode se desenvolver dor lombar. Esvaziamento incompleto da bexiga Retenção urinária Retenção urinária é o esvaziamento incompleto da bexiga ou a cessação da micção. A retenção urinária pode ser Aguda Crônica As causas são alteração da contratilidade vesical, obstrução do colo... leia mais e constipação Constipação Constipação consiste em dor ou dificuldade para a passagem das fezes, fezes endurecidas ou sensação de evacuação incompleta. (Ver também Constipação em crianças.) Nenhuma função corporal é mais... leia mais são possíveis.
O prolapso uterino de terceiro grau manifesta-se como uma protuberância ou protrusão da colo do útero ou da cúpula vaginal, embora possa ocorrer redução espontânea antes mesmo da paciente apresentar os sintomas. A mucosa vaginal pode se tornar ressecada, fina, cronicamente inflamada e, secundariamente, infectada e ulcerada. As úlceras podem ser dolorosas ou sangrar e, às vezes, lembram câncer vaginal. A colo do útero, se estiver protrusa, também pode se tornar ulcerada.
Os sintomas do prolapso vaginal são similares. Em geral, há cistocele e retocele.
A incontinência urinária Incontinência urinária em adultos A incontinência urinária é a perda involuntária de urina; alguns especialistas consideram sua presença apenas quando o paciente acredita que seja um problema. A doença muitas vezes não é reconhecida... leia mais é comum. Os órgãos pélvicos prolapsados podem obstruir o fluxo urinário intermitentemente, causando retenção e incontinência urinárias e mascarando uma incontinência de esforço. O aumento da frequência miccional e da incontinência de urgência podem acompanhar o prolapso uterino ou vaginal.
Diagnóstico do prolapso uterino e apical
Exame pélvico
Confirma-se o diagnóstico do prolapso uterino ou vaginal por exame com espéculo ou exame pélvico bimanual.
Raramente, úlceras vaginais exigem biópsia para excluir câncer.
Incontinência urinária Avaliação A incontinência urinária é a perda involuntária de urina; alguns especialistas consideram sua presença apenas quando o paciente acredita que seja um problema. A doença muitas vezes não é reconhecida... leia mais , dificuldade de urinar ou retenção urinária Diagnóstico Retenção urinária é o esvaziamento incompleto da bexiga ou a cessação da micção. A retenção urinária pode ser Aguda Crônica As causas são alteração da contratilidade vesical, obstrução do colo... leia mais simultâneas exigem avaliação.
Tratamento do prolapso uterino e apical
Para prolapso sintomático leve, pessários
Correção cirúrgica das estruturas de suporte, se necessário, geralmente com histerectomia
Prolapso uterino
Prolapso assintomático não exige tratamento, mas deve-se acompanhar a progressão clínica da paciente.
Pode-se tratar os prolapsos sintomáticos com pessários se o períneo puder suportar estruturalmente o pessário; reparo cirúrgico é uma opção para mulheres que não querem utilizar um pessário ou o períneo não consegue suportar um pessário.
Pode-se realizar cirurgia para prolapso uterovaginal por meio da vagina ou por uma incisão no abdome, utilizando técnicas diversas. Os fatores que determinam a escolha das técnicas são a experiência do cirurgião e os desejos da paciente. As técnicas podem incluir um ou uma combinação dos seguintes:
Histerectomia
Reparo cirúrgico das estruturas de suporte pélvico (colporrafia)
Suspensão da parte superior da vagina (sutura da vagina superior a uma estrutura estável próxima)
Colpocleose [fechamento da vagina após a remoção do útero ou com o útero no lugar (procedimento de Le Fort)]
Realizam-se os procedimentos por via transvaginal ou abdominal. Independentemente da via cirúrgica, os sintomas geralmente recorrem, principalmente ao longo da parede vaginal anterior.
A cirurgia deve ser adiada até a cura completa de todas as úlceras.
Prolapso vaginal apical
O tratamento do prolapso vaginal é similar ao do prolapso uterino.
Pode-se suturar a vagina (colpocleose) se as mulheres não forem boas candidatas à cirurgia prolongada (p. ex., se têm comorbidades graves). As vantagens do fechamento vaginal são curta duração da cirurgia, baixo risco de morbidade perioperatória e risco muito baixo de recorrência do prolapso. Entretanto, após o fechamento vaginal, as mulheres não mais conseguem ter relações sexuais vaginais.
A incontinência urinária requer tratamento concomitante.
Pontos-chave
Os órgãos pélvicos prolapsados podem obstruir o fluxo urinário intermitentemente, causando retenção e incontinência urinárias e mascarando uma incontinência de esforço.
O prolapso uterino de terceiro grau (a colo do útero fora do introito) pode diminuir espontaneamente antes mesmo de a paciente apresentar os sintomas.
Confirmar o diagnóstico por exame.
Tratar as mulheres com prolapso se elas tiverem sintomas incômodos.
Tratar com pessário se as mulheres têm sintomas e o períneo pode suportar um pessário.
Tratar cirurgicamente se as mulheres preferem cirurgia a um pessário ou se o períneo não puder suportar um pessário.