Dia da saúde
DOENÇA

Mudanças no corpo com o envelhecimento

PorRichard G. Stefanacci, DO, MGH, MBA, Thomas Jefferson University, Jefferson College of Population Health
Revisado/Corrigido: mai 2022 | modificado dez 2022
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O corpo muda com o envelhecimento porque ocorrem mudanças em células individuais e nos órgãos completos. Essas mudanças resultam em mudanças na função e na aparência.

(Consulte também Considerações gerais sobre o envelhecimento).

Envelhecimento celular

Conforme as células envelhecem, elas funcionam pior. Por fim, as células velhas precisam morrer, o que faz parte do funcionamento normal do corpo.

As células velhas às vezes morrem porque elas são programadas para isso. Os genes das células programam um processo que, quando disparado, resulta na morte da célula. Esta morte programada, chamada apoptose, é um tipo de suicídio celular. O envelhecimento de uma célula é um disparador. Células velhas devem morrer para dar lugar a novas células. Outros disparadores incluem um número excessivo de células e possível dano a uma célula.

As células velhas também morrem porque elas somente podem se dividir um número limitado de vezes. Este limite é programado pelos genes. Quando uma célula não pode mais se dividir, ela cresce, vive por um tempo, e logo, morre. O mecanismo que limita a divisão celular envolve uma estrutura chamada telômero. Os telômeros são usados para mover o material genético da célula na preparação para a divisão celular. A cada vez que a célula se divide, os telômeros se encurtam um pouco. Os telômeros acabam se tornando tão curtos que a célula não pode mais se dividir. Quando uma célula para de se dividir, isso é chamado senescência.

Às vezes, o dano a uma célula causa diretamente sua morte. As células podem ser danificadas por substâncias, como a radiação, a luz do sol e medicamentos quimioterápicos. As células também podem ser danificadas por certos subprodutos de suas próprias atividades normais. Esses subprodutos, chamados radicais livres, são liberados quando as células produzem energia.

Você sabia que...

  • Os distúrbios, e não o envelhecimento, normalmente são os responsáveis pela maior perda de funções.

Envelhecimento dos órgãos

Os órgãos funcionam bem dependendo do quanto suas células funcionam bem. Células velhas funcionam pior. Além disso, em alguns órgãos, as células morrem e não são substituídas, assim, o número de células diminui. O número de células nos testículos, ovários, fígado e rins diminui acentuadamente conforme o corpo envelhece. Quando o número de células se torna muito baixo, um órgão pode não funcionar normalmente. Assim, a maior parte dos órgãos funciona pior com o envelhecimento. No entanto, nem todos os órgãos perdem um grande número de células. O cérebro é um exemplo. Pessoas idosas saudáveis ​​não perdem muitas células cerebrais. Perdas substanciais ocorrem principalmente em pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral ou que têm uma doença que cause a perda progressiva de células nervosas (doenças neurodegenerativas), tais como a doença de Alzheimer ou doença de Parkinson.

Frequentemente, os primeiros sinais de envelhecimento envolvem o sistema musculoesquelético. Os olhos, seguidos pelos ouvidos, começam a mudar no começo da meia-idade. A maior parte das funções internas também declina com o envelhecimento. A maior parte das funções corporais tem o seu auge pouco antes dos 30 anos e, a partir desta idade, inicia-se um declínio gradual, mas constante. Entretanto, mesmo com este declínio, a maioria das funções continua adequada, porque a capacidade funcional de quase todos os órgãos é superior à requerida pelo corpo (reserva funcional). Por exemplo, se a metade do fígado for destruída, o tecido hepático restante é mais do que suficiente para manter um funcionamento normal. Assim, os distúrbios, mais do que o envelhecimento normal, são os responsáveis pela maior parte da perda da capacidade funcional na idade avançada.

