Dia da saúde
DOENÇA

Fases do desenvolvimento do feto

PorRaul Artal-Mittelmark, MD, Saint Louis University School of Medicine
Revisado/Corrigido: mai 2021
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Fatos rápidos

Um bebê passa por vários estágios de desenvolvimento, começando com a fertilização do óvulo. O óvulo se transforma em um blastocisto, em um embrião e, por fim, em um feto.

Fecundação

Durante um ciclo menstrual normal, um óvulo costuma ser liberado de um dos ovários aproximadamente 14 dias depois da menstruação anterior. A liberação do óvulo se chama de ovulação. O óvulo é encaminhado para a extremidade em forma de funil de uma das duas trompas de Falópio.

Durante a ovulação, o muco do colo do útero torna-se mais ralo e elástico, permitindo que os espermatozoides entrem no útero rapidamente. Depois de aproximadamente cinco minutos, o espermatozoide desloca-se da vagina, entrando através do colo do útero no interior do útero até a extremidade em forma de funil de uma das trompas de Falópio, onde normalmente ocorre a fecundação. As células que revestem as trompas de Falópio facilitam a fecundação.

Se a fecundação não ocorrer, o óvulo se move das trompas de Falópio até o útero, onde ele se degenera e é eliminado do útero na menstruação seguinte.

Se um espermatozoide penetrar no óvulo, ocorre a fecundação. Pequenos cílios que revestem as trompas de Falópio propelem o óvulo fertilizado (zigoto) através das trompas até o útero. As células do zigoto dividem-se várias vezes enquanto este se desloca através da trompa de Falópio até o útero. O zigoto entra no útero dentro de três a cinco dias.

Uma vez dentro do útero, as células continuam a dividir-se e convertem-se em uma esfera oca denominada blastocisto. O blastocisto se implanta na parede do útero aproximadamente seis dias após a fertilização.

Se mais de um óvulo for liberado e fertilizado, ocorre uma gravidez de mais de um feto, normalmente dois (gêmeos). Uma vez que o material genético em cada óvulo e em cada espermatozoide é ligeiramente diferente, cada óvulo fertilizado é diferente. Os gêmeos resultantes são então gêmeos fraternos. Os gêmeos idênticos surgem quando um único óvulo fecundado se separa em dois embriões depois de ter começado a se dividir. Uma vez que um óvulo foi fertilizado por um espermatozoide, o material genético nos dois embriões é o mesmo.

Do óvulo ao embrião

Uma vez por mês, um óvulo é liberado do ovário para uma das trompas de Falópio. Depois da relação sexual, os espermatozoides se deslocam da vagina através do colo do útero e do útero até as trompas de Falópio, onde um espermatozoide fecunda o óvulo. O óvulo fecundado (zigoto) se divide várias vezes enquanto se desloca através da trompa de Falópio para chegar ao útero. Primeiro, o zigoto se torna uma esfera sólida de células. Então se torna uma esfera oca de células, chamada blastocisto.

Dentro do útero, o blastocisto implanta-se na parede uterina, onde se transforma em um embrião ligado a uma placenta e rodeado por membranas cheias de líquido.

Desenvolvimento do blastocisto

Aproximadamente seis dias após a fecundação, o blastocisto se prende ao revestimento interno do útero, normalmente perto da parte superior. Esse processo, denominado implantação, termina por volta do 9º ou do 10º dia.

A parede do blastocisto tem a espessura de uma célula, exceto em uma área, na qual a espessura equivale à de três ou quatro células. As células internas nessa área espessada convertem-se no embrião, enquanto as células externas penetram na parede do útero e convertem-se na placenta. A placenta produz vários hormônios que ajudam a manter a gravidez. Por exemplo, a placenta produz a gonadotrofina coriônica humana, que impede os ovários de liberarem mais óvulos e os estimula a produzir estrogênio e progesterona continuamente. A placenta também transporta oxigênio e nutrientes da mãe para o feto e resíduos do feto para a mãe.

Algumas das células da placenta se transformam em uma camada externa de membranas (córion) ao redor do blastocisto em desenvolvimento. Outras células se transformam em uma camada interna de membranas (âmnio), que forma a bolsa amniótica. Quando a bolsa é formada (por volta do 10º ao 12º dia), o blastocisto é considerado um embrião. Essa bolsa se enche com um líquido transparente (líquido amniótico) e se expande para envolver o embrião em desenvolvimento, que flutua dentro dela.

