Enterococos são parte da flora intestinal normal. Eles costumavam ser classificados como estreptococos do grupo D, mas agora são considerados um gênero separado. Existem > 47 espécies, mas E. faecalis e E. faecium mais comumente causam infecções em humanos.
Enterococos normalmente causam
Infecções pélvicas e intra-abdominais
Infecções cutâneas, de tecido mole e lesões
Tratamento das infecções por enterococos
Varia de acordo com o local da infecção e teste de sensibilidade
(Ver também the American Heart Association's 2015 Infective Endocarditis in Adults: Diagnosis, Antimicrobial Therapy, and Management of Complications.)
Enterococos associados à endocardite são difíceis de erradicar, a menos que seja utilizada uma combinação de certos antibióticos ativos na parede celular (p. ex., penicilina, ampicilina, piperacilina, vancomicina), com um aminoglicosídeo (p. ex., gentamicina, estreptomicina) para alcançar a atividade bacteriana. Mas alguns antibióticos ativos na parede celular têm pouca ou nenhuma atividade contra enterococos; incluem nafcilina, oxacilina, ticarcilina, ertapeném, a maioria das cefalosporinas e aztreonam. E. faecium são mais resistentes à penicilina do que E. faecalis. Quando não é possível utilizar um aminoglicosídeo, a combinação de aminopenicilina como ampicilina mais ceftriaxona é uma alternativa eficaz para o tratamento de endocardite por E. faecalis. Imipeném e, em menor grau, meropeném são ativos contra E. faecalis.
Para infecções cutâneas complicadas por enterococos sensíveis à vancomicina, daptomicina, tedizolida, tigeciclina e omadaciclina são opções de tratamento eficazes.
Recomendam-se piperacilina/tazobactam, imipeném ou meropeném, tigeciclina, e eravacycline para infecções intra-abdominais complicadas quando se sabe ou se presume que enterococos estão envolvidos.
Infecções do trato urinário não requerem terapia bactericida e, se o organismo causador é sensível, geralmente são tratadas com um único antibiótico, como ampicilina ou amoxicilina.
Resistência
Nas últimas décadas, a resistência a múltiplos antimicrobianos aumentou rapidamente, especialmente entre o E. faecium.
Resistência a aminoglicosídeos (p. ex., gentamicina, estreptomicina), em particular com E. faecium, continua presente.
Enterococos resistentes à vancomicina (VRE) também podem ser resistentes a outros aminoglicopeptídeos (p. ex., teicoplanina), aminoglicosídios Aminoglicosídeos Aminoglicosídeos têm atividade bactericida dependente da concentração. Esses antibióticos ligam-se à subunidade 30S do ribossomo, inibindo assim a síntese proteica da bactéria. A espectinomicina... leia mais e betalactâmicos Betalactâmicos Betalactâmicos são antibióticos que têm um anel betalactâmico no seu núcleo. As subclasses incluem Carbapenéns Cefalosporinas e cefamicinas (cefêmicos) Clavulanatos Monobactâmicos leia mais ativos na parede celular (p. ex., penicilina G e ampicilina). Quando identificados, técnicas de isolamento estrito devem ser utilizadas. O tratamento recomendado são as estreptograminas Lincosamidas, oxazolidinonas e estreptograminas Lincosamidas ( clindamicina), oxazolidinonas ( linezolida, tedizolide), estreptograminas' [ dalfopristina (estreptogramina A) e quinupristina (estreptogramina B)] são estruturalmente diferentes... leia mais (quinupristina Quinupristina e dalfopristina Quinupristina e dalfopristina são antibióticos contra estreptogramina, que, como os macrolídeos e as lincosamidas, inibem a síntese proteica bacteriana. Quinupristina/dalfopristina (Q/D) é uma... leia mais e dalfopristina apenas para E. faecium) e as oxazolidinonas Lincosamidas, oxazolidinonas e estreptograminas Lincosamidas ( clindamicina), oxazolidinonas ( linezolida, tedizolide), estreptograminas' [ dalfopristina (estreptogramina A) e quinupristina (estreptogramina B)] são estruturalmente diferentes... leia mais (linezolida e tedizolida). Daptomicina, daptomicina, oritavancina, tigeciclina e eravaciclina têm atividade in vitro contra VRE e podem ser uma opção de tratamento alternativa. Nitrofurantoína e fosfomicina costumam ser eficazes para a infecção do trato urinário causada por enterococo resistente à vancomicina.
Às vezes, enterococos produtores de betalactâmicos são problemáticos, especialmente na presença de um grande número de organismos em tecidos (p. ex., na vegetação endocárdica). A resistência pode estar presente clinicamente, embora o organismo pareça sensível no antibiograma convencional. Pode-se utilizar vancomicina ou antibióticos com uma combinação de betalactâmicos com inibidores da betalactamase (p. ex., piperacilina/tazobactam, ampicilina/sulbactam).
Os enterococos podem incorporar folatos produzidos exogenamente e, assim, reverter o efeito do sulfametoxazol (SMX) e da trimetoprima (TMP); portanto, a terapia com esses antimicrobianos pode falhar apesar da aparente suscetibilidade in vitro (por essa razão, SMX/TMP é frequentemente excluído dos painéis de suscetibilidade a enterococos).
Informações adicionais
O recurso em inglês a seguir pode ser útil. Observe que este Manual não é responsável pelo conteúdo deste recurso.
American Heart Association: Infective Endocarditis in Adults: Diagnosis, Antimicrobial Therapy, and Management of Complications (2015)