Ainda que a maior parte das funções permaneça adequada, o declínio das funções significa que os idosos são menos capazes de lidar com vários estresses, incluindo atividade física vigorosa, mudanças de temperatura extremas no ambiente, e distúrbios. Este declínio também significa que os idosos são mais propensos a terem os efeitos colaterais dos medicamentos. Alguns órgãos são mais propensos do que outros a funcionarem mal sob estresse. Esses órgãos incluem o coração e os vasos sanguíneos, os órgãos urinários (como os rins) e o cérebro.

Ossos e articulações

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema musculoesquelético.)

Os ossos tendem a se tornar menos densos. A perda moderada de densidade óssea é denominada osteopenia e a perda grave de densidade óssea (incluindo a ocorrência de uma fratura devido à perda de densidade óssea) é denominada osteoporose. Na osteoporose, os ossos se tornam mais fracos e mais propensos a se quebrarem. Em mulheres, a perda de densidade óssea se acelera após a menopausa devido à redução na perda de estrogênio. O estrogênio ajuda a evitar que muitos ossos sejam quebrados durante o processo normal de formação do corpo, quebra e reformação dos ossos.

Os ossos ficam menos densos particularmente porque eles contêm menos cálcio (que dá força aos ossos). A quantidade de cálcio diminui porque o corpo absorve menos cálcio dos alimentos. Além disso, os níveis de vitamina D que ajudam o corpo a usar o cálcio diminuem sensivelmente. Certos ossos são enfraquecidos mais do que outros. Aqueles mais afetados incluem a cabeça do fêmur (fêmur) no quadril, as extremidades dos ossos do braço (rádio e cúbito) no pulso, e os ossos da coluna (vértebras).

As mudanças nas vértebras no alto da coluna inclinam a cabeça para frente, comprimindo a garganta. Como resultado, passa a ser mais difícil engolir, e a pessoa pode asfixiar-se mais frequentemente. As vértebras se tornam menos densas e as almofadas de tecido (discos) entre elas perdem líquido e se tornam mais finas, tornando a coluna mais curta. Por isso, os idosos perdem estatura.

A cartilagem que reveste as articulações tende a afinar-se, especialmente por causa do desgaste de anos de movimento. As superfícies de uma articulação não podem deslizar sobre as outras, assim como costumavam fazer, e a articulação pode ser ligeiramente mais suscetível a lesões. As lesões nas cartilagens devido ao uso permanente das articulações ou a lesões contínuas levam frequentemente à osteoartrite, que é um dos distúrbios mais comuns da idade avançada.

Os ligamentos, que ligam as articulações, e os tendões, que ligam os músculos aos ossos, tendem a se tornar menos elásticos, fazendo com que as pessoas sintam as articulações apertadas ou rígidas. Esses tecidos também enfraquecem. Assim, a maior parte das pessoas se torna menos flexível. Os ligamentos e tendões tendem a se romper mais facilmente e, quando eles se rompem, se curam mais vagarosamente. Essas alterações ocorrem porque as células que mantêm os ligamentos e tendões se tornam menos ativas.

Músculos e gordura corporal

A quantidade de tecido muscular (massa muscular) e força muscular tende a diminuir começando por volta dos 30 e continuando ao longo da vida. Parte dessa redução é causada pela inatividade física e pelos níveis reduzidos de hormônio do crescimento e de testosterona, que estimulam o desenvolvimento muscular. Além disso, os músculos não podem se contrair tão rapidamente porque se perde mais fibras musculares de contração rápida do que as fibras musculares de contração lenta. Entretanto, os efeitos do envelhecimento reduzem a massa e a força muscular em não mais do que cerca de 10 a 15% durante a vida adulta. Na ausência de doença, a maior parte da perda além daqueles 10% a 15% é evitável com o exercício regular. A perda muscular mais grave (chamada sarcopenia, que literalmente significa perda de carne) resulta de doença ou inatividade extrema, não apenas do envelhecimento.

A maior parte dos idosos tem massa e força muscular suficiente para todas as tarefas necessárias. Muitos idosos continuam sendo atletas fortes. Eles participam de competições esportivas e desfrutam de atividades físicas vigorosas. No entanto, mesmo os mais em forma notam certo declínio com a idade.

Você sabia que...

