Hipertensão arterial durante a gravidez

PorLara A. Friel, MD, PhD, University of Texas Health Medical School at Houston, McGovern Medical School
Revisado/Corrigido: out 2021
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Fatos rápidos

A hipertensão arterial (pressão arterial alta) durante a gravidez é classificada da seguinte maneira:

  • Hipertensão crônica: A pressão arterial era alta antes da gravidez.

  • Hipertensão gestacional: A hipertensão arterial tornou-se alta pela primeira vez após a 20ª semana de gestação (geralmente após 37 semanas). Esse tipo de hipertensão geralmente se resolve em seis semanas após o parto.

A pré-eclâmpsia é outro tipo de hipertensão arterial que surge durante a gravidez. Ela vem acompanhada de proteína na urina. A pré-eclâmpsia é diagnosticada e tratada de maneira diferente dos outros tipos de hipertensão arterial.

Mulheres que têm hipertensão crônica estão mais propensas ter problemas potencialmente graves durante a gravidez. No entanto, os seguintes problemas são mais propícios de ocorrer se a hipertensão crônica ou gestacional estiver presente:

A síndrome de HELLP vem do inglês hemolysis [hemólise] (a destruição dos glóbulos vermelhos), elevated levels of [níveis elevados de] liver enzymes [enzimas hepáticas] (indicando danos ao fígado) e low platelet count [baixo número de plaquetas] diminuindo a capacidade de coagulação do sangue e aumentando o risco de sangramento durante e após o parto.

Durante a gravidez, a mulher com hipertensão arterial será monitorada de perto para garantir que ela está bem controlada, os rins estão funcionando normalmente e o feto está crescendo normalmente. No entanto, o descolamento prematuro da placenta não pode ser impedido ou antecipado. Muitas vezes, um bebê precisa nascer prematuro para evitar a morte ou complicações devido à hipertensão arterial grave (como AVC) na mulher.

Diagnóstico

  • Medição rotineira da pressão arterial

A pressão arterial é medida rotineiramente em todas as consultas pré-natais.

Geralmente, se a hipertensão grave ocorrer pela primeira vez em uma gestante, o médico faz exames para descartar outras causas de hipertensão.

Tratamento

  • No caso de hipertensão arterial leve a moderada, limitação da atividade e, se necessário, medicamentos anti-hipertensivos

  • No caso de hipertensão arterial mais grave, medicamentos anti-hipertensivos

  • Evitar o uso de determinados medicamentos anti-hipertensivos

É possível que medicamentos sejam ou não utilizados, dependendo de quão elevada está a hipertensão arterial e se os rins estão funcionando bem ou não. A utilização e opções de medicamentos para tratar hipertensão crônica e gestacional são similares. Contudo, a hipertensão gestacional frequentemente ocorre no final da gravidez e não necessita de tratamento com medicamentos.

No caso de hipertensão arterial leve a moderada (140/90 a 159/109 milímetros de mercúrio [mmHg]), o tratamento depende de muitos fatores. É possível que o médico recomende a redução das atividades físicas, a fim de ajudar a baixar a pressão arterial. Se reduzir as atividades não baixar a pressão arterial, muitos especialistas recomendam o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos. É incerto saber se os benefícios desses medicamentos excedem os riscos. No entanto, se os rins não estiverem funcionando normalmente, os medicamentos são necessários. Caso não seja feito um bom controle da hipertensão arterial, os rins podem ser ainda mais danificados.

No caso de hipertensão arterial grave (160/110 mmHg ou superior), é recomendado o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos (consulte a tabela Medicamentos anti-hipertensivos). O tratamento pode reduzir o risco de ter AVC e outras complicações decorrentes de hipertensão arterial.

No caso de pressão arterial muito elevada (180/110 mmHg ou superior), a mulher será avaliada imediatamente devido ao alto risco de haver complicações para a mulher e/ou o feto. Se a mulher desejar continuar a gravidez apesar do risco, com frequência será necessário que ela tome vários medicamentos anti-hipertensivos. É possível que ela fique internada no hospital até o fim da gravidez. Se o quadro clínico piorar, é possível que o médico recomende interromper a gravidez.

A mulher aprende como medir a pressão arterial em casa. O médico faz periodicamente exames para determinar quão bem os rins e o fígado estão funcionando e faz ultrassonografias para determinar quão bem o feto está crescendo.

Se a gestante tiver pressão arterial moderadamente alta a muito alta, o bebê normalmente nasce entre a 37.ª e a 39.ª semana de gestação. Ele nasce mais cedo, se o feto estiver crescendo lentamente, se o feto está tendo problemas ou a mulher tem pré-eclâmpsia grave.

Medicamentos anti-hipertensivos

A maioria dos medicamentos anti-hipertensivos utilizados para tratar a hipertensão arterial pode ser utilizada em segurança durante a gravidez. Incluem

  • Metildopa

  • Betabloqueadores (o labetalol é o mais comum)

  • Bloqueadores dos canais de cálcio (como nifedipino)

No entanto, os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs) são interrompidos durante a gravidez, especialmente durante os últimos dois trimestres. Esses medicamentos podem causar defeitos congênitos do trato urinário do feto. Assim, o bebê pode morrer logo após o nascimento.

Bloqueadores do receptor da angiotensina II são suspensos, porque eles aumentam o risco de problemas de rim, pulmão e esqueleto e de morte no feto.

Os antagonistas de aldosterona (espironolactona e eplerenona) são também interrompidos, pois eles podem causar a possibilidade de desenvolver características femininas em um feto do sexo masculino.

Diuréticos à base de tiazida costumam ser suspensos, porque eles podem causar baixos níveis de potássio no feto. Contudo, caso outros medicamentos não tenham eficácia ou causem efeitos colaterais intoleráveis, é possível que a mulher com hipertensão arterial crônica receba diuréticos tiazídicos (como a hidroclorotiazida) durante a gravidez.

Você sabia que...

  • Alguns medicamentos utilizados para tratar a hipertensão arterial e doenças cardiovasculares – inibidores da ECA, bloqueadores de receptores da angiotensina, antagonistas da aldosterona e, frequentemente, diuréticos tiazídicos – costumam ser suspensos durante a gravidez.

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