Preparação de uma prótese de membro

PorJan J. Stokosa, CP, American Prosthetics Institute, Ltd
Revisado/Corrigido: jan 2021
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Ser amputado é uma situação difícil para qualquer pessoa. Perder um membro não é um desafio apenas fisicamente, mas a autoimagem da pessoa frequentemente muda quando ela perde uma parte de “si mesma”. Os médicos tentam preparar as pessoas e seus familiares explicando o motivo da amputação ser necessária, o que acontecerá antes e depois da amputação e durante o processo de ajuste da prótese. Pessoas que entendem o processo e têm expectativas realistas sobre as dificuldades que poderão ter que enfrentar e qual o resultado mais provável são mais propensas a perseverar e ter um melhor resultado. Frequentemente, médicos e protesistas ortopédicos conseguem que a pessoa converse com alguém que sofreu uma amputação e está bem ajustada a ela.

Antes da cirurgia

Antes da cirurgia, o cirurgião, um protesista ortopédico (um especialista que projeta, adequa, fabrica e ajusta próteses) e um fisioterapeuta discutem planos, objetivos e resultados realistas com a pessoa que precisa de uma amputação. Eles trabalham juntos para realizar

  • Uma avaliação funcional para determinar as capacidades e objetivos atuais da pessoa

  • Um plano pré-operatório, incluindo um programa de exercícios, para começar antes da cirurgia

  • Plano pós-operatório

A cicatrização e reabilitação após uma amputação têm maior sucesso em pessoas que estão com a melhor saúde possível antes da cirurgia. Antes da amputação, as pessoas devem, por exemplo, seguir uma dieta saudável, controlar seus problemas de saúde (como diabetes e doença cardíaca ou pulmonar) dentro do possível, e parar de fumar

Independentemente da idade e do estado físico atual, pessoas submetidas a uma amputação devem iniciar um programa geral e específico de exercícios antes da cirurgia e continuar a se exercitar após a cirurgia. Exercícios para manter ou aumentar a força muscular, flexibilidade e a amplitude de movimento são ensinados por um fisioterapeuta. Quanto mais forte e flexível a pessoa for, mais ela poderá fazer com ou sem sua prótese. Um programa de terapia ocupacional também pode ser útil quando são esperadas dificuldades na realização de atividades diárias.

Pós-operatório

Após a cirurgia, a equipe clínica e a pessoa submetida à amputação trabalham juntas para desenvolver objetivos para

  • Proteger o membro residual (coto) de trauma acidental (por exemplo, de colisões e quedas)

  • Controlar o inchaço

  • Promover a cicatrização

  • Manter a força, resistência cardiovascular e amplitude de movimento das articulações

Após a cirurgia, o membro residual (coto) precisa cicatrizar. Massagem, percussão, vibração e suporte de peso progressivo podem ajudar o membro residual a ficar menos sensível. Há muitas opções de curativo para proteger o membro residual e a controlar o inchaço. O inchaço efetivamente controlado ajuda a aumentar a circulação sanguínea, promover a cura e reduzir a intensidade da dor pós-operatória e da dor fantasma. Ter uma dieta saudável também continua importante após a cirurgia.

Um fisioterapeuta trabalhará com a pessoa antes e depois da alta hospitalar. O treinamento pode incluir equilíbrio em pé, caminhar entre barras paralelas, o uso de um andador, muletas e/ou cadeira de rodas, e habilidades de cuidados pessoais, incluindo mudar de um lugar para outro e higiene pessoal.

O protesista ortopédico irá monitorar a evolução da cura a cada semana e avaliar se a pessoa está pronta para uma prótese preparatória (temporária).

Prótese preparatória

Quando o membro residual tiver cicatrizado e o volume de fluido estiver razoavelmente estável — geralmente 6 a 10 semanas após a cirurgia, porém mais tempo se houver complicações — uma prótese preparatória é ajustada para a pessoa. Uma prótese preparatória é uma prótese temporária que permite o suporte de peso progressivo e a mudança de componentes, que é necessária à medida que a pessoa se habitua a caminhar e realizar outras atividades. Pode ser necessário reajustar o soquete da prótese preparatória várias vezes durante este período.

Além de melhorar a mobilidade e independência, as vantagens de um ajuste precoce da prótese incluem obter uma melhor aceitação da amputação, a restauração da imagem corporal, redução da dor fantasma e melhora da saúde geral.

O membro residual de adultos continua a passar por mudanças consideráveis de volume e formato por 12 a 18 meses após a amputação. Nesse momento, quando o volume e o formato tiverem se estabilizado a um grau razoável, uma prótese definitiva é ajustada, enquanto a pessoa continua a usar a prótese preparatória. Uma prótese definitiva tem componentes de mais alta qualidade e frequentemente usa os mesmos componentes de articulação e do apêndice terminal que foram considerados melhores durante a fase preparatória. No entanto, o volume do fluido do membro residual continua a flutuar diariamente e por longo tempo. O quanto do volume de fluido muda, varia entre indivíduos e, às vezes, pode ser problemático.

Aprendendo a usar uma prótese de membro

Durante o processo de ajuste, a pessoa aprende como funcionar com uma prótese. O processo envolve várias consultas para alcançar níveis aceitáveis de conforto e estabilidade.

No caso de pacientes com uma prótese de membro superior, após conforto e estabilidade terem sido alcançados, o protesista ortopédico ajusta as articulações e o apêndice terminal para maximizar a função. A reabilitação com um terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta inclui exercícios específicos projetados para fortalecer os músculos e manter sua flexibilidade no membro residual, bem como para ensinar a pessoa a usar a prótese para as atividades diárias. 

No caso de pacientes com uma prótese de membro inferior, após conforto e estabilidade do membro residual terem sido alcançados, uma prótese de quadril, joelho, tornozelo e/ou pé é introduzida para se obter equilíbrio e postura. Inicialmente, a pessoa começa andando entre barras paralelas. À medida que a pessoa aprende a andar com uma prótese, o protesista ortopédico ajusta ou muda as articulações e o apêndice terminal para maximizar a função.

Aconselhamento ou psicoterapia podem ajudar quando as pessoas estão tendo dificuldade em se ajustar à perda de seu membro e ao uso da prótese

(consulte também Considerações gerais sobre a prótese de membros).

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