  • Para compensar a perda de massa muscular durante os dias de repouso absoluto, os idosos podem precisar se exercitar por até duas semanas.

O exercício físico regular para fortalecer os músculos (treinamento de resistência) pode superar parcialmente ou retardar significativamente a perda de massa muscular e força. Em exercícios de fortalecimento muscular, os músculos se contraem contra a resistência fornecida pela gravidade (como em abdominais e flexões), por pesos ou bandas elásticas. Se este tipo de exercício é feito regularmente, mesmo as pessoas que nunca se exercitaram podem aumentar a massa muscular e a força. Da mesma maneira, a inatividade física, especialmente o repouso absoluto durante uma doença, pode acelerar muito a perda. Durante os períodos de inatividade, os idosos perdem massa e força muscular muito mais rapidamente do que os jovens. Por exemplo, para compensar a perda de massa muscular durante os dias de repouso absoluto, as pessoas precisam se exercitar por até duas semanas.

Por volta dos 75 anos de idade, a porcentagem de gordura corporal praticamente dobra se comparado com o que era durante a vida adulta. Muita gordura corporal pode aumentar o risco de problemas de saúde, como o diabetes. A distribuição da gordura também muda, mudando a forma do torso. Uma dieta saudável e exercícios regulares podem ajudar o idoso a minimizar o aumento de gordura corporal.

dos olhos

(Consulte também Efeitos do envelhecimento nos olhos.)

Com a idade, ocorre o seguinte:

  • O cristalino se enrijece, fazendo com que enfocar objetos próximos seja mais difícil.

  • O cristalino se torna mais denso, fazendo com que enxergar com luz clara brilhante seja mais difícil.

  • A pupila reage mais devagar às mudanças na luz.

  • O cristalino amarela, mudando o modo como as cores são percebidas.

  • O número de células nervosas diminui, comprometendo a percepção de profundidade.

  • Os olhos produzem menos líquido, fazendo-os parecer secos.

Uma mudança na visão é frequentemente o primeiro sinal inegável do envelhecimento.

As mudanças nas lentes dos olhos podem causar ou contribuir para o seguinte:

  • Perda da visão de perto: por volta dos 40 anos, a maior parte das pessoas observa que ver os objetos mais perto do que 60 centímetros se torna difícil. Esta mudança na visão, chamada presbiopia, ocorre, porque o cristalino dos olhos se enrijece. Normalmente, o cristalino muda sua forma para ajudar o olho a enfocar. O enrijecimento do cristalino faz com que enfocar objetos de perto seja mais difícil. Praticamente quase todas as pessoas têm presbiopia e precisam de óculos de grau. As pessoas que precisam de óculos para ver de longe podem precisar usar óculos bifocais ou óculos com lentes de foco variável.

  • Necessidade de luz mais forte: como as pessoas continuam a envelhecer, torna-se mais difícil enxergar com luz clara porque o cristalino tende a ficar menos transparente. Um cristalino menos denso significa que menos luz passa através da retina no fundo do olho. Além disso, a retina, que contém as células que são sensíveis à luz, torna-se menos sensível. Assim, para ler é necessária luz forte. Em média, as pessoas de 60 anos precisam de três vezes mais luz para ler do que as pessoas de 20 anos de idade.

  • Mudanças na percepção das cores: as cores são percebidas de forma diferente, em parte porque o cristalino tende a amarelar com a idade. As cores podem parecer menos brilhantes e o contraste entre diferentes cores pode ser mais difícil de ver. Os azuis podem parecer mais cinzas, e o azul ou fundo podem parecer desbotados. Essas mudanças não são significativas para a maior parte das pessoas. No entanto, os idosos podem ter problemas lendo letras pretas impressas em um fundo azul ou letras azuis.

A pupila dos olhos reage mais devagar às mudanças na luz. A pupila se estende e se retrai para deixar que mais ou menos luz entre, dependendo da claridade do entorno. Uma pupila com reações lentas significa que o idoso pode ser incapaz de enxergar ao entrar em um quarto escuro. Ou eles podem ficar temporariamente cegos quando entram em uma área muito clara. Os idosos podem também ficar mais sensíveis ao ofuscamento. Entretanto, o aumento da sensibilidade ao ofuscamento costuma ocorrer devido às áreas escuras no cristalino ou devido à catarata.

