A beriliose é uma inflamação pulmonar causada pela inalação de poeira ou vapores contendo berílio.
A maioria das pessoas com beriliose têm um desenvolvimento gradual de tosse, dificuldade respiratória, fadiga e sudorese noturna.
O diagnóstico é baseado no histórico de exposição da pessoa, bem como em radiografias torácicas, tomografias computadorizadas e testes de reação imune ao berílio.
Pode ser necessário utilizar oxigênio e corticosteroides para o tratamento.
Algumas pessoas precisam tomar corticosteroides para o resto de suas vidas e outras podem precisar de transplante de pulmão.
(Consulte também Considerações gerais sobre doenças pulmonares ambientais.)
O berílio é um metal que é usado, em pequenas quantidades, em muitas indústrias. A exposição ao berílio é uma causa comum, mas não reconhecida, de enfermidade em pessoas que trabalham em mineração e processamento do berílio e em muitas indústrias, incluindo a produção de ligas de berílio, usinagem de ligas metálicas, aparelhos eletrônicos, telecomunicação, fabricação de armas nucleares, defesa, aviação, indústria automotiva, aeroespacial e reciclagem de resíduos de metal, computador e aparelhos eletrônicos. Como pequenas quantidades de berílio são tóxicas e são adicionados para muitas ligas de cobre, alumínio, níquel e magnésio, trabalhadores muitas vezes não têm consciência da sua exposição e dos riscos associados. Além dos trabalhadores dessas indústrias, algumas pessoas que vivem perto de refinarias de berílio também desenvolveram beriliose.
A beriliose difere de outras doenças pulmonares ambientais no fato de que, em baixos níveis de exposição, os problemas pulmonares parecem ocorrer apenas em pessoas que são sensíveis ao berílio: cerca de 2 a 6% das pessoas que entram em contato com ele. A doença pode ocorrer nessas pessoas mesmo com uma exposição relativamente breve à poeira de berílio.
A beriliose pode ser
Aguda
Crônica
A beriliose aguda é atualmente rara. A beriliose aguda se desenvolve de modo súbito, principalmente como uma inflamação dos pulmões. Os pulmões ficam rígidos e funcionam mal.
A beriliose crônica é mais comum. Ocorre a formação de tecido anormal nos pulmões e os linfonodos aumentam de volume.
Sintomas de beriliose
Pessoas com beriliose aguda têm um início abrupto de tosse, dificuldade respiratória e perda de peso. A beriliose aguda também pode afetar a pele (causando erupções cutâneas) e os olhos (causando vermelhidão e irritação).
Na beriliose crônica, a tosse, dificuldade respiratória, perda de peso, sudorese noturna e fadiga se desenvolvem gradualmente, muitas vezes 10 a mais de 40 anos após a exposição. Quando detectada precocemente, a beriliose pode não causar nenhum sintoma.
Diagnóstico de beriliose
Histórico de exposição ao berílio
Exames de sangue para alergia ao berílio
O diagnóstico é baseado no histórico de exposição ao berílio da pessoa e nos resultados de um exame de sangue chamado teste de proliferação de linfócitos de berílio (beryllium lymphocyte proliferation test, BeLPT), que testa alergia ao berílio.
Se a doença estiver em um estágio mais avançado, alterações características em uma radiografia ou tomografia computadorizada (TC) torácicas ajudam os médicos a estabelecer o diagnóstico. No entanto, as radiografias ou TCs de pessoas com beriliose se assemelham às de pessoas com outro tipo de doença pulmonar, denominada sarcoidose. O diagnóstico definitivo é feito fazendo-se um teste em que um tubo, chamado broncoscópio, é inserido nos pulmões para se obter uma amostra de tecido e células pulmonares para testar se ocorre uma reação alérgica ao berílio.
Prognóstico de beriliose
A beriliose aguda pode ser grave. A maioria das pessoas se recupera em sete a dez dias com o tratamento adequado. No entanto, algumas pessoas com doença aguda grave morrem ou desenvolvem beriliose crônica.
O curso da doença em pessoas que desenvolvem sintomas anos após a exposição é completamente diferente. As pessoas com beriliose crônica continuam apresentando sintomas, que tendem a progredir. Se os pulmões estiverem gravemente lesionados, o coração pode ser submetido a esforço excessivo, causando um tipo de insuficiência cardíaca (cor pulmonale) e morte.
Prevenção de beriliose
A beriliose pode ser prevenida pela rígida limitação da exposição ao berílio.
Tratamento de beriliose
Para beriliose aguda, auxílio à respiração
Para beriliose crônica, corticosteroides
As pessoas com beriliose aguda recebem oxigênio, conforme necessário, e podem precisar de um ventilador mecânico para auxiliar na respiração. São administrados corticosteroides.
Na beriliose crônica, corticosteroides, como prednisona oral, podem ser administrados. Algumas pessoas precisam tomar corticosteroides para o resto de suas vidas. Em algumas pessoas com beriliose crônica muito grave, o transplante de pulmão pode salvar vidas. Outras medidas de suporte, como terapia de oxigênio suplementar, reabilitação pulmonar e medicamentos para o tratamento da insuficiência cardíaca direita, são utilizadas conforme a necessidade.