Desenvolvimento do embrião

O próximo estágio do desenvolvimento corresponde ao embrião, que se desenvolve dentro da bolsa amniótica, sob o revestimento do útero de um dos lados. Esse estágio se caracteriza pela formação da maior parte dos órgãos internos e das estruturas externas do corpo. A maioria dos órgãos começa a se formar aproximadamente três semanas depois da fecundação, o que equivale a cinco semanas de gravidez (uma vez que o médico determina o início da gravidez a partir do primeiro dia da última menstruação da mulher, que normalmente ocorre duas semanas antes da fecundação). Nessa época, o embrião se alonga, sugerindo pela primeira vez um formato humano. Logo depois, tem início o desenvolvimento da área que se tornará o cérebro e a medula espinhal (tubo neural). O coração e os principais vasos sanguíneos começam a se desenvolver mais cedo, por volta do 16º dia. O coração começa a bombear líquido através dos vasos sanguíneos por volta do 20º dia, e os primeiros glóbulos vermelhos aparecem no dia seguinte. Os vasos sanguíneos continuam a se desenvolver no embrião e na placenta.

Quase todos os órgãos estão totalmente formados após dez semanas da fecundação (o que equivale a 12 semanas de gravidez). As exceções são o cérebro e a medula espinhal, que continuam a se formar e a se desenvolver durante a gravidez. A maioria das malformações (defeitos congênitos) ocorre durante o período de formação dos órgãos. Durante esse período, o embrião está mais vulnerável a efeitos de medicamentos, radiação e vírus. Portanto, a gestante não deve tomar nenhuma vacina de vírus vivo ou nenhum tipo de medicamento durante esse período, a não ser que sejam considerados essenciais para proteger a saúde da mulher (consulte Uso de medicamentos e drogas durante a gravidez).

Placenta e embrião por volta da 8ª semana

Na 8º semana de gravidez, a placenta e o feto estão se desenvolvendo há seis semanas. A placenta forma pequenas projeções semelhantes a fios de cabelo (vilosidades) que se estendem para o interior da parede do útero. Os vasos sanguíneos do embrião, que passam através do cordão umbilical para a placenta, desenvolvem-se nas vilosidades.

Uma membrana fina separa o sangue do embrião nas vilosidades do sangue da mãe que flui através do espaço que circunda as vilosidades (espaço interviloso). Essa disposição:

  • Permite o intercâmbio de materiais entre o sangue da mãe e o do embrião

  • Impede que o sistema imunológico da mãe ataque o embrião, pois os anticorpos da mãe são muito grandes para conseguir atravessar a membrana (anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para ajudar a defender o corpo contra substâncias estranhas)

O embrião flutua em um líquido (líquido amniótico) que se encontra contido em uma bolsa (bolsa amniótica).

O líquido amniótico:

  • Proporciona ao embrião um espaço em que ele pode se desenvolver livremente

  • Ajuda a proteger o embrião contra lesões

A bolsa amniótica é forte e elástica.

Desenvolvimento do feto e da placenta

Ao final da 8.ª semana após a fecundação (10 semanas de gravidez), o embrião é considerado um feto. Durante esse estágio, as estruturas que já se formaram crescem e se desenvolvem. Os itens a seguir são indicadores durante a gravidez:

  • Na 12ª semana de gravidez: O feto preenche todo o útero.

  • Por volta da 14ª semana: O sexo pode ser identificado.

  • Por volta da 16ª à 20ª semana: A gestante costuma sentir pela primeira vez os movimentos do feto. A mulher que já teve outra gravidez costuma sentir os movimentos duas semanas antes das mulheres na primeira gestação.

  • Por volta da 24ª semana: O feto tem chance de sobreviver fora do útero.

Os pulmões continuam a amadurecer até quase o momento do parto. O cérebro acumula novas células durante toda a gravidez e durante o primeiro ano de vida depois do nascimento.

À medida que a placenta se desenvolve, ela estende pequenas projeções semelhantes a fios de cabelo (vilosidades) para o interior da parede do útero. Essas projeções se ramificam várias vezes até formarem uma complexa árvore de vilosidades. Essa ramificação aumenta muito a área de contato entre a parede do útero e a placenta, aumentando o intercâmbio de nutrientes e resíduos. A placenta está totalmente formada por volta da 18ª ou 20ª semana, mas continua a crescer durante toda a gravidez. No momento do parto, ela pesa aproximadamente 0,5 kg.

Tabela
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