Você sabia que...

  • As pessoas de 60 anos precisam de três vezes mais luz para ler do que as pessoas de 20 anos de idade.

Detalhes finos, incluindo diferenças nas sombras e tons, se tornam mais difíceis de discernir. O motivo é provavelmente uma redução no número de células nervosas que transmitem sinais visuais dos olhos para o cérebro. Esta mudança afeta o modo como a profundidade é percebida, e faz o julgamento das distâncias tornar-se mais difícil.

Os idosos podem ver mais manchas negras pequenas se movendo através do seu campo de visão. Essas manchas, chamadas moscas volantes, são partes do líquido normal do olho que solidificou. As moscas volantes não interferem de maneira significativa com a visão. A menos que elas aumentem de repente em número, elas não são um motivo de preocupação.

Os olhos tendem a ficar ressecados. Esta mudança ocorre porque o número de células que produzem os líquidos para lubrificar os olhos diminui. A produção de lágrimas pode diminuir.

A aparência dos olhos muda de várias maneiras:

  • O branco (esclera) dos olhos pode se tornar ligeiramente amarelo ou marrom. Esta mudança resulta de muitos anos de exposição à luz ultravioleta, ao vento e à poeira.

  • Manchas aleatórias de cor podem aparecer no branco dos olhos, particularmente em pessoas com cútis escura.

  • Um anel branco cinzento (urcas senilis) pode aparecer na superfície do olho. Este anel é feito de cálcio e sais de colesterol. Ele não afeta a visão.

  • A pálpebra inferior pode separar-se do globo ocular porque os músculos em volta do olho enfraquecem e os tendões se distendem. Esse quadro clínico (denominado ectrópio) pode interferir com a lubrificação do globo ocular e contribuir para o ressecamento dos olhos.

  • O olho pode parecer afundar-se na cabeça porque a quantidade de gordura em volta dos olhos diminui.

Ouvidos

(Consulte também Efeitos do envelhecimento nos ouvidos, nariz e garganta.)

Muitas alterações na audição provavelmente se devem tanto a uma exposição vitalícia a ruídos quanto ao envelhecimento (consulte também Perda de audição). Exposição a ruídos altos ao longo do tempo danifica a capacidade dos ouvidos. No entanto, ocorrem algumas mudanças na audição com a idade, independentemente de sua exposição aos ruídos altos.

É importante consultar um médico para determinar se a perda auditiva está sendo causada pela impactação do cerume (cera do ouvido), pois isso é facilmente tratado.

Com o envelhecimento, ouvir sons de alta frequência torna-se mais difícil. Essa mudança é considerada perda de audição associada à idade (presbiacusia). Por exemplo, a música de violino pode soar menos clara.

Você sabia que...

  • Articular claramente as consoantes pode ser mais útil do que falar mais alto com um idoso que tem problemas para entender o que se diz.

  • Sons de alta frequência são particularmente difíceis para os idosos ouvirem.

A consequência mais frustrante da presbiacusia é que as palavras se tornam difíceis de serem entendidas. Como resultado, os idosos podem pensar que as outras pessoas estão balbuciando. Mesmo quando as outras pessoas falam mais alto, os idosos ainda assim têm dificuldade para entender as palavras. O motivo é que a maior parte dos sons consonantais (como k, t, s, p e ch) são de alta frequência, e estes são os sons que ajudam as pessoas a identificarem as palavras. Por serem sons de baixa frequência, as vogais são mais fáceis de serem ouvidas. Assim, os idosos podem ouvir ''ega o e u ere'' ao invés de ''Pega o que tu queres''. Para ajudar, outras pessoas precisam articular mais claramente as consoantes, mais do que simplesmente falar alto. Entender o que mulheres e crianças dizem pode ser mais difícil do que entender o que os homens dizem por que a maior parte das mulheres e crianças têm vozes de alta frequência. Gradualmente, ouvir sons de baixa frequência também se torna mais difícil.

