O transtorno pode se desenvolver depois que as crianças testemunham ou experimentam um ato de violência, tal como o ataque de um cachorro, um tiroteio em uma escola, um acidente ou um desastre natural.
As crianças não apenas revivem o evento, como também podem se sentir emocionalmente entorpecidas, extremamente tensas e nervosas.
O diagnóstico se baseia nos sintomas que ocorrem após um evento traumático.
O tratamento envolve psicoterapia, terapia comportamental e medicamentos.
(Consulte também Transtorno de estresse agudo Transtorno de estresse agudo O transtorno de estresse agudo é uma reação disfuncional intensa e desagradável que tem início logo após um evento extremamente traumático e dura menos de um mês. Se os sintomas persistirem... leia mais e Transtorno de estresse pós-traumático Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) consiste em reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início após um evento extremamente traumático. Eventos de risco à vida ou ferimentos... leia mais em adultos.)
O transtorno de estresse agudo normalmente tem início imediatamente depois do evento traumático e dura de três dias a um mês.
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) pode ser uma continuação do transtorno de estresse agudo ou pode não se desenvolver até seis meses depois do evento.
Os transtornos de estresse podem se desenvolver depois que as crianças testemunham ou experimentam um evento que ameaça sua vida ou a vida de outra pessoa. Durante o evento, elas normalmente sentem medo intenso, desamparo ou horror. Esses eventos incluem atos de violência, tais como abuso infantil Considerações gerais sobre o abuso e negligência infantil Maus‑tratos infantis incluem todos os tipos de abuso e negligência de uma criança com menos de 18 anos por um dos pais, cuidador ou outra pessoa na função de custódia (por exemplo, clérigo,... leia mais , tiroteios em escolas, acidentes de carro, ataques de cachorros, lesões (particularmente queimaduras), incêndios, guerras, desastres naturais (como furacões, tornados ou terremotos) e mortes. Nas crianças pequenas, violência doméstica é a causa mais comum. Nem todas as crianças que experimentam um evento traumático grave desenvolvem transtorno de estresse.
As crianças não precisam ter vivenciado diretamente o evento traumático. Elas podem desenvolver um transtorno de estresse se testemunharem um evento traumático (mesmo que apenas através de uma mídia) atingindo outras pessoas ou souberem que ele ocorreu com um familiar próximo.
Determinados fatores podem afetar a possibilidade de uma criança desenvolver ou não transtorno de estresse pós-traumático e, se ele de fato se desenvolver, quão bem ela se sairá. Esses fatores de risco incluem os seguintes:
Quão traumático o evento foi
Se ocorreram danos físicos durante o evento
Qual é o temperamento da criança
Qual é a situação social e econômica da família
Se a criança já passou por adversidades (por exemplo, abuso sexual)
Se o funcionamento da família é bom ou não
Se a criança tem parentes com distúrbios de saúde mental
Se a criança tem apoio da família e social
Sintomas
Os sintomas do transtorno de estresse agudo e do transtorno de estresse pós-traumático são semelhantes e incluem vários tipos de sintomas.
Vivenciar o evento novamente (sintomas de intrusão)
A criança pode reviver o evento traumático enquanto acordada (flashbacks) ou dormindo (como pesadelos). Os flashbacks são em geral desencadeados por alguma coisa associada ao evento original. Ver um cachorro, por exemplo, pode desencadear um flashback em crianças que foram atacadas por um cachorro. Durante um flashback, a criança pode ficar aterrorizada e sem consciência dos arredores. Ela pode perder o contato com a realidade por algum tempo e tentar desesperadamente se esconder ou escapar, agindo como se estivesse em grande perigo.
De maneira menos drástica, a criança pode reviver o evento em pensamento, imagens mentais ou lembranças ainda assim muito angustiantes. Crianças pequenas podem reprisar frequentemente o evento quando estão brincando.
Evitar aquilo que relembra o evento (sintomas de esquiva)
A criança pode evitar persistentemente tudo – atividades, situações ou pessoas – que possa relembrá-la do trauma. Elas podem, inclusive, tentar evitar pensamentos, sentimentos ou conversas sobre o evento traumático. Em geral, não conseguem evitar lembrar-se do evento.
Efeitos negativos sobre o pensamento e o humor
É comum que se sentam emocionalmente entorpecidas ou desvinculadas de seus corpos. As crianças podem perder o interesse nas suas atividades habituais, afastar-se das pessoas e se preocupar com a possibilidade de morrer cedo.
As crianças podem também se sentir culpadas por terem, por exemplo, sobrevivido quando outros não sobreviveram ou porque não fizeram nada para impedir o que aconteceu. Elas podem não se lembrar de detalhes importantes sobre o evento ou podem lembrá-los incorretamente. Por exemplo, elas podem pensar que foram responsáveis por ele.
Alterações no estado de alerta e nas reações
A criança pode se tornar excessivamente alerta a sinais de risco. Ela pode se sentir extremamente tensa (o que se chama hiperprontidão), o que faz com que ela fique nervosa, não consiga relaxar e se assuste facilmente.
A criança tem dificuldade em controlar suas reações, o que resulta em comportamento imprudente ou ataques de raiva. A criança pode ter dificuldade em relaxar, adormecer ou se concentrar.
Sintomas dissociativos
A criança se sente desvinculada do corpo, como se estivesse em um sonho. Ela também sente que o mundo não é real.
Diagnóstico
Histórico de um evento traumático
Uma consulta com um médico ou especialista em saúde comportamental
Às vezes, questionários sobre sintomas
O diagnóstico de um transtorno do estresse toma por base o histórico de um evento traumático, assustador e aterrorizante, seguido de sintomas característicos.
Para que o transtorno de estresse agudo e o transtorno de estresse pós-traumático possam ser diagnosticados, os sintomas precisam causar angústia significativa ou impedir que as crianças funcionem normalmente.
O transtorno de estresse agudo é diagnosticado se os sintomas durarem entre três dias e um mês. O transtorno de estresse pós-traumático é diagnosticado se os sintomas durarem mais de um mês.
Tratamento
Psicoterapia
Terapia comportamental
Às vezes, medicamentos
Psicoterapia Psicoterapia Ocorreram avanços extraordinários no tratamento das doenças mentais. Como resultado, atualmente, é possível tratar muitos transtornos de saúde mental quase com tanto êxito como os físicos. A... leia mais de apoio pode ajudar. Terapia focada no trauma é uma abordagem específica da terapia que reconhece e enfatiza a compreensão de como a experiência traumática afeta o bem-estar mental, comportamental, emocional, físico e espiritual de uma criança. Os terapeutas asseguram às crianças que sua resposta é válida, mas as encoraja a encarar suas memórias (como uma forma de terapia de exposição). A terapia de exposição Tratamento , um tipo de terapia comportamental Terapia comportamental Ocorreram avanços extraordinários no tratamento das doenças mentais. Como resultado, atualmente, é possível tratar muitos transtornos de saúde mental quase com tanto êxito como os físicos. A... leia mais , pode ser usada para dessensibilizar sistematicamente as crianças para situações que as fazem reviver o evento.
Crianças com transtorno de estresse agudo em geral têm um resultado melhor que aquelas com transtorno de estresse pós-traumático, mas o tratamento precoce beneficia a criança com qualquer um dos dois transtornos.
Um tipo de antidepressivos, chamado inibidores seletivos de recaptação da serotonina Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs) A agomelatina, um novo tipo de antidepressivo, é um possível tratamento para episódios depressivos maiores. Vários tipos de medicamentos podem ser usados para tratar a depressão: Inibidores... leia mais (ISRSs) podem ajudar a aliviar alguns sintomas.