(Ver também Avaliação dos distúrbios anorretais.)
Acredita-se que as fissuras anais resultem da laceração por fezes largas ou duras ou por fezes soltas frequentes. O trauma (p. ex., relação sexual anal) é uma causa rara. A fissura pode causar espasmo do esfíncter anal interno, diminuindo o fluxo sanguíneo e perpetuando a fissura.
Sinais e sintomas
As fissuras anais geralmente estão localizadas na linha média posterior, mas podem ocorrer na linha média anterior. Aquelas fora da linha média têm etiologias específicas, em particular a doença de Crohn. Pode haver uma prega cutânea externa (prega sentinela) na extremidade inferior da fissura e uma papila aumentada (hipertrófica) na sua extremidade superior.
As fissuras podem causar dor e sangramento. A dor tipicamente ocorre logo após a evacuação, dura várias horas e diminui progressivamente até a próxima evacuação. O exame deve ser feito com cuidado, com o afastamento adequado das nádegas para que a visualização possa ser feita.
As fissuras crônicas devem ser diferenciadas do câncer anal, lesões primárias de sífilis, tuberculose e ulcerações causadas pela doença de Crohn.
Crianças podem desenvolver fissuras agudas, mas fissuras crônicas são raras.
Diagnóstico
Tratamento
(Ver também the American Society of Colon and Rectal Surgeons’ clinical practice guideline for the management of anal fissures.)
As fissuras geralmenterespondem a medidas conservadoras para minimizar o trauma durante a evacuação (p. ex., emolientes fecais, psílio, fibras). A cicatrização é auxiliada pelo uso de cremes com óxido de zinco ou supositórios (p. ex., glicerina), que lubrificam o reto inferior e amolecem as fezes. Anestésicos tópicos (p. ex., benzocaína, lidocaína) e banhos de assento mornos (não quentes) por 10 a 15 minutos após cada evacuação e sempre que necessário proporcionam alívio temporário.
Cremes tópicos de nitroglicerina a 0,2%, creme de nifedipino a 0,2%, gel de diltiazem a 2% e injeções de toxina botulínica do tipo A no esfíncter anal interno relaxam esse esfíncter e diminuem a pressão de repouso, permitindo a cicatrização. Quando as medidas conservadoras falham, é necessária cirurgia (esfincterotomia do esfíncter anal interno) para interferir no ciclo do espasmo do esfíncter anal interno.
Informações adicionais
-
American Society of Colon and Rectal Surgeons’ clinical practice guideline for the management of anal fissures