Muitos idosos têm mais dificuldades para ouvir em lugares altos ou em grupos devido ao ruído de fundo.

Pelos grossos podem crescer para fora dos ouvidos.

Boca e nariz

(Consulte também Efeitos do envelhecimento na boca e dentes e Efeitos do envelhecimento nos ouvidos, nariz e garganta.)

Geralmente, quando as pessoas estão por volta dos 50 anos, a capacidade de percepção dos odores e sabores começa a diminuir de forma gradual. Ambos os sentidos são necessários para desfrutar a gama completa dos aromas da comida. A língua consegue identificar apenas cinco sabores básicos: doce, amargo, azedo, salgado e um sabor chamado umami (que costuma ser descrito como denso ou profundo). O sentido do olfato é necessário para distinguir aromas mais sutis e complexos (como as framboesas).

Com o envelhecimento, diminui a sensibilidade das papilas gustativas na língua. Essa mudança afeta a percepção do doce e do salgado mais do que do azedo e do amargo. A capacidade de sentir os aromas diminui porque o revestimento do nariz se torna mais fino e mais seco, e as terminações nervosas no nariz se deterioram. Entretanto, a mudança é leve, normalmente afetando apenas os odores sutis. Devido a essas alterações, muitas comidas tendem a parecer amargas e as comidas com aromas mais sutis podem não ter sabor.

A boca tende a parecer seca mais frequentemente, particularmente porque há menos produção de saliva. Além disso, a boca seca reduz a capacidade de saborear a comida.

Com o envelhecimento, a gengiva se retrai um pouco. Consequentemente, as partes baixas dos dentes são expostas às partículas de alimentos e bactérias. Além disso, o esmalte dos dentes tende a desgastar-se. Essas mudanças, assim como a boca seca, deixam os dentes mais suscetíveis a apodrecerem e a terem cáries e, assim, aumentam a probabilidade da perda de dentes.

Com o envelhecimento, o nariz tende a crescer e ampliar-se, e a ponta tende a encurvar-se.

Cabelos grossos podem crescer no nariz, acima dos lábios e no queixo.

Pele

(Consulte também Efeitos do envelhecimento na pele.)

A pele tende a ficar mais fina, menos elástica, mais seca e finamente enrugada. Entretanto, a exposição à luz do sol ao longo dos anos contribui para o enrugamento e para fazer com que a pele fique áspera e manchada. As pessoas que evitaram a exposição à luz do sol, frequentemente parecem mais jovens do que outros de sua idade.

As mudanças na pele ocorrem em parte porque o colágeno (um tecido duro e fibroso que deixa a pele forte) e a elastina (que torna a pele flexível) passam por alterações químicas e se tornam menos flexíveis; além disso, com o envelhecimento, o corpo produz menos colágeno e elastina. Como resultado, a pele se rasga mais facilmente.

A camada adiposa sob a pele se afina. Essa camada atua como uma almofada para a pele, ajudando a proteger e a suportá-la. A camada adiposa também ajuda a conservar o calor do corpo. Quando a camada se afina, é mais provável que apareçam rugas, e a tolerância para o frio se reduz.

O número de terminações nervosas na pele diminui. Como resultado, as pessoas se tornam menos sensíveis à dor, temperatura e pressão, e as lesões podem ser mais prováveis.

O número de glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos diminui, assim como o fluxo sanguíneo nas camadas mais profundas da pele. Como resultado, o corpo é menos capaz de mover o calor de dentro do corpo através dos vasos sanguíneos para a superfície do corpo. Menos calor deixa o corpo, e o corpo não pode se esfriar tão bem. Assim, é maior o risco de distúrbios relacionados com o calor, como insolação. Quando o fluxo do sangue se reduz, a pele tende a se aquecer mais lentamente.

O número de células produzindo pigmentação (melanócitos) se reduz. Como resultado, a pele tem menos proteção contra a radiação ultravioleta (UV), como a da luz do sol. Grandes manchas marrons (manchas senis) se desenvolvem na pele que foi exposta à luz do sol, talvez porque a pele é menos capaz de remover os resíduos.

