Imunodeficiência comum variável (IDCV)

PorJames Fernandez, MD, PhD, Cleveland Clinic Lerner College of Medicine at Case Western Reserve University
Revisado/Corrigido: jan 2023
Visão Educação para o paciente

A imunodeficiência comum variável (adquirida ou hipogamaglobulinemia iniciada na idade adulta) caracteriza-se por baixos níveis de Ig com células B fenotipicamente normais que se proliferam, mas não conseguem se desenvolver em células produtoras de Ig. Pacientes têm infecções sinopulmonares recorrentes. O diagnóstico baseia-se principalmente nos níveis séricos de Ig. O tratamento inclui terapia de reposição profilática de IgG e antibióticos para infecção.

(Ver também Visão geral das imunodeficiências e Abordagem ao paciente com distúrbios de imunodeficiência.)

A imunodeficiência comum variável (IDCV) é um imunodeficiência primária que envolve deficiências na imunidade humoral. Isso compreende vários defeitos moleculares conhecidos diferentes, mas na maioria dos pacientes o defeito molecular é desconhecido. As mutações são esporádicas em > 90% dos casos. A imunodeficiência variável comum é clinicamente similar à agamaglobulinemia ligada ao X quanto aos tipos de infecção que se desenvolvem, mas o início tende a ser tardio (tipicamente entre os 20 e 40 anos). Imunidade prejudicada das células T também pode estar presente em alguns pacientes.

Doenças autoimunes podem ocorrer, como trombocitopenia autoimune, anemia hemolítica autoimune ou anemia perniciosa, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Addison, tireoidite, artrite reumatoide e alopecia areata. Os pacientes também podem desenvolver má absorção, hiperplasia linfoide nodular do trato gastrointestinal, inflamação granulomatosa sistêmica, pneumonia intersticial linfocítica, esplenomegalia e/ou bronquiectasia. Em 10% dos pacientes pode ocorrer carcinoma gástrico ou linfoma.

Sinais e sintomas da imunodeficiência variável comum

Pacientes com IDCV têm infecções sinopulmonares recorrentes que causam congestão e pressão sinusal, tosse, dispneia, dor torácica, produção de muco, febre, calafrios e/ou linfadenopatia.

Diagnóstico da imunodeficiência variável comum

  • Dosagem das immunoglobulina Ig séricas e títulos de anticorpos

  • Citometria de fluxo para subconjuntos de linfócitos T e linfócitos B

  • Eletroforese das proteínas séricas

O diagnóstico da imunodeficiência variável comum é sugerido por infecções sinopulmonares recorrentes e exige todos os seguintes:

  • Baixos níveis de IgC (pelo menos 2 desvios padrão abaixo da média)

  • Baixos níveis de IgA, IgM ou ambos

  • Resposta prejudica a imunizações (geralmente tanto vacinas proteicas quanto polissacarídeas)

  • Exclusão de outros distúrbios de imunodeficiência

Os níveis de anticorpos ou autoanticorpos não devem ser medidos se os pacientes foram tratados com imunoglobulina IV (IgIV) nos 6 meses anteriores porque quaisquer anticorpos detectados são da IgIV.

Quantificação de linfócitos B e linfócitos T por citometria de fluxo é feita para excluir outros distúrbios de imunodeficiência e para distinguir a IDCV da agamaglobulinemia ligada ao X, mieloma múltiplo e leucemia linfocítica crônica; os achados podem incluir baixas contagens de linfócitos B de memória class-switched ou linfócitos CD21+. Eletroforese de proteínas séricas é feita para fazer a triagem de possíveis gamopatias monoclonais (p. ex., mieloma), as quais podem estar associadas a níveis reduzidos de outros isótipos de immunoglobulina (Ig).

Espirometria, hemograma completo, testes hepáticos e um painel metabólico básico são recomendados anualmente para verificar doenças associadas. Se há alteração na função pulmonar, deve-se fazer TC.

Como as mutações costumam ser esporádicas, o exame de parentes só é recomendado se houver história familiar significativa de imunodeficiência variável comum.

Tratamento da imunodeficiência variável comum

  • Terapia de reposição profilática de imunoglobulina (IgG)

  • Antibióticos para infecções

  • Tratamento específico da doença para distúrbios de imunodeficiência comórbidos, como doença pulmonar granulomatosa ou doença autoimune associada

O tratamento da imunodeficiência variável comum consiste em imunoglobulina e antibióticos para tratar as infecções.

Rituximabe, vedolizumabe, inibidores do fator de necrose tumoral (TNF)-alfa (p. ex., etanercept e infliximabe), corticoides e/ou outros tratamentos podem ser necessários para tratar complicações como doenças autoimunes, enteropatia imunitária, pneumonia intersticial linfocítica linfoide e inflamação granulomatosa.

Estudos recentes confirmaram o benefício dos antibióticos profiláticos para pacientes específicos com deficiência de anticorpos (1).

Referência sobre o tratamento

  1. 1. Milito C, Pulvirenti F, Cinetto F, et al: Double-blind, placebo-controlled, randomized trial on low-dose azithromycin prophylaxis in patients with primary antibody deficiencies. J Allergy Clin Immunol 144:584–593. e7, 2019. doi: 10.1016/j.jaci.2019.01.051

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