Sangue nas fezes é um sintoma comum, mas o câncer pode ocasionalmente bloquear o intestino, causando fortes cólicas abdominais e vômitos.
O diagnóstico toma por base o resultado de várias técnicas de visualização intestinal, incluindo enteróclise, endoscopia e radiografia com ingestão de bário.
A remoção cirúrgica é a forma ideal de tratamento.
O câncer do intestino delgado é raro nos Estados Unidos, ocorrendo em aproximadamente 12.440 pessoas e causando aproximadamente 2.090 mortes por ano.
O adenocarcinoma é o tipo mais frequente de câncer do intestino delgado. Os adenocarcinomas desenvolvem-se nas células do epitélio glandular do revestimento do intestino delgado. Pessoas que sofrem da doença de Crohn do intestino delgado são mais propensas ao desenvolvimento de adenocarcinomas do que as demais.
Tipos raros de câncer do intestino delgado
Os tumores neuroendócrinos gastrointestinais (também denominados tumores carcinoides) podem se desenvolver nas células do epitélio glandular que revestem o intestino delgado. Os tumores neuroendócrinos gastrointestinais geralmente secretam hormônios que causam diarreia e rubor facial. Esses tumores são mais comumente identificados no intestino delgado, seguidos pelo apêndice, estômago e reto. O tratamento desses tumores depende de onde eles se originam no intestino delgado, bem como da localização de quaisquer locais para os quais as células cancerosas possam ter se disseminado em um processo conhecido como metástase. O fígado é o local mais comum de metástase.
Alguns tumores neuroendócrinos gastrointestinais podem ser removidos cirurgicamente. Tumores que se espalharam podem ser controlados com medicamentos, como, por exemplo, octreotida ou everolimo, ou com um tratamento que engloba o uso de um análogo de somatostatina radioativo administrado por via intravenosa (um tratamento denominado terapia com radionuclídeos do receptor de peptídeo ou TRRP).
O linfoma (câncer do sistema linfático) pode surgir na porção média (jejuno) ou na porção inferior (íleo) do intestino delgado. O linfoma pode enrijecer ou alongar um segmento do intestino. Esse câncer é mais comum em portadores de doença celíaca sem tratamento. O tratamento depende do tipo de linfoma e pode incluir quimioterapia e radioterapia para ajudar a controlar os sintomas e, às vezes, prolongar o tempo de sobrevida.
O leiomiossarcoma (câncer das células do músculo liso) pode se desenvolver na parede do intestino delgado. A quimioterapia pode prolongar um pouco a sobrevida após a cirurgia de extração dos leiomiossarcomas.
O sarcoma de Kaposi é um tipo de câncer de pele que pode afetar os órgãos internos e ocasionalmente ocorre em pessoas com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em estágio avançado. O sarcoma de Kaposi pode ocorrer em qualquer local do trato digestivo, mas ele geralmente ocorre no estômago, intestino delgado ou no cólon. Esse tipo de câncer geralmente não causa sintomas no trato digestivo, porém é possível a ocorrência de hemorragia, diarreia e intussuscepção (um segmento do intestino desliza para dentro de outro, como se fosse um telescópio). O tratamento do sarcoma de Kaposi depende da localização do câncer, mas pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Sintomas do câncer de intestino delgado
O adenocarcinoma pode causar hemorragia intestinal evidenciada por sangue nas fezes, obstrução intestinal que pode causar cólicas, expansão (distensão) abdominal e vômitos.
Às vezes, cânceres do intestino delgado causam intussuscepção (quando uma parte do intestino se projeta para dentro de uma parte adjacente).
Diagnóstico do câncer de intestino delgado
Enteróclise
Endoscopia
Exame de cápsula endoscópica
Uma enteróclise é geralmente realizada. Neste procedimento, é inserida grande quantidade de uma solução de bário por um tubo nasal e são tiradas radiografias, à medida que o bário se move pelo trato digestivo. Este procedimento é ocasionalmente feito em conjunto com uma tomografia computadorizada (TC) em vez de radiografias simples, pois nesse caso a pessoa pode apenas ingerir o líquido contendo bário sem precisar da instalação do tubo nasal.
No caso da endoscopia, o médico insere um endoscópio (um tubo flexível de visualização) pela boca até alcançar o duodeno e parte do jejuno (a porção intermediária e anterior do intestino delgado), para localizar o tumor e realizar uma biópsia (coleta de amostra de tecido para análise ao microscópio). O médico pode, ocasionalmente, visualizar tumores do íleo (segmento distal do intestino delgado) pela introdução de um colonoscópio (endoscópio usado para examinar a parte inferior do trato digestivo) por via anal, através de todo o intestino grosso até atingir o íleo.
Uma cápsula sem fio alimentada por bateria que contém 1 ou 2 câmeras pequenas (cápsula endoscópica de vídeo) pode ser engolida para tirar fotos de tumores do intestino delgado.
Ocasionalmente, é necessária uma cirúrgica exploratória para identificação de tumores no intestino delgado.
Tratamento do câncer de intestino delgado
Remoção cirúrgica
O melhor tratamento para a maioria dos tumores cancerosos no intestino delgado é a remoção cirúrgica do tumor.
Se o médico conseguir visualizar o tumor durante a endoscopia, ele pode também removê-lo por meio da aplicação de corrente elétrica (eletrocauterização), calor (obliteração térmica) ou de um feixe de luz de alta energia no tumor (fototerapia com laser).
A quimioterapia e a radioterapia pós-cirúrgicas não aumentam a sobrevida.