A pele é menos capaz de formar vitamina D quando é exposta à luz do sol. Assim, aumenta o risco de deficiência de vitamina D.

Cérebro e sistema nervoso

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema nervoso.)

Normalmente, o número de células nervosas no cérebro diminui. Entretanto, o cérebro pode compensar parcialmente essa perda de várias maneiras:

  • À medida que as células são perdidas, novas conexões entre as células nervosas restantes são feitas.

  • Novas células nervosas podem formar-se em algumas áreas do cérebro, mesmo durante a idade avançada.

  • O cérebro tem mais células do que precisa para fazer a maior parte das atividades - uma característica chamada redundância.

Os níveis das substâncias químicas envolvidas no envio das mensagens no cérebro tendem a diminuir, mas alguns aumentam. As células nervosas podem perder alguns de seus receptores para essas mensagens químicas. O fluxo sanguíneo para o cérebro diminui. Devido a essas mudanças relacionadas à idade, o cérebro pode funcionar ligeiramente pior. Os idosos podem reagir e fazer tarefas de maneira mais lenta, mas com tempo, eles podem realizar as coisas de maneira precisa. Algumas funções mentais – como vocabulário, memória de curto prazo, a capacidade para aprender novas coisas, e a capacidade para lembrar palavras – podem ser sutilmente reduzidas após os 70 anos de idade.

Após os 60 anos, o número de células na medula espinhal começa a diminuir. Normalmente, essa mudança não afeta a força nem a sensibilidade.

Você sabia que...

  • O cérebro tem formas de compensar essa perda de células nervosas que ocorre com o envelhecimento.

Com o envelhecimento, os nervos podem transmitir os sinais mais lentamente. Normalmente, essa mudança é tão pequena que as pessoas não a percebem. Além disso, os nervos podem se reparar mais lentamente e incompletamente. Portanto, em idosos com nervos danificados, a sensibilidade e força podem ser reduzidas.

Coração e vasos sanguíneos

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no coração e vasos sanguíneos.)

O coração e os vasos sanguíneos ficam rígidos. O coração se enche de sangue mais vagarosamente. As artérias mais duras são menos capazes de se expandir quando mais sangue é bombeado através delas. Assim, a pressão arterial tende a aumentar.

Apesar dessas alterações, um coração idoso normal funciona bem. As diferenças entre um coração jovem e um velho se tornam aparentes quando o coração tem que trabalhar muito e bombear mais sangue – por exemplo, durante exercícios ou durante uma doença. Um coração velho não pode acelerar ou bombear tão rápido ou tanto sangue quanto um coração jovem. Assim, atletas idosos não são capazes do ter o mesmo desempenho que atletas jovens. Entretanto, exercícios aeróbicos regulares podem melhorar o desempenho atlético dos idosos.

Pulmões e os músculos da respiração

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema respiratório.)

Os músculos usados na respiração, o diafragma e os músculos entre as costelas, tendem a enfraquecer. O número de sacos de ar (alvéolos) e capilares nos pulmões diminui. Assim, um pouco menos de oxigênio é absorvido do ar que é inspirado. Os pulmões se tornam menos elásticos. Nas pessoas que não fumam ou que têm um distúrbio pulmonar, essas alterações não afetam as atividades ordinárias diárias, mas essas alterações podem tornar mais difícil o ato de exercitar-se. Respirar em grandes altitudes (onde há menos oxigênio) pode ser mais difícil.

Os pulmões se tornam menos capazes de lutar contra infecções, em parte porque as células que jogam os resíduos contendo microrganismos para fora das vias aéreas são menos capazes de fazê-lo. A tosse, que também ajuda a limpar os pulmões, tende a ser mais fraca.

Sistema digestivo

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema digestivo.)

