Transtorno de ansiedade social

PorJohn W. Barnhill, MD, New York-Presbyterian Hospital
Revisado/Corrigido: ago 2023
Visão Educação para o paciente

O transtorno de ansiedade social caracteriza-se por em medo e ansiedade de se expor a certas situações sociais ou de desempenho. Tais situações são evitadas ou enfrentadas com ansiedade substancial. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos. O tratamento envolve terapia cognitivo-comportamental, terapia de exposição e, às vezes, farmacoterapia.

P transtorno de ansiedade social afeta cerca de 2,8% das pessoas em um determinado ano, com uma prevalência ao longo da vida de cerca de 5% (1). Essas taxas parecem ser mais altas nos Estados Unidos. Os homens são mais propensos do que as mulheres a também ter transtorno da personalidade esquiva, que pode ser considerado um transtorno de ansiedade suficientemente grave e persistente para influenciar a personalidade da pessoa.

O medo e a ansiedade dos pacientes com transtorno de ansiedade social frequentemente giram em torno do sentimento de vergonha ou humilhação caso não correspondam às expectativas das pessoas ou sejam julgadas por outras pessoas nas interações sociais. Muitas vezes, a preocupação é que a ansiedade torne-se aparente por meio de sudorese, rubor, vômitos ou tremores (às vezes expresso como voz trêmula) ou que a capacidade de manter a linha de raciocínio ou de achar palavras para se expressar seja perdida. Em geral, a mesma atividade realizada sozinha não produz ansiedade.

As situações em que a ansiedad social é comum incluem falar em público, atuar em uma performance teatral ou tocar um instrumento musical. Outras situações potenciais incluem comer com outras pessoas, conhecer novas pessoas, conversar, assinar um documento na frente de testemunhas ou utilizar banheiros públicos. Um tipo mais generalizado de ansiedad social produz ansiedade em uma ampla variedade de situações sociais.

A maioria dos pacientes com transtorno de ansiedade social reconhece que seus medos são irracionais e excessivos.

Referência geral

  1. 1. Grant BF, Hasin DS, Blanco C, et al: The epidemiology of social anxiety disorder in the United States: Results from the National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions. J Clin Psychiatry66(11):1351-1361, 2005. doi: 10.4088/jcp.v66n1102

Diagnóstico do transtorno de ansiedade social

  • Critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, Texto Revisado (DSM-5-TR)

Para atender os critérios do DSM-5-TR para o diagnóstico (1), os pacientes devem ter

  • Medo acentuado e persistente (≥ 6 meses) ou ansiedade em uma ou mais situações sociais em que podem ser julgadas por outras pessoas

O medo deve envolver uma avaliação negativa por outras pessoas (p. ex., de que os pacientes serão humilhados, envergonhados ou rejeitados ou ofenderão outros). Além disso, todos os seguintes devem estar presentes:

  • As mesmas situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.

  • Pacientes evitam ativamente a situação.

  • O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas socioculturais).

  • O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional.

Além disso, o medo e a ansiedade não podem ser caracterizados mais corretamente como um transtorno mental diferente (p. ex., agorafobia, transtorno do pânico, transtorno dismórfico corporal, transtorno da personalidade esquiva).

Como é verdade para outros transtornos de ansiedade, é útil identificar uma espiral catastrófica de cognição ao diagnosticar o transtorno de ansiedade social; por exemplo, pacientes com transtorno de ansiedade social podem se preocupar com o fato de que, se forem a uma festa, se sentirão constrangidos, serão ridicularizados por estranhos e então terão que fugir da festa. Muitas vezes, essa ansiedade começa razoavelmente, mas se transforma em medo de uma catástrofe altamente improvável.

Pacientes com transtorno de ansiedade social tendem a desenvolver estratégias de esquiva, como recusar o convite para uma festa ou conhecer novas pessoas. Essas estratégias podem se tornar de segunda natureza, de tal modo que o comportamento de esquiva pode não ser visto como tendo algo a ver com a ansiedade. Por exemplo, eles podem inicialmente relatar que evitam festas porque são "chatas". Masessa esquiva reforça a ansiedade, permitindo que a ameaça de exagero não seja contestada e os priva de quaisquer experiências positivas no cenário temido.

Referência sobre diagnóstico

  1. 1. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição,Texto Revisado (DSM-5-TR), American Psychiatric Association Publishing, Washington, DC, pp 229-235.

Tratamento do transtorno de ansiedade social

  • Terapia cognitivo-comportamental

  • Terapia de exposição

  • Às vezes, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS)

Como acontece com outros transtornos de ansiedade, o transtorno de ansiedade social varia em gravidade e aumenta e diminui ao longo do tempo. Muitas pessoas com ansiedade social nunca procuram tratamento, mas desenvolvem seu próprio conjunto de estratégias. Por exemplo, eles podem minimizar ou evitar situações sociais, "automedicar-se" com drogas como álcool ou maconha, ou apenas abrir caminho para obrigações sociais. Entretanto, há múltiplas opções terapêuticas disponíveis para os pacientes (1).

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) ensina os pacientes a reconhecer e controlar seus pensamentos distorcidos e suas convicções falsas, assim como os instrui sobre a terapia de exposição (exposição controlada à situação que provoca ansiedade).

ISRSs e benzodiazepinas são também eficazes para transtorno de ansiedade social, embora as benzodiazepinas possam causar dependência física e também possam prejudicar a cognição e a memória (1).

Para pacientes que experimentam sofrimento quando precisam realizar-se em público, pode-se prescrever betabloqueadores para reduzir o aumento da frequência cardíaca, tremores e sudorese.

Referência sobre o tratamento

  1. 1. Williams T, McCaul M, Schwarzer G, et al: Pharmacological treatments for social anxiety disorder in adults: A systematic review and network meta-analysis. Acta Neuropsychiatr 32(4):169-176, 2020. doi: 10.1017/neu.2020.6

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