De maneira geral, o sistema digestivo é menos afetado pelo envelhecimento do que a maioria das outras partes do corpo. Os músculos do esôfago contraem-se menos vigorosamente, mas os movimentos da comida através do esôfago não são afetados. A comida é esvaziada do estômago um pouco mais devagar, e o estômago não pode reter tanta comida porque é menos elástico. Mas, na maioria das pessoas, essas mudanças são muito suaves para serem notadas.

Certas mudanças causam problemas em algumas pessoas. O trato digestivo pode produzir menos lactase, uma enzima que o corpo precisa para digerir o leite. Como resultado, os idosos são mais propensos a desenvolverem intolerância a produtos lácteos (intolerância à lactose). As pessoas com intolerância à lactose podem sentir-se inchadas ou ter gases ou diarreia após o consumo de produtos lácteos.

Os materiais se movem através do intestino grosso um pouco mais lentamente. Em algumas pessoas, essa redução contribui para a constipação.

O fígado tende a se tornar menor por causa da redução do número de células. Menos sangue flui através dele, e as enzimas hepáticas que ajudam o corpo a processar os medicamentos e outras substâncias trabalham de forma menos eficiente. Como resultado, o fígado pode ser um pouco menos capaz de ajudar a remover os medicamentos e outras substâncias do corpo. E os efeitos dos medicamentos - desejados e não desejados - duram mais tempo.

Rins e trato urinário

(Consulte também Efeitos da idade no trato urinário.)

Os rins tendem a se tornar menores por causa da redução do número de células. Menos sangue flui através dos rins, e por volta dos 30 anos, eles começam a filtrar o sangue de forma menos eficiente. Com o passar dos anos, eles podem remover os resíduos do sangue de forma menos eficiente. Eles podem excretar muita água e pouco sal, tornando a desidratação mais provável. No entanto, eles quase sempre funcionam bem o suficiente para atender as necessidades do corpo.

Certas alterações no trato urinário podem tornar o controle da micção mais difícil:

  • O volume máximo de urina que a bexiga pode conter diminui. Assim, os idosos podem precisar urinar mais frequentemente.

  • Os músculos da bexiga podem contrair de forma imprevisível (tornar-se hiperativos), independentemente de a pessoa precisa ou não urinar.

  • Os músculos da bexiga enfraquecem. Como resultado, eles não podem esvaziar a bexiga tão bem, e mais urina fica na bexiga após a micção.

  • O músculo que controla a saída da urina do corpo (esfíncter urinário) é menos capaz de fechar bem e evitar vazamentos. Assim, os idosos têm mais dificuldade de postergar a micção.

Essas mudanças são um motivo para que a incontinência urinária (perda incontrolável de urina) se torne mais comum com a idade.

Nas mulheres, a uretra (o tubo através do qual a urina deixa o corpo) se encurta, e seu revestimento se torna mais fino. A redução no nível de estrogênio que ocorre com a menopausa pode contribuir para isso e para outras mudanças no trato urinário.

Nos homens, a glândula prostática tende a aumentar. Em muitos homens, ela aumenta o suficiente para interferir com a passagem da urina e para evitar que a bexiga se esvazie completamente. Como resultado, os homens idosos tendem a urinar com menos força, levar mais tempo para começar a urinar, gotejar a urina no final do jato, e urinar mais frequentemente. Homens idosos são também mais propensos a ser incapazes de urinar apesar de terem a bexiga cheia (chamada retenção urinária). Este distúrbio exige cuidados médicos imediatos.

Órgãos reprodutores

Mulheres

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema reprodutor feminino.)

Os efeitos do envelhecimento nos níveis hormonais sexuais são mais óbvios na mulher do que no homem. Nas mulheres, a maior parte desses efeitos são relacionados à menopausa, quando os níveis de hormônios femininos (particularmente o estrogênio) diminuem drasticamente, a menstruação termina definitivamente e a gravidez não é mais possível. A redução nos níveis de hormônios femininos leva os ovários e o útero a encolher. Os tecidos da vagina ficam mais finos, mais secos e menos elásticos (quadro denominado atrofia vaginal). Em casos graves, essas mudanças podem levar à coceira, sangramento, dor durante as relações sexuais, e necessidade de urinar imediatamente (urgência urinária).

Os seios ficam menos firmes e mais fibrosos, e tendem a ficar caídos. Essas mudanças fazem com que encontrar caroços nos seios seja mais difícil.

Algumas mudanças que começam na menopausa (como redução dos níveis hormonais e ressecamento vaginal) podem interferir na atividade sexual. No entanto, para a maior parte das mulheres, a idade não diminui muito o prazer da atividade sexual. Não ter que se preocupar com engravidar pode melhorar a atividade e o prazer sexual.

Você sabia que...

  • Como os seios mudam com o envelhecimento, pode ser mais difícil achar caroços que podem ser câncer.

Homens

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema reprodutor masculino.)

Nos homens, as mudanças nos níveis hormonais sexuais são menos súbitas. Os níveis do hormônio masculino testosterona diminuem, resultando em menos esperma e menor desejo sexual (libido), mas a redução é gradual. Ainda que o fluxo sanguíneo para o pênis tenda a se reduzir, a maior parte dos homens tem ereções e orgasmos ao longo da vida. Entretanto, as ereções podem não durar tanto, podem ser ligeiramente menos rígidas, ou podem precisar de mais estimulação para manter-se. Uma segunda ereção pode exigir mais tempo. A disfunção erétil (impotência) torna-se mais comum com o envelhecimento dos homens e é frequentemente devido a um distúrbio, normalmente um distúrbio que afeta os vasos sanguíneos (como doença vascular) ou diabetes.

Sistema endócrino

(Consulte também Efeitos do envelhecimento no sistema endócrino.)

Os níveis e a atividade de alguns hormônios produzidos pelas glândulas endócrinas diminuem.

  • Os níveis dos hormônios de crescimento diminuem causando a redução da massa muscular.

  • Os níveis de aldosterona diminuem, deixando mais provável que haja desidratação. Este hormônio sinaliza para o corpo reter sal e, portanto, água.

  • A insulina, que ajuda no controle do nível de açúcar (glicose) no organismo, é menos eficaz, e é possível que uma quantidade menor de insulina seja produzida. A insulina permite que o açúcar se mova do sangue para as células, onde pode ser convertido em energia. As mudanças na insulina significam que o nível de açúcar aumenta mais após uma refeição copiosa e leva mais tempo para voltar ao normal.

Para a maior parte das pessoas, as mudanças no sistema endócrino têm efeito observável na saúde de forma geral. Mas em algumas pessoas, as mudanças podem aumentar o risco de problemas de saúde. Por exemplo, as mudanças na insulina aumentam o risco de diabetes tipo 2. Assim, exercícios e dieta que podem melhorar a ação da insulina tornam-se mais importantes com a idade.

Produção de sangue

A quantidade de medula óssea ativa, onde as células sanguíneas são produzidas, diminui. Portanto, menos células sanguíneas são produzidas. No entanto, a medula óssea pode produzir normalmente células sanguíneas suficientes ao longo da vida. Podem ocorrer problemas quando a necessidade de células sanguíneas aumenta muito – por exemplo, no surgimento de anemia ou infecção ou quando ocorrem sangramentos. Nestes casos, a medula óssea é menos capaz de aumentar sua produção de células sanguíneas em resposta às necessidades do corpo.

Sistema imunológico

As células do sistema imunológico agem mais lentamente. Essas células identificam e destroem substâncias estranhas como bactérias, outros micróbios infecciosos, e provavelmente as células cancerígenas. Esta desaceleração imunológica pode parcialmente explicar vários achados associados com o envelhecimento:

  • O câncer é mais comum entre os idosos.

  • As vacinas tendem a conferir menos proteção a idosos, mas as vacinas contra gripe, pneumonia e herpes zóster são essenciais e oferecem alguma proteção.

  • Algumas infecções, como pneumonia e influenza, são mais comuns entre idosos e frequentemente resultam em morte.

  • Os sintomas de alergia podem se tornar menos severos.

Como o sistema imunológico se desacelera, os distúrbios autoimunes se tornam menos comuns.

